Capítulo 17- Sua Dama, Brava.

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~Ciel~

Sei que é falta de modos fazer esse tipo de coisa, mas não dá para evitar, até Lizy está com a orelha encostada na porta para ouvir o que Clara e Sebastian estão conversando.

Nós dois torcemos pela união deles, embora de vez em quando Lizy comente sobre Peter, mas acho que ele não é obstáculo, por se tratar de um assunto interessante eu e Elizabeth fizemos uma aposta sobre quem Clara escolherá como marido, a proposta foi dela e eu não recuso um bom jogo.

As vozes abafadas nos forçavam a prestar mais atenção, para a minha surpresa Sebastian disse:

- Temos, temos que parar.

- Porque? O que houve.

- Antes, naquele lugar você disse para ela te chamar de "titia" , você é uma traidora?

- O que? Depois do que eu fiz com ela você fica preocupado só porque não conseguiu entender a ironia nas minhas palavras.

- Não foi isso que eu quis dizer e você sabe.

- Então o que?

- Vou ser franco, você era uma iluminada?!- pergunta ele mais alto.

A resposta de Clara foi o silêncio, seus saltos faziam barulho no piso de madeira como se ela se afastasse, o som deles parando bruscamente nos chama a atenção.

- Lhe fiz uma pergunta, me responde!- diz Sebastian nervoso.

- Se eu não quiser, não responderei e fim! Apenas lide com isso!- responde Clara no mesmo tom.

- Não brinque comigo!! Fale de uma vez senão eu vou...

Clara o interrompe dizendo:

- É a última vez que permito que eleve a voz para mim, de agora em diante não poderá falar com ninguém além do Conde Phantomhive!

Nesse momento um silêncio assombroso se passou até que Clara voltou a falar:

- Bom garoto, agora seja um bom mordomo e vá ver se seu mestre está bem.

Ao ouvir isso nós corremos em direção a mesa, nos sentamos e esperamos Sebastian entrar, aquele frio na barriga me alegrava, me deixava mais vivido aquela sensação de quase ter sido pego.

- Acho que nunca me senti assim.

- Isso é uma coisa boa?- pergunta Lizy.

- É uma coisa maravilhosa, você é a razão de tudo isso estar acontecendo, você coloriu o meu mundo.

- Fico feliz de ouvir isso, não sabe o quanto é importante essas palavras para mim Ciel.

Eu estendo meu braço sobre a mesa e Elizabeth coloca a mão em cima da minha, nunca senti nada parecido com o sentimento que tenho por ela que me encanta, me fascina, me ama e me alegra cada dia mais, não faço ideia do porque nunca notei isso antes, mas fato é que estou apaixonado por Lizy.

~Narrador~

Elizabeth e Clara já estavam a caminho da mansão Midford, a morena olhava para sua senhora friamente.

- Ele não sabe, certo?

- Não entendo.

- Ciel não sabe sobre o nosso contrato, certo?

- Certo.

- Ótimo, estou cumprindo a minha parte, espero que futuramente cumpra a sua.

- Eu honrarei a minha palavra.

- Perfeito.

O resto do caminho foi de um silêncio macabro, quanto mais Elizabeth conhecia Clara menos tinha certeza de com quem estava lidando e isso a deixava assustada.

Clara passeava por uma das feiras da cidade quando um jovem chamou sua atenção, vestia roupas elegantes, seus cabelos loiros brilhavam mesmo com o céu nublado, os olhos dela brilharam quando viu algo na mão dele, era um anel de ouro e detalhes delicados, a pedra era vermelha e lembrava um olho. Quando concluiu o pensamento tratou de bolar um plano para ter aquele objeto para si.

Fingia distração quando esbarrou no rapaz.

- Perdão senhor.- disse ela fingindo arrependimento.

- Olhe por onde anda imbecil! - gritou o loiro.

A vontade de levar aquele garoto para o inferno era quase incontrolável, mas ela seguiu em frente sem pensar nas palavras daquele loiro insolente.

Mas um homem para bruscamente Clara, enquanto segurava uma das mãos da morena disse:

- Devolva isso.

- Devolver o que?

- Não me faça pedir de novo, devolva!

Ela arqueia a sobrancelha, olhando fixamente para o rosto do alto homem automaticamente ela o reconheceu, era outro demônio, uma de suas criações mais perfeitas, Clara sorriu, o homem ainda segurava a postura nobre enquanto admirava os olhos azuis dela se tornarem vermelho escarlate, a mudança o fez solta-la. Ainda sorrindo Clara diz:

- Me pergunto quantos de vocês saíram de casa sem o meu consentimento.

- Está tão ocupada com aquele bastardo que não me surpreende não saber das saídas.

- Então pelo visto encontrarei outros conhecidos por aqui.

- Você não faz idéia- ele virou as costas para seguir seu caminho quando completou - Foi bom te reencontrar, mas o dever me chama senhorita.

Clara passa a mão desesperada pela própria roupa, dando pela falta do ítem furtado sua raiva aumentou.

Algumas semanas se passaram na mais perfeita paz, Elizabeth estava no escritório revisando alguns documentos, Clara se encontrava sentada na janela, a pedido de Elizabeth ela bordava o nome Ciel em algumas toalhas. Quando de repente um estrondo é ouvido, a porta escancarada revelava Peter apoiado no batente, ofegante ele cambaleou até o meio da sala, aonde Clara o segurou antes que seu corpo exausto fosse ao chão.

- O que aconteceu?!

- Sua maldita sobrinha enlouqueceu ( ofegar) se você não for na igreja ( ofegar) Ciel vai morrer!- disse ele antes de desmaiar nos braços de Clara.

A mulher o colocou no sofá, assumiu sua forma de batalha e saiu da casa correndo.

Clara parou em cima de um telhado, afastou algumas telhas e invadiu a residência, assustando o Undertaker que na agitação acabou derrubando alguns produtos das prateleiras. Ela agarrou a gola da roupa dele, o ergueu o chão e pressionou contra a parede.

- Me leva pra biblioteca!

- ( risos) Meus serviços tem um preço.- disse ele.

- Me leva!!

- Qual é a palavra mágica?

- AGORA!!- grita Clara.

- Está bem...- diz ele quase sem ar.

Ele a teletransporta para um lugar escuro, havia bancos de madeira compridos, janelas coloridas e um altar estranho.

- Aquele bastardo desgraçado!! Ele me paga!- grita Clara impulsivamente.

Sem querer acaba chamando a atenção de um homem que passava pelo salão, tremendo ele se aproximou lentamente.

- Você pode me dizer aonde eu estou?

- Na igreja anglicana de San Andreas, em Londres.

- Anglicana, minha nossa!- diz ela massageando as têmporas.- Obrigada, achei que havia errado o lugar.

- Sem problemas.- disse o homem com um leve sorriso.

Ela desceu os degraus, caminhou em direção a saída, mas uma multidão entrou e em seguida trancou a porta, ela se voltou novamente para o altar com raiva, nesse momento uma luz invadiu o salão, fazendo todos os presentes se curvar em adoração ao ser que entrou aquele lugar. Clara sabia de quem se tratava cruzou os braços sobre o peito e exclamou:

- Ai caramba!

Por ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora