Capítulo 23- Sua Dama, Audaciosa.

119 17 2
                                    

~Clara~

Aquela revelação de Peter me assusta, depois que ele foi embora os trigêmeos, ou eu acho que são, vieram me trazer mais flores.

- Estou completamente assustado.- disse um assim que entrou.

- Ainda estou em choque, jamais imaginei que ele faria algo assim.- comentou o outro.

- Nem eu, ainda bem que Claude o reconheceu antes que o amo fizesse a troca.- disse o terceiro mais aliviado.

- Perdoe-me pela intromissão, mas do que estão falando?- falei tentando não parecer suspeita.

- Alguém invadiu a mansão.- o primeiro me respondeu.

- Um tal de Sebastian Michaelis.

- Ele quase morreu, andava com uma mala, dentro havia um menino, agora me esqueci o nome dele.

- Era um conde.- afirma o segundo.

- Ciel Phantomhive. - completou o terceiro.

Eles continuaram murmurando e comentando sobre tudo o que havia acontecido longe dos meus olhos, desde a troca das cores na mansão até a fuga de Sebastian.

Pude notar também que longe dos olhos de seu mestre esse demônio demonstra um alto astral de dar inveja.

Os três se sentaram no chão mesmo e começaram a contar fatos ocorridos na mansão antes da minha chegada. Estávamos imersos nas lembranças quando a porta se abriu de uma vez, a força com que aquela ação foi feita fez meu cérebro automaticamente descartar a possibilidade de ser Claude, e eu estava certa, era Hannah.

- O que fazem aqui conversando com ela?!

- Hannah você não vai acreditar...

- Estão loucos? Ela é propriedade de Claude, assim como ele não quer que respirem perto do quarto dele, também não vai querer vocês tagarelando com ela!!

Eles pareciam pensar, eu também, mas com certeza não era na mesma coisa.

- Hannah, posso te contar uma coisa?

- Claro.

- Você foi a minha primeira menina.

- O que?

- Sim, eu fiz você.

Os outros estavam chocados, um até caiu sentado no chão, eles nos encaravam com espanto.

- Ora, então os empregados resolveram se reunir longe dos olhos de seu senhor? - disse Alois com a voz carregada de sarcasmo.

Hannah e os outros trataram de apertarem o passo rumo a porta, mas ela foi trancada por Claude.

- Por acaso estão planejando a minha morte?- disse ele em um tom sério.

Os quatro empregados negaram, então ele se voltou para mim, esperava que eu também me manifestasse, mas não abri a boca.

- Não irá falar nada Clara?- pergunta ele.

- O assunto não me diz respeito, também não me interesso, conversem entre vocês.

- Mas se esse assunto não te diz respeito, então me diga - disse Alois se aproximando do espelho- porque o assunto da invasão lhe interessou ? Será que é por se tratar de Sebastian?

Aquilo não me abalava em nada, por isso sorri, exibi minha superioridade pelo olhar, o que visivelmente o irritou.

- Não é da sua conta.- respondi calmante.

Gostei, era como se Alois fosse o óleo quente e eu alguns chuviscos de água fria, ele pipocava até que explodiu.

Ele pegou o espelho com toda a raiva e ia derrubar até Claude interromper.

- Mestre aconselho a não continuar com isso.

- Por que?

- Se quebrar o espelho ela...

Alois não ouviu e jogou o espelho com toda a sua força contra a parede.

Lancei fumaças pelos trincos, o cômodo se tornou escuro, não contive a risada, a cara de espanto deles era quase uma piada perfeita.

Eu retornei ao meu corpo no salão principal, o vestido que eu usava era preto com detalhes vinho, as mangas vinham até os cotovelos, meu chapéu era preto com uma fita em vinho também.

Não demorou nada para ouvir Claude gritar para os empregados virem em minha captura, logo estávamos reunidos todos no salão principal.

- Cerquem-a, não terá como fugir.

- Tem certeza?- perguntei.

Claude foi o primeiro a vir em minha direção, subi as escadas com ele correndo atrás de mim, quando cheguei ao topo Hannah me esperava, joguei meu chapéu o mais alto que pude, firmei os pés no chão e saltei, com um mortal pousei no lustre, nesse instante meu chapéu flutuava levemente no ar quando o peguei.

Claude me olhava com ódio, ali virei fumaça novamente, assim me dividi para poder explorar toda a mansão a procura do anel Tranci, encontrei o anel, tirei a pedra quando ia colocar meu olho no lugar a porta se abre de uma vez, com o susto derrubei a pedra, que rolou e se escondeu debaixo da cama.

Hannah entra junto com os outros empregados, puxei minhas shurikens da cintura e as lancei, prendendo os quatro na parede, Claude não demorou a aparecer e agora eu estava sem munição.

Dei uma volta completa pelo quarto subindo e descendo dos móveis, ameacei sair e quando ele estava perto o suficiente deslizei por baixo da cama, peguei o rubi e pulei para a janela aberta.

- Messieurs et madame, au revoir.- disse para depois jogar meu corpo contra a janela.

Ouvia meus passos em cima dos telhados, meu salto fazia um som elegante quase como uma melodia.

Pensava em encontrar o corpo de Ash, se desse sorte ainda estaria boiando no rio, se esse não fosse o caso teria que consultar o Undertaker, queria o corpo dele para que eu pudesse ter comigo uma espada celeste.

Com aquela arma poderia derrotar não só demônios, mas anjos também e com uma facilidade impressionante.

Andava tranquilamente a margem do rio, quando o corpo de Ash bateu em uma pedra e se enrroscou perto de onde eu estava, com um pouco de força puxei o objeto cobiçado, agora eu podia voltar para casa, e tentar esquecer tudo isso...

Foi o que pensei, mas não contava que meu irmão mais velho iria dar as caras em uma das reuniões de família que Edgar sempre faz. Nunca nos demos bem, não era novidade para ninguém, mas só eu sabia a verdade escondida por trás daquele sorriso falso, aquela bondade forçada, só eu sabia o monstro que se escondia atrás daquele ar de bom samaritano, pois foi EU A QUEM ELE ENGANOU.

Aquele bastardo idiota!

Por ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora