Por Ela

Capítulo 14- Sua Dama, Imponente.

Ciel convidou Lizy para ir na sua mansão depois do piquenique, um convite que foi aceito quase que imediatamente.

Sebastian abriu as portas da mansão, por cima de seu ombro Clara viu algo que a fez abrir um largo sorriso, ela inesperadamente correu para dentro, quando os outros entraram viram ela abraçando Peter. Ciel não tinha nenhuma reação a isso, Elizabeth mordeu o lábio para conter o sorriso já Sebastian parou ali na porta e observava com repúdio a cena.

Lágrimas escuras rolavam do rosto de Clara, todos acharam que a cor incomum era resultado da maquiagem, mas era normal para um demônio que suas lágrimas fossem escuras.

- Achei que você ia me deixar.- disse ela baixinho.

- Eu jamais ia te deixar, preciso de você tanto quanto você precisa de mim.- Peter teve que piscar algumas vezes para segurar as lágrimas.

Ele a soltou do abraço, mas segurava seus ombros com firmeza, olhava com olhos doces e meigos quando completou:

- Fiz a sua sobremesa favorita! Que tal descer até a cozinha e provar um pouco?- Peter parecia que conversava com uma criança.

Clara sorriu dando um beijo em sua bochecha, mas por um movimento dele o beijo foi pousado no canto de sua boca. O queixo de Sebastian estava caído, Elizabeth observava atentamente a reação indiscreta do mordomo.

- Desejam algo?- disse Peter dirigindo as palavras aos dois senhores no salão.

- Mais tarde me traga uma xícara de chá, eu e Lizy estaremos na sala de jogos.

Elizabeth não conteve o brilho no olhar quando ouviu a voz de Ciel pronunciar seu apelido, ele lhe estendeu o braço, ela agarrou e os dois subiram as escadas.

Quando no salão só sobrara Sebastian e Peter o clima se tornou frio, Sebastian o encarava com olhos que poderiam rasgar a pele de Peter, mas o homem se mantinha inabalável e seu sorriso era desafiador.

- O que faz aqui?- perguntou Sebastian.

- Suspeitava que talvez a Srta. Morgen estivesse aqui, e acertei no palpite.

- Acabe com as formalidades e me diga o que faz aqui!

Peter se aproximou era uns 5 cm mais baixo que Sebastian, mas seu olhar era firme e sério mesmo com um sorriso.

- Do que exatamente está falando?

- Quando você fugiu com aquela prostituta, achei que nunca mais o veria na minha frente. O que fez você voltar?!

- Primeiro eu não fugi, segundo minha vida é imortal mas não vejo porque desperdiçar com alguém tão imundo, terceiro- ele deu uma pausa antes de continuar, parecia relembrar algum momento que mantinha secreto do qual só ele sabia, ele aumentou o sorriso- somente morto eu poderia deixar a minha senhorita.

- Não seja por isso, ficarei feliz em lhe ajudar.- afirmou Sebastian.

- Tente! ( gargalhadas) Vamos lá Sebastian! Estou louco para ver se é capaz de arriscar a própria vida, por uma mulher que você mal conhece!! ( gargalhadas).

Sebastian estava imóvel, Peter continuava falando, mas agora, seu tom passou de sarcasmo, a sério.

- Você ousa me desafiar? Por acaso sabe quem eu sou?!

Sebastian não se conteve.

- Sinta-se a vontade para me explicar, estive me perguntando isso.

Peter ajeita a postura, tomando uma pose elegante, o sorriso era sua marca. Querendo ou não as pessoas lembravam do sorriso de Peter, por medo ou por ódio, se tornara difícil esquecer.

- Sou Conde Peter Kalte Nacht, futuro príncipe-consorte do inferno.- ele fez uma pausa, analisou a expressão de Sebastian, depois continuou- Eu sei quem você é.

Sebastian parecia processar as palavras e tentar entender em qual sentido ele se referia, mas Peter contou:

- Você não significa nada para ela, você não passa de uma das criações dela, e nunca passará disso.

- Não nutro qualquer interesse em seu cargo político, pois se eu quiser lhe matar, eu o farei sem me importar com isso

Ele passou por Peter em direção a cozinha, mas, antes de ir parou e completou:

- Não tenho nenhum receio de ficar com Clara, e eliminarei todo e qualquer obstáculo no meu caminho.

- Estamos em guerra.

Sebastian saiu sem dar importância ao comentário do homem. Ao virar a porta Clara estava esperando, ao vê-lo ela bate palmas estrondosas.

- Os senhores deviam saber que eu não sigo ordens... Que eu não sou um objeto, muito menos um território para ter uma guerra declarada por mim... Por isso fiquem espertos, alguns dormem e nunca mais acordam...

Logo Elizabeth desceu aos risos, tomou o braço de Clara e a puxou para a porta, as duas foram seguidas por Peter. Ao ouvir o fechar da porta Sebastian não fazia ideia de como esfriar a cabeça.

~Ciel~

Tudo está estranho, Sebastian anda distante demais, e não me agrada essa situação...

[ Quebra de tempo]

'Querida Lizy,

Sei que nos conhecemos desde criança, mas sinto que apenas agora sei quem realmente é. És uma pessoa maravilhosa, alegre e terna, és o Sol na escuridão que é a minha vida.

Farei uma pequena viajem de negócios, mas não fique preocupada, sei que acha perigoso o que faço, mas devo servidão eterna a rainha. Quero que saiba, que te amo muito, pode parecer um pouco com um sonho, mas saiba que não é, eu realmente a amo.

Não se preocupem comigo, apenas quero que tenha consciência do quanto lhe amo e lhe quero, e que não chegarei antes do jantar.

Atenciosamente, seu noivo, Ciel.'

- O que isso quer dizer?!! Ele não vai comparecer ao jantar que marcamos mês passado?!- gritou Elizabeth com a carta ainda em mãos.

Ela tinha acabado de ler em voz alta para a dama de companhia, Clara por sua vez deu uma rápida ida ao banheiro, quando retornou estava diferente, usava calças e um tapa olho.

- Peter vai cuidar da senhorita.

- E aonde você vai?! Vai me abandonar aqui?!- berrou Elizabeth.

- Volto dentro de alguns instantes.

Antes que Lizy reclamasse Clara cruzou a porta e anunciou a Peter o que ele devia fazer, ele se despediu com um abraço apertado e vários desejos de boa sorte.

Como Clara suspeitava não era uma viagem, demorou um pouco mas ela conseguiu encontrar aonde Ciel e Sebastian estavam presos, com um estalo de seus dedos a porta aonde Ciel estava foi aberta.

Uma sobra passou sobre ela, e Clara foi verificar. Seja lá o que fosse pousou atrás de outra parte da grande construção.

" A ala de tortura... Porque um iluminado iria para lá?... SEBASTIAN!!"- pensou Clara antes de correr para o encontro do mordomo.