Capítulo 43.

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Narrador (a): Medusa

Saí da prisão onde a senhorita Aibek estava completamente transtornada. A conversa com ela me despertou lembranças de um passado. Um passado que, por mais que eu tente esquecer, sempre volta pra me assombrar. Quando eu me dei conta, estava de frente pro lago sombrio. Tirei a venda de ferro. A venda que eu uso para cobrir os meus olhos desde que eu... enfim, desde que eu fui amaldiçoada. Pode parecer, mas eu não sou um monstro. Mas infelizmente, hoje eu sou obrigada a me esconder por trás dessa fachada para poder sobreviver. Eu sinto tanta falta de poder olhar pra alguém nos olhos, mas isso é impossível porque quando isso acontece, a pessoa fica petrificada. Percebi que alguém estava se aproximando e coloquei a venda nos meus olhos.

Jilaya: - Tudo bem, Medusa?

Medusa: - Sim.

Jilaya: - Quem diria que por trás desse coração frio como pedra de gelo, existe alguém tão vulnerável.

Medusa: - Você não faz ideia do meu passado.

Jilaya: - Você nunca falou muito sobre ele.

Medusa: - E por que eu falaria?

Jilaya: - Você não é a única pessoa que tem um passado doloroso. Olha pra mim, eu hoje estou sendo obrigada a fingir que eu idolatro por alguém que destruiu tudo que eu amava.

Medusa: - Eu sei. E sinto muito por isso.

Jilaya: - Quando quiser contar a história toda, me procure.

Medusa: - Não se preocupe. Na hora certa, você saberá de tudo.

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Narrador (a): Merope

Maia estava comigo me ajudando a se arrumar para o meu casamento. Arcturo e eu tínhamos planejado nos casar quando a guerra terminasse, mas com os últimos acontecimentos, incluindo o sequestro da senhorita Aibek, ele e eu achamos melhor adiantar a cerimônia. Elathan está no reino das sombras servindo como agente duplo e por isso, não poderá comparecer à cerimônia, mas desejou felicidades e enviou um presente muito bonito. Assim que Maia terminou de me arrumar, nós fomos para o templo da lua, onde a cerimônia ocorreu. Foi muito lindo. Depois da festa, nós dois fomos para o nosso quarto.

Arcturo: - Nervosa?

Merope: - Um pouco.

Arcturo: - Eu confesso que também estou nervoso.

Merope: - Muitas vezes, eu pensei em como seria esse momento quando...

Arcturo: - Quando você escondia os seus sentimentos por mim?

Merope: - É. E agora que ele chegou eu... estou sem saber como agir.

Arcturo: - Eu também sempre imaginei esse momento. Mas numa época de paz e não de guerra.

Merope: - Arcturo, nós podemos está em guerra sim. Mas isso não pode nos impedir de viver.

Arcturo: - Tem razão. Não vamos pensar no que está acontecendo lá fora. Vamos pensar só que está acontecendo aqui e agora, no presente.

Merope: - Eu te amo.

Arcturo: - Eu também te amo.

Ele se aproximou de mim e me beijou delicadamente. Em seguida, começou a tirar as minhas roupas e eu fiz o mesmo com as dele. Ao longo do tempo, Arcturo e eu montamos várias lembranças enquanto amigos e companheiros de guerra. Mas agora, nós somos companheiros de vida. Uma vida que não é fácil porque tanto ele como eu somos soldados, mas o importante é que nós dois superaremos todos esses obstáculos com a nossa força de vontade e acima de tudo, com o nosso amor.

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Narrador (a): Abner

O casamento do general Arcturo com a Merope foi muito lindo. Eu particularmente me emocionei bastante. Isso mostra que todos nós podemos ser felizes, mesmo estando no meio de uma guerra. Apolo também demonstrou felicidade, mesmo estando destroçado por dentro com o rapto da Lucine. Disse umas palavras de consolo para ele e fui ver a Betânia, que resolveu não ir no casamento com receio de ser vítima de ataques. Eu tinha trazido para algumas das coisas que foram servidas na festa e ela pareceu ter ficado feliz com isso. Acho que ninguém havia sido tão... generoso com ela.

Abner: - Como se sente?

Betânia: - Acho que em paz.

Abner: - Fico feliz com isso.

Betânia: - Eu gosto muito da sua companhia.

Abner: - Fico feliz com isso.

Betânia: - Como está o seu irmão?

Abner: - Arrasado, mas tentando demonstrar firmeza.

Betânia: - Eu queria poder fazer algo pra ajudar.

Abner: - Você acha que pode ser útil?

Betânia: - Eu fui serva do príncipe Deimos durante toda a vida. Conheço bem o reino das sombras.

Abner: - Depois nós falamos sobre isso no momento certo. O importante agora é aproveitar esse momento de paz.

Betânia: - Não se preocupe. Farei o possível pra aproveitar esse momento.

Continua...

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