Capítulo 10.

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Narrador (a): Luna

Não consegui dormir. Fiquei a noite inteira acordada pensando no que pode acontecer no futuro. Então me levantei, peguei uma pedra da lua e fui até o templo.

Jericó: - Senhora Aibek, o que está fazendo aqui?

Luna: - Vim rezar um pouco.

Jericó: - Entendo bem o que a senhora sente.

Luna: - Você não tem filhos.

Jericó: - Não tenho, mas estou prestes a perder o homem que eu tenho como um pai.

Luna: - Ele piorou?

Jericó: - Não, mas eu temo que...

Luna: - Que?

Jericó: - Que ele vá piorar. Tem rumores de que a princesa Lissa, juntamente com o irmão dela e um servo, estão escondidos em algum lugar aqui perto.

Luna: - Obrigada pela informação.

Eu saí do templo às pressas e fui correndo pra minha casa. Encontrei a Lucine e o Luan completamente preocupados e os abracei. A Lucine, claro, já partiu pro interrogatório. Eu expliquei à ela que tinha ido ao templo e que Bezalel havia mandado dois dos filhos dele para cá. O Luan pegou um pergaminho e mandou para o Hélio. Por sorte, eu o convenci a não impor uma série de regras pra Lucine. Sei bem o quanto ela é impetuosa. Mas se for necessário, eu não hesitarei em lutar para proteger a minha menina.

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Narrador (a): Lucine

Não resisti e segui o falcão azul que o meu pai tinha mandado até à casa dos Ravi. E nem foi por curiosidade, eu só queria mesmo impedir que ele acabasse caindo nas mãos de algum dos filhos do Bezalel. Isto é, se é que o rumor de que eles estão escondidos aqui na floresta é mesmo verdade. Sei que eu vou levar uma bronca dos meus pais por ter feito o que eu fiz, mas não me importo. Se for pela segurança do meu mundo, eu faço qualquer coisa. Nunca tive medo de nada e não é agora que eu vou ter.

Apolo: - Ora ora, olha só quem está aqui.

Lucine: - Só vim para garantir que o falcão que traz uma mensagem ao seu pai não fosse pego.

Apolo: - Sei. Não está violando regras?

Lucine: - Claro que não!

Apolo: - Seu pai sabe que está aqui?

Lucine: - Não. E eu pensei que você não costumasse andar pela floresta à noite.

Apolo: - Aqui é o meu território. Ou seja, eu ando por aqui da forma que eu quiser.

Lucine: - Sei. Não ficou sabendo que os filhos do Bezalel podem está escondidos na floresta onde eu moro?

Apolo: - Fiquei sabendo. Se eu fosse você, não estaria tão preocupada, são só rumores.

Lucine: - Eu não tenho medo de ninguém do reino das sombras. Agora com licença, eu estou indo embora agora que a mensagem está entregue.

No momento em que eu me virei pra ir embora, o infeliz me pegou pelo braço e depois, literalmente, colou os meus lábios nos lábios dele. No começo, eu tentei me soltar, mas acabei não resistindo. Quando dei por mim, percebi que estávamos nos beijando. Eu mordi a boca dele e não pensei duas vezes antes de sair correndo. Assim que cheguei em casa, levei uma bronca e tanto dos meus pais e da minha avó, mas não me importei. Eu não sei porquê, mas o beijo do Apolo Ravi despertou em mim uma série de coisas que até então, eu nunca tinha sentido antes.

(Música Love Will Restore)

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Narrador (a): Deimos

Essa floresta da lua é bem mais interessante do que eu imaginei que fosse. Eu tava andando por um local no maior tédio quando vi uma garota lindíssima correndo feito uma loba atrás da presa. Acho que ela é da família Aibek. Olha, vai ser uma pena que ela morra. Pelo que eu pude perceber, ela tem uma enorme determinação nos olhos. Mas... quem sabe se o meu pai tiver pena e decidir trazer uns mortais pra servirem de escravos, eu possa pedir que ela entre na lista. Com certeza ela vai se dá muito bem com a Betânia.

Lissa: - Você realmente não sabe o que é noção, irmãozinho.

Deimos: - Que susto Lissa! Que eu saiba, assustar não é a sua especialidade.

Lissa: - Baixe o tom pra falar comigo. Sabe que não é bom me ver irritada.

Deimos: - Eu sei. Você é a personificação da raiva e da cólera.

Lissa: - O que está fazendo?

Deimos: - Só dando uma olhada no nosso esconderijo.

Lissa: - É bom tomar cuidado.

Deimos: - Eu sei. Mas é bom que saiba que já espalharam rumores de que nós estamos aqui.

Lissa: - É bom que a família Ravi não esteja sabendo disso.

Deimos: - Quando se derem conta, já vão ser tarde demais. Não se preocupe.

Lissa: - É o que eu espero.

Continua...

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