Capítulo 30.

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Narrador (a): Abner

Eu estava em casa, mais precisamente na floresta cuidando das flores quando vi uma mulher completamente ferida. Quando me aproximei pra ajudá-la, fiquei completamente em choque: era a mesma garota que tinha aparecido na lojinha da minha família outro dia. Eu me lembro bem dela. Mas verdade seja dita: é impossível esquecer um rosto como dessa garota. A levei para minha casa e cuidei dela. Ela até tentou se levantar pra ir embora, mas eu a impedi. E não é porque ela tá ferida não. Tá, em parte é por isso, mas também porque eu quero saber porque ela queria as pedras do sol.

Betânia: - Eu estou em dívida com você.

Abner: - É. Está mesmo.

Betânia: - Tente me compreender, eu sou apenas uma serva.

Abner: - Já ouvi falar bem da crueldade de Bezalel e de sua família.

Betânia: - Eles têm uma profecia guardada à sete chaves.

Abner: - Profecia? E o que ela diz?

Betânia: - Eu não sei. Ela fica guardada no templo. Mas... eu tenho um palpite.

Abner: - Que palpite?

Betânia: - Ela pode... falar sobre o seu irmão e a Lucine Aibek.

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Narrador (a): Elathan

Estava em minha cela quando fui surpreendido com a visita de um homem que eu nunca tinha visto na vida. Mas pelas vestes, deve ser alguém das famílias as quais o Bezalel tá querendo tirar do caminho dele. O homem, ou melhor, o garoto, se apresentou como Abner Ravi e pediu que eu explicasse sobre a tal profecia que tá escondida às sete chaves no templo. Como eu já estou convencido de que o general Arcturo não mentiu e é mesmo meu irmão e até agora nenhum dos sacerdotes veio me procurar, não tenho o porque mais esconder esse segredo. Eu contei tudo pro rapaz. Tudo, e com detalhes. E como eu soube que o Cerberus tinha tentado atacar a garota da família Aibek outro dia, é porque a tal profecia deve tá se cumprindo. Pouco tempo depois que o garoto foi embora, o Arcturo apareceu.

Elathan: - Quer conversar comigo?

Arcturo: - Na verdade, eu queria um conselho.

Elathan: - Vá em frente. Pergunte-me o que quiser.

Arcturo: - Você já gostou de uma garota?

Elathan: - Já, mas ela acabou morta.

Arcturo: - Sinto muito por isso.

Elathan: - Está apaixonado pelo seu... braço direito?

Arcturo: - É.

Elathan: - Tem bom gosto. Ela é muito bonita. Como é mesmo o nome dela?

Arcturo: - Merope.

Elathan: - Por que não se declara logo?

Arcturo: - Eu às vezes sou tímido perto dela.

Elathan: - É melhor cria coragem. Caso contrário, temo que... não haja outra oportunidade pra isso.

Arcturo: - Obrigado, irmão. Eu posso... te chamar assim?

Elathan: - Claro que pode.

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Narrador (a): Lucine

É tão bom voltar pra casa. Não que eu não goste do templo. Pelo contrário, eu adoro aquele lugar. Me dá muita paz. Mas eu admito que tava com muitas saudades da minha casa, dos meus pais principalmente. Quando fui pro meu quarto, me deparei com o Apolo. Ele deu um sorrisinho, se aproximou de mim e nós nos beijamos. Logo após nos afastarmos, ele acariciou o meu rosto e disse que estava com muitas saudades de mim. Eu disse que também estava com muitas saudades dele, que me pegou no colo e me levou até o lago. Nós passamos a tarde inteira assim: juntos e se divertindo. Foi maravilhoso.

Lucine: - Preocupado?

Apolo: - Um pouco.

Lucine: - O que foi?

Apolo: - Agora que você voltou pra sua casa, você não acha que...

Lucine: - Eu vou ficar bem. Eu sei me cuidar.

Apolo: - Eu sei. E não duvido um cisco disso.

Lucine: - Acho bom.

Apolo: - Eu te amo.

Lucine: - Eu também te amo. Muito.

Continua...

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