Capítulo 46.

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Narrador (a): Amon

Mara e eu tivemos uma noite de amor muito bonita. O engraçado é que... ao mesmo tempo em que nós dois nos sentimos realizados, também nos sentíamos estranhos. Quer dizer... ela e eu não fomos criados num mundo de luz ou coisa parecida. Pelo contrário, ela e eu crescemos num mundo onde somente a escuridão reina. Desde cedo, nós fomos ensinados a ser frios, cruéis e desumanos e que sentimentos como o amor e a amizade eram considerados fraquezas. Mas conforme a guerra foi passando, eu percebi que nem mesmo o fato de termos crescidos cercados por trevas nos impediu de cultivar um sentimento tão puro.

Mara: - No que está pensando?

Amon: - Na minha irmã.

Mara: - A Lissa me disse que ela está bem.

Amon: - Eu sei. Mas...

Mara: - Está contando os dias para vê-la novamente.

Amon: - É. Pra isso e também pra finalmente ir embora daqui com você.

Mara: - Meu irmão está fazendo mistério sobre a data do casamento.

Amon: - Eu sei. Mas uma hora ou outra, ele vai ter que falar.

Mara: - Toma cuidado, meu amor. Se desconfiarem de qualquer coisa, nós estaremos mortos.

Amon: - Não se preocupe. Eu vou tomar cuidado.

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Narrador (a): Urano

Eu estava andando pelo corredor do templo. Iria falar com o sacerdote Mercúrio e a sacerdotisa Vênus e também com o Akira sobre o meu casamento com a Akemi. Foi quando eu percebi que estava sendo seguido. À princípio, eu achei que fosse o Plutão querendo aprontar alguma travessura, mas aí um conjunto de sombras negras se fundiu e eu vi que quem estava me seguindo era uma menina. Eu fiquei na defensiva na hora, já que pelas roupas que ela veste, deve ser uma das sacerdotisas do reino das sombras. Ela até disse que veio em paz, mas mesmo assim, eu não baixei a guarda.

Urano: - Eu nunca imaginei que o Bezalel fosse descer tão baixo a ponto de enviar uma sacerdotisa criança pra nos espionar.

Yanar: - Quantas vezes eu vou ter que repetir que eu vim aqui por vontade própria?

Urano: - Como se eu fosse confiar em alguém do reino das sombras.

Yanar: - Eu sei que você tem os seus motivos pra não confiar em mim.

Urano: - Eu vou dá um voto de confiança. Se eu sonhar que você tá com más intenções, eu chamo os outros sacerdotes e as sacerdotisas.

Yanar: - Tá. Eu vim aqui procurar um amigo. E também falar da Lucine.

Urano: - Amigo? Quem é esse amigo?

Yanar: - O Plutão. Ele e eu morávamos no mesmo vilarejo, mas com o ataque, nós... nos perdemos. Achei que ele tivesse morrido. Mas a Lucine disse que ele estava aqui.

Urano: - Então você é a tal companheira de traquinagens que o Urano tanto fala. Olha mocinha, você deu sorte.

Yanar: - Sério?

Urano: - O Plutão é meu discípulo. Eu posso levá-la até ele. Mas depois, nós vamos até o templo da lua pra você contar as informações que tem em relação à senhorita Aibek. Combinado?

Yanar: - Ótimo! Trato feito.

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Narrador (a): Merope

Arcturo e eu recebemos uma mensagem de Elathan dizendo que a grande guerra está prestes a eclodir. Ele também disse que algumas colegas sacerdotisas dele sabem onde está a senhorita Aibek e também que o casamento dela com o príncipe Deimos foi marcado para breve. Ele também desejou felicidades a mim e ao Arcturo pelo nosso casamento e que lamentou muito não ter comparecido à cerimônia. O meu marido também lamentou muito a ausência do irmão, mas o tranquilizou dizendo que sabia que ele não compareceu por uma boa causa. Nós nos despedimos, já que por conta da missão do Elathan, as conversas entre nós teriam que ser breves para que ninguém desconfiasse.

Merope: - No que está pensando?

Arcturo: - Na batalha final.

Merope: - Nós vamos vencer.

Arcturo: - Eu sei. Não duvido disso. Mas...

Merope: - Nós tivemos muitas perdas. Eu sei. Mas numa guerra, as pessoas morrem de ambos os lados.

Arcturo: - É claro que eu sofri com as baixas que tivemos. Mas pra mim, a maior baixa seria perder você.

Merope: - Eu já disse e vou repetir. Você nunca vai me perder.

Arcturo: - Vai me dizer que não tem medo de que eu morra?

Merope: - Não nego que tenho esse medo. Mas eu confio em você e também na sua coragem.

Arcturo: - Eu te amo, Merope. Muito.

Merope: - Eu também amo você. E é esse amor que me dá forças pra enfrentar qualquer coisa.

Continua...

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