Capítulo 07.

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Narrador (a): Neoma

Estava um dia chuvoso na floresta. Mesmo assim, eu e Lucine decidimos ir ao templo meditar. Chamei a atenção dela várias vezes, mas parece que a minha neta estava perdida em seus próprios pensamentos. Ao que tudo indica, o encontro com o primogênito da família Ravi fez com que os sentimentos dela ficassem um tanto quanto... bagunçados. Claro que ela negou quando eu a questionei. Mas eu conheço bem a neta que eu tenho. Além disso, eu também já fui jovem um dia. Já experimentei esses sentimentos.

Jericó: - Vocês ainda estão aqui. Que bom.

Neoma: - Mas o que houve?

Jericó: - As sacerdotisas estão na área de isolamento.

Lucine: - Claro, elas sempre vão pra lá quando é dia chuvoso. Mas o que aconteceu?

Jericó: - O primeiro sacerdote está com problemas.

Neoma: - Como assim?

Jericó: - Eu o encontrei desmaiado.

Lucine: - Mas ele está vivo?

Jericó: - Sim. Mas muito fraco.

Neoma: - E o segundo sacerdote?

Jericó: - Deve está fazendo suas preces. A senhora sabe como ele odeia ser interrompido.

Lucine: - Ele também odeia quando você não o avisa sobre algo.

Neoma: - Minha neta está certa. Vá avisar ao segundo sacerdote. Lucine e eu iremos ver onde está o primeiro.

A partir daqui, foi uma verdadeira correria contra o tempo. Mas a Lucine e eu sabemos muito bem o que está acontecendo com o primeiro sacerdote. Ele foi infectado pela febre da lua. Segundo a minha neta, essa febre não é comum. E eu sinto que ela está certa. A febre da lua comum sempre foi fácil de suportar. E pelos sintomas do sacerdote, eu diria que o que aconteceu foi alguma artimanha das trevas.

Luan: - Lamento pelo sacerdote Chandra.

Lucine: - Meu pai, ele ainda não está morto.

Luna: - Lucine...

Neoma: - Minha neta tem razão. Em partes.

Lucine: - Estão vendo?

Luan: - Mas será que ele... deixou a doença se agravar?

Neoma: - Eu não acredito que isso tenha acontecido meu filho.

Lucine: - Muito menos eu. E caso o senhor tenha esquecido, eu já tive a febre da lua.

Luna: - Eu nunca me esquecerei disso.

Luan: - Nem eu. Eu pensei que fosse te perder, filha.

Neoma: - Mas a minha neta está aqui. Ela é uma mulher forte.

Lucine: - Pai, eu vi como ele estava. O que ele sentia não era característica de uma febre da lua comum.

Luna: - Algum feitiço?

Neoma: - Talvez. Um feitiço acompanhado de uma grande quantidade de pó negro misturado com pó da lua.

Lucine: - Isso pode explicar porque a poeira lunar conseguiu deixar o primeiro sacerdote melhor.

Luan: - Bezalel começou a agir.

Neoma: - Eu mandarei uma mensagem à família Ravi.

Luan: - Faça isso mamãe. Eles têm que saber que a guerra pela proteção das flores já começou.

Continua...

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