Sol e Lua

Capítulo 34.

Narrador (a): Bezalel

Agora sim, agora sim. Estou furioso! Eu estava na sala do trono resolvendo os assuntos da batalha que eu pretendo travar no momento certo quando o meu querido irmão, Abaddon, disse que a minha esposa tinha saído. Eu fui atrás do Hannibal achando que ela estava com ele, mas me enganei redondamente. Eu sei que não tenho motivos pra tanta fúria, até porque eu não sou o mais fiel dos maridos, mas de uns tempos pra cá, a Lilith tem passado por cima da minha autoridade. Eu perguntei onde ela estava. O Hannibal disse que não sabia. Mas um passarinho me contou que a minha mulher tem tentado seduzir um rapaz do mundo mortal. Eu perguntei quem era o infeliz e eu fui atrás da Lilith no reino mortal. Mais precisamente, eu fui pra floresta do sol, entrei na casa da família Ravi e adivinha o que eu encontro? A minha mulher prestes a beijar o primogênito dos Ravi, mas parece que por um milagre, o rapaz não é tão maleável quando a Lilith pensa que é.

Lilith: - Bezalel, o que está fazendo aqui?

Bezalel: - Não se preocupe, minha querida rainha. Aliás, faça de conta que eu não estou aqui. O que foi? Não consegue?

Lilith: - Quem foi que te contou que eu estava aqui?

Bezalel: - Isso não interessa. Aliás, é bom que você esteja aqui. Pois eu quero que você escute o que eu tenho a dizer ao seu mais novo... amante. Ou melhor, o seu novo objeto de conquista.

Apolo: - Bezalel, eu posso explicar.

Bezalel: - Não, nem tente explicar. Aliás, nem precisa. Conheço muito bem minha esposa. Ela sempre consegue me surpreender.

Lilith: - Como uma boa esposa, eu procuro manter o interesse do meu marido sempre vivo.

Apolo: - Só pra ficar claro, eu tenho uma noiva.

Bezalel: - Ah, que ótimo. É a filha única da família Aibek?

Apolo: - É. É ela sim.

Bezalel: - Quer um conselho rapaz? Se case logo e vá pra bem longe. Porque a palma da minha esposa, na maioria das vezes, consegue manter todo e qualquer homem sobre seu controle. Não é a toa que alguns chamam ela de rainha das serpentes.

Apolo: - Eu agradeço pelo conselho. Pode ter certeza de que eu não o esquecerei.

Bezalel: - Ótimo. Vamos Lilith. Temos assuntos para resolver.

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Narrador (a): Kiana

Hoje, a Lucine veio visitar as outras sacerdotisas no templo. Ficamos felizes por ver ela, que por sinal, estava radiante. Disse que teve uma noite super mágica. Eu não entendi direito o que ela quis dizer com isso, afinal, eu só sou uma criança. Mas a minha mestra entendeu muito bem e quando eu perguntei o que a Lucine quis dizer com isso, ela não me respondeu. Disse que eu só ia aprender o significado disso quando eu fosse adulta. E como eu fiquei? Frustrada.

Chantrea: - O que foi Kiana?

Kiana: - Nada.

Chantrea: - Então porque você está com essa cara de emburrada?

Kiana: - É que eu perguntei uma coisa pra minha mestra e ela disse que eu só vou saber o significado dessa coisa quando eu tiver adulta.

Chantrea: - Sabe, a sua mestra é uma das pessoas mais atrapalhadas que eu já vi na minha vida.

Kiana: - Mas?

Chantrea: - Mas em alguns pontos, ela até que tem razão. Dê tempo ao tempo.

Kiana: - Mas eu não sou tão criança assim.

Chantrea: - Pra algumas coisas, não. Mas pra outras, sim.

Kiana: - Mas...

Chantrea: - Kiana, quando a hora chegar, vai entender o que eu digo.

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Narrador (a): Plutão

Quando o Hélio, o Lucas, o Bryan e o Aquiles apareceram com a Luana, eu fiquei pasmo. Não pensei duas vezes, saí correndo, quase tropecei, o que não é novidade nenhuma porque eu sou um desastrado e quando eu corro, tropeço ou quase derrubo alguma coisa. Mas enfim, o fato é que eu cheguei na sala da sacerdotisa Vênus super exausto e contei tudo pra ela. Claro que no começo, ela achou que eu estava de brincadeira com a cara dela, até puxou a minha orelha, mas eu consegui convencer ela a ir ver com os próprios olhos. Ela ficou em choque, e não é pra menos, afinal todo mundo aqui do templo achou que a Luana tinha morrido.

Plutão: - Mas o que será que aconteceu com ela?

Lucas: - É uma longa história. Mas o que eu posso dizer é que a Luana tava presa no reino das sombras.

Vênus: - Que horror.

Plutão: - Mestra, a senhora está pensando o que eu estou pensando?

Vênus: - Eu acho que sim, Plutão.

Plutão: - Se a Luana tava presa esse tempo inteiro no reino das sombras, então só pode ter sido dela que eles provavelmente estavam extraindo o pó solar.

Lucas: - Será?

Plutão: - É a única explicação. É melhor tomarmos cuidado.

Vênus: - O Plutão está certo. Se Bezalel colocou espiões no templo da lua, deve ter colocado aqui também. Todo o cuidado é pouco. Se nos descuidarmos, tudo estará perdido.

Continua...