Luna Brooks saí dos Estados Unidos e vai para o Japão por causa da empresa de seu pai.
A vida da garota é totalmente rotulada pela mãe, que sonha com a vida de modelo da filha, Luna odeia ser modelo, ela só quer ter a vida de uma típica adolescente...
- BOA IMPRESSÃO! É isso que você tem que causar! - minha mãe estava mais empolgada que eu para meu primeiro dia de aula - Acho que essa blusa ficará perfeita, coloque os saltos pretos! - fala sério, quem vai de salto para a escola?
Coloquei a roupa que me foi imposta e então estava "perfeita" aos olhos da "chefe/mãe".
- Sabe o caminho para o colégio, certo? Ou eu posso te levar de carro! - ela falava enquanto estávamos diante da mesa de café da manhã.
- Eu posso ir sozinha! - dispensei a carona, vi um bolo com uma cara bem apetitosa e fui pegar um pedaço, mas recebi um leve tapa na mão.
- Esse bolo não é para você, imagine quantas calorias, tome aqui - ela me entregou uma maçã - E é sem agrotóxico!
- Que legal! - falei irônico e peguei a merda da maçã - Tchau! - alcancei minha mochila e sai de casa sem me despedir.
Olhei para todos os lados da rua para ver se não estava sendo vigiada e tirei as porcarias dos saltos, tirei da mochila meu velho all star que eu guardo escondido a anos e calcei, joguei os saltos no lugar dele, tirei a blusa social e por baixo dela eu estava vestindo uma camiseta que era 3 vezes o meu tamanho.
- Ótimo! - conferi como eu estava e continuei meu caminho ao Fukurodani.
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- Oi... - uma menina baixinha e sorridente se aproximou de mim, eu estava sentada no meu lugar na sala - Você é nova não é?
- Sim - respondi sem dar muito atenção, eu sou horrível em socialização.
- Mia Sato! - ela se apresentou sorrindo e eu assenti com a cabeça - E você?
- Luna Brooks... - falei simples.
- Não é daqui? - Isso é uma entrevista, porque se for eu não deveria ter tirado as merdas dos saltos e nem a camisa social.
- Não sou - ela me olhou esperando eu continuar, não seja ácida Luna, a garota não tem culpa de nada - Sou dos Estados Unidos, cheguei aqui semana passada.
- Ai que legal! Americana! Tem irmão? - Com certeza estou sendo entrevistada.
- Não... - falei ficando pensativa.
Pelo menos não agora, eu tinha uma irmã gêmea, ela morreu em um acidente à 5 anos, Lisy, ela era incrível, sorridente, sociável, ou seja tudo que não sou. Lisy sim tinha o sonho de modelar, ela amava os flashes, mas o sonho dela foi interrompido, minha mãe ficou em depressão por perder a filha perfeita, meu pai se fechou ainda mais, e eu? Sofri muito, Lisy era tudo para mim. Ela morreu sem realizar seus sonhos e agora eu vivo os sonhos dela, minha mãe não me enxerga como Luna, me enxerga como a Lisy, eu perdi totalmente minha identidade e vivo a vida dela. Se engana quem acha que foi a Lisy que morreu aquele dia, na verdade quem morreu foi eu.
- Eu tenho três irmãos! - a garota começou a tagarelar no meu lado.
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