Capítulo 15. A Rainha Está Louca!

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"Como eu poderia saber?
Como eu poderia saber dessa emoção sombria?"
Tame Impala - Boderline

Eu estava terrivelmente tonta enquanto era ajudada a descer, e completamente deselegante vomitando em um balde que alguns funcionários me ofereceram. Aiden continuava me olhando com aquela expressão de paisagem como se nada tivesse acontecendo ao tempo em que eu colocava minhas tripas para fora. O vento continuava batendo no rosto perfeitamente diagramado dele como se eu estivesse vendo algum filme de romance.

Puta beleza desbalanceada, bicho.

- Você está me olhando enquanto vomita. - Ele riu. - Minha aparência está tão ruim?

- Não estou vomitando por sua causa, deixe de ser besta. - Um rapaz com cara de nojo me ofereceu um pacote inteiro de lenços umedecidos e uma caixa de chicletes sabor canela. Eu abri aquilo e limpei minha boca de forma frenética para depois colocar toda aquela massa doce em minha boca. - Pare de olhar para mim, isso é constrangedor!

Ele virou o rosto e suspirou brincando com seus óculos de sol nos dedos.

Bem, se eu soubesse o que aconteceria naquele dia, iria preferir ficar na minha casa e escutar Carmem, mas como eu sou uma ridícula curiosa e incorrigível, tive que ir pelo caminho mais tortuoso.


Como esperado, pegamos outro carro para sermos levados ao local do velório, uma mansão enorme e feita de madeira.

- Onde nós estamos? - Perguntei observando o carro entrar pelos portões de ferro da enorme propriedade.

- Estamos no Rio Grande do Sul, em Gramado. - Disse com um sorriso no rosto e me olhando de soslaio. - Nunca veio ao Sul?

- Não, eu só saí da Bahia para Nebulosa e de Nebulosa para Bahia. - Falei dando tapinhas no meu joelho por cima da saia.

- Então se considere com sorte. Depois do nosso acordo, você vai conhecer muitos lugares do mundo. - Suspirou. - Pretendo voltar para visitar a Itália um dia desses.

Suspirei.

Bem, eu imaginei que poderia colocar secretamente meu plano de descobrir algumas coisas em ação ao chegar na mansão cheia de paredes de vidro, várias fontes e estátuas gregas como decoração. O lugar era completamente branco, doía meus olhos.

Aiden abriu a porta do meu lado e me deu a mão, estava me sentindo a Gisele Bündchen com o vento batendo em meu rosto enquanto me levantava, mas eu tive vontade de abrir um buraco e me jogar nele quando olhei para frente e avistei várias pessoas de preto e vermelho olhando para nós.

Estavam quase espremendo os rostos no vidro, juro.

- Aiden, tem alguma coisa no meu dente? - Perguntei quando o carro se foi e Aiden me deu o braço para segurar. - Eles estão todos silenciosos e nos olhando sem piscar. Assustador.

- Estão admirando sua beleza, não se preocupe. - Mordi minha bochecha quando começamos a subir aquelas escadas brancas em direção á porta.


Provavelmente o que Madinson havia dito era verdade, sobre eu ser um tipo de entretenimento para essas pessoas. Aiden havia ido conversar com parentes, me apresentou e depois começaram a conversar em uma língua que eu juro por Deus, não consegui identificar qual era.

Tudo isso resultou na minha pessoa sentada em um sofá branco completamente confortável olhando para minhas unhas enquanto rezava para o tempo passar mais rápido.

- Você não me ouviu mesmo, não é? - Ouvi aquela voz aguda e o cheiro doce de perfume batendo em meu rosto como um tapa.

Levantei os olhos dos saltos pretos até o vestido azul turquesa. Ela usava mangas longas e braceletes que cobriam todos seus pulsos brancos, os cabelos loiros estavam presos em um rabo de cavalo.

Amélia, Da Cor do Sangue ‐ Livro O1 {CONCLUÍDO}Onde histórias criam vida. Descubra agora