"Queria que eu pudesse
Queria que eu pudesse achar meu único amor verdadeiro essa noite
Você acha que ele poderia ser você?"
Lana Dei Rey - Serial KillerSentada sobre as cadeiras confortáveis da lavanderia da senhora Helena, eu lia uma revista de fofoca sobre meu marido. Na verdade ele não sabia que éramos casados, então estávamos em um relacionamento aberto no momento, até porque ele morava do outro lado do mundo, então eu e Henri Cavil não nos encontraremos muito cedo.
— Por que está com essa cara boba, Amélia? – A senhora de pele morena e cabelos brancos e óculos enormes passou em minha frente segurando várias cobertas nos ombros. – Namorado novo?
Eu gargalhei observando a foto do ator nas folhas da revista. Oh, Deus, quem dera, mas eu não estava pegando nem resfriado, quanto menos um homem daqueles.
— De quem é a roupa que você colocou para lavar? – Levantei o rosto para observar as máquinas azuis trêmulas. – Eu sei que é de homem por causa do perfume, e a etiqueta tem o nome de uma pessoa para encomenda. Acho que está escrito Adam, Adiam...
— É Aiden, vó Helena. – Sorri para a mulher, que semicerrou os olhos e inclinou a cabeça. – E a senhora deveria fazer parte do FBI ou investigadora da polícia. O que mais descobriu sobre ele apenas observando o sobretudo?
— Ele é rico, não é? – Ela colocou as roupas dentro de uma máquina de vapor.
— Podre de rico. – Respondi.
— Foi por culpa dele que você se envolveu em uma briga? Estou vendo as suas cicatrizes. Isso me lembra meu tempo de quando eu era jovem. – Olhou para cima suspirando. – Oh deuses, por pouco não disputei o mundial de boxe, uma pena que não me aceitaram por ser mulher.
— Ah, isso foi outra coisa, Dona Helena. Eu dei uma surra em um estrume. Gostaria de tê-la chamado para me ajudar.
— Foi merecido?
— Acho que o que eu bati foi insuficiente. Arranquei apenas um dente.
— Mas que pena, minha menina. Vou lhe conseguir um daqueles instrumentos... Como se chamam? Ah, um soco inglês! Isso! – Eu ri.
— Está tudo bem agora, Senhora Helena. Acho que ele não vai mais me importunar.
Lembrei do rosto de Aiden dizendo que eu havia encontrado um problema maior, e um frio na barriga interrompeu a conversa.
— E então? Onde conheceu esse homem misterioso e rico?
Contei tudo para ela, menos é claro, a parte sobre quem eu surrei. Cleber era um homem conhecido em Nebulosa e no mundo inteiro.
— Ele me pagou salgadinhos porque eu estava triste. – Folheei a revista. – Foi em um bar de pessoas ricas. Nem sei o motivo de ter entrado lá.
— Amélia, tome cuidado com essas pessoas pagando as coisas para você. Ele podia ser um traficante de órgãos.
— Meu Deus, sim! Exatamente o que eu pensei!
Respondi enquanto ela me devolvia o sobretudo bem guardado em plástico transparente e gargalhava. Coloquei as notas acima de sua mesinha do balcão e me virei para ir embora, levando a revista discretamente e me despedindo.
Ainda estava frio, muito frio.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amélia, Da Cor do Sangue ‐ Livro O1 {CONCLUÍDO}
Science Fiction{OBRA DEVIDAMENTE REGISTRADA NA BIBLIOTECA NACIONAL} - "A sequência desse livro, "A Desolação de Amélia - Livro O2" está disponível aqui na plataforma também. - • Amélia odeia o vermelho, ela odeia sangue, tudo por causa da sua fobia pelo líquido. A...