Capitulo 35. Deus do Caos

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Sete demônios estão ao meu redor;
Sete demônios vivem na minha casa;
Veja, eles estavam lá quando acordei esta manhã;
Eu estarei morta antes do dia acabar”

Seven Devils - Florence and the machine

Tudo se transformou em uma certa confusão generalizada. 

Quando Mabel foi levada tendo convulsões em uma maca pelos vidrados vestidos de branco, todos correram para fora dos quartos e dos salões nos fundos, gritavam passando pelo corredor e reclamavam pela falta de segurança, pela invasão aos Diavol que havia ocorrido naquele momento.

Eu suspirei me perguntando onde estavam os meus outros três seguranças, e quando não vi nenhum deles perto de mim, algum Diavol aleatório pegou minha mão no corredor e me arrastou para fora. Uma mulher de cabelos longos escuros e pele da mesma cor, me pegou pelo braço e o levantou quando estávamos fora dos Domínios Diavol, me fez rodopiar e olhou meu rosto, inspecionando assim como outros curiosos atrás dela, como se faz ao observar um objeto novo que caiu e poderia ter trincado.

Levantei uma sobrancelha com aquilo e me afastei das suas mãos, fazendo sua preocupação desaparecer ao ver que eu não estava... “quebrada”. 

Mas então várias outras centenas de aranhas do tamanho de grãos de feijão, estavam subindo e descendo as colunas enormes, as paredes, andando pelo chão e depois subindo nas pernas dos Diavol que se tornaram desesperados.

Houveram gritos, copos se quebrando, pessoas bem arrumadas se jogando no chão e subindo em mesas, outros pisavam nas aranhas lustrosas, mas quando levantavam os pés, elas se encontravam inteiras e grudadas em seus sapatos prontas para subir pelo seu corpo.

Eu fiquei em pânico vendo todos eles se debatendo e comecei a correr para fora do lugar, pulando o chão branco cheio de aranhas andando com suas oito patas de um lado para o outro, com medo de acabar escorregando e caindo sobre elas.

Eu abri a porta do salão com desespero e corri para fora, me apressando para me afastar da porta entreaberta e sair para o jardim quando os vidros das janelas foram cobertos por dentro pelo amontoado de animais e eu ainda escutava as pessoas gritando. 

Suspirei e fiquei estática por dois minutos, imaginando o que estava acontecendo ali.

Comecei a sentir formigamentos imaginários nas minhas pernas e bati na saia do vestido com medo de algum daqueles animais ter se agarrado ao tecido. 

"Bens e riquezas, pense neles. Pense neles."

Suspirei me abrigando debaixo de um pequeno teto de praça feito de cercas vivas e encostando minhas costas na mureta de pedra enquanto os outros ainda gritavam lá dentro, e vendo a porta se mexer com alguém tentando abrir para fugir, deduzi que estava trancada. 

Como poderia estar trancada? Eu tinha acabado de sair!

Me afastei mais, seguindo para onde havia uma grande fonte redonda com uma sereia nua tocando uma harpa, a água congelada saía de seus olhos escorrendo por seus seios e depois pela cauda dobrada, caindo na enorme piscina redonda de pedra.

Suspirei com o silêncio e sentindo raiva por Aiden não estar ali.

Mordi o lábio me virando para a fonte, tomando o maior susto da minha vida.

— Sunshine, você demorou mais do que eu esperava. — Sussurrou Eris sentado sobre a borda da fonte, as pernas na calça preta e lustrosa cruzadas debaixo da longa saia azul transparente com pequenas luas e estrelas bordadas em branco. — Deveria ter saído antes, uma de minhas pequenas poderia ter se confundido e picado você.

Amélia, Da Cor do Sangue ‐ Livro O1 {CONCLUÍDO}Onde histórias criam vida. Descubra agora