Capítulo 13. Agentes do Caos

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"Eu sou quase a própria má sorte encarnada querido, você sabe,
Ela me segue por toda parte
E eu não preciso da sua simpatia, não
Eu preciso de um milagre do caralho."
XYLØ- Afterlife

Minhas pernas estavam tremendo enquanto Aiden quase me arrastava para atrás das cortinas que cobriam a maior parte das paredes do nosso andar.

As luzes começaram a piscar e em um determinado momento ficamos em um breu completo, foi quando as pessoas começaram a gritar de verdade. A luz ia e voltava a todo tempo, e isso me fazia ficar com vontade de correr para a cama da mimha mãe.

De repente eu tinha virado uma batata de tão inútil.

Ele me mandou abaixar e ficar sentada, não levantar em nenhuma hipótese fosse qualquer barulho que eu ouvisse.

- Mas aonde você está indo? - Perguntei ainda ouvindo os barulhos, as pessoas correndo e coisas quebrando. Eu estava segurando o pano de sua echarpe. - A gente 'tá no meio de um tiroteio!

- Preciso encontrar Madinson. - Falou firmemente e de modo calmo. Tive mais medo da reação natural de Aiden do que dos gritos. Ele retirou cuidadosamente meus dedos do tecido de sua roupa. - Mesmo que venham aqui, fique quieta. Não vão fazer nada contra você.

Eu estava completamente aterrorizada, e quando ele se foi, eu tive a certeza de que enquanto procurava a filha, provavelmente Aiden levaria um tiro, eu estaria sozinha e renegada naquele andar sentada sobre um monte de cacos de vidro até que algum assassino louco subisse e também me matasse.

Pensei em meus pais, em que provavelmente eles chorariam minha morte por menos tempo que choraram pela minha irmã mais velha.

Eu estava ouvindo passos cada vez mais pertos, e me escorei mais na parede afim de sumir entre os panos quando o velho que estava de mãos dadas com uma garota que paquerou Aiden mais cedo na festa, estava em uma luta corporal com outro homem maior.

Eles subiram as escadas, passaram por mim enquanto o desconhecido brutamontes carregava uma enorme arma na mão direita e na esquerda o pescoço do velho. O mais fraco teve o corpo magro facilmente jogado da sacada em um grito assustador e atingiu o chão em um baque surdo.

Eu estava mais perdida do que cego em tiroteio, por pouco fazendo xixi nas calças com um medo danado de ser vista, e tudo piorou quando o homem que jogou o velho da sacada percebeu que eu estava lá, e tomando um susto por instantes, olhou para mim surpreso.

Ele era asiático, tinha os olhos puxados como Carmem e seu rosto era cheio de cicatrizes, cortes que pareciam fundos em sua sobrancelha, sua bochecha, queixo e outro maior que contorcia o lado esquerdo de sua boca para baixo. Mantinha os cabelos longos e lisos em uma trança de lado.

Ele ficou me olhando por bastante tempo, até que eu me toquei e esquecendo as palavras de Aiden, desci as escadas trôpega, correndo, jogando os saltos no chão e segurando o vestido enquanto acatava todas as ordens da Amélia que cuidava do meu instinto de perigo.

Rapidamente mudei de ideia e percebi que deveria mesmo ter ficado lá encima, pois estava um caos e correria no andar de baixo. Voltei da área aberta para a parte segura das escadas, imaginei que pudesse subir novamente e entrar em outro andar, mas eu não sabia quando o marombado iria descer novamente, e não queria ficar lá para ver.

Imaginei se eu poderia atravessar aquele salão sem levar uma bala perdida, mas meu corpo me mantinha presa no lugar.

Mordi minha bochecha e estudei começar a correr até o outro lado, onde era coberto por uma escada ondulante e eu poderia muito bem me esconder atrás dela, ou talvez dentro dos banheiros, mas estava escuro demais para saber onde ficavam as portas.

Amélia, Da Cor do Sangue ‐ Livro O1 {CONCLUÍDO}Onde histórias criam vida. Descubra agora