Capítulo 5O. Sentença de Morte

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Bang bang, ele atirou em mim
Bang bang, eu caí no chão
Bang bang, aquele foi um som horrível

Shot me down - David Guetta

Eu ainda estava tonta enquanto pensava que antes de descobrir tudo, já estaria completamente quebrada por causa daqueles tombos horríveis.

Mabel estava desmaiada no chão, havia sangue em sua cabeça loira e um quadrado preto apertado entre seus dedos fechados. Tentei chamá-la e sacudi-la, mas não houve nenhuma resposta.

Enquanto eu estava tentando ter certeza de que Mabel estava viva e que meus membros estavam todos nos lugares certos, Mariano tomou minha mão e me forçou a andar cambaleante ao tempo em que procurava algo nos bolsos da calça, xingando quando não encontrou o que queria.

Ele quebrou o vidro do vagão com o cotovelo e me empurrou para fora ao tempo em que pulava junto. Mariano se abaixou e me segurou sobre o próprio ombro enquanto corria comigo por fora do metrô, chutando as garrafas de vidro no processo.

Eu pude distinguir no meio do borrão, as formas vermelhas e pretas correndo atrás de nós, e no meio delas estava Eden atirando para trás com algo que envolvia seus braços inteiros, pareciam pequenos canhões dos tamanhos de seus pulsos. A cada barulho vindo dela, algo explodia em vermelho e manchava o chão enquanto alguém caía.

Apertei a jaqueta de Mariano entre meus dedos quando paramos abruptamente. Ele me colocou atordoada no chão enquanto eu olhava para os lados com o pânico crescendo dentro do meu peito.

Aiden estava ali com o olho esquerdo completamente vermelho de uma explosão hemorrágica ocular. Ele estava mordendo o lábio inferior que já estava vermelho, provavelmente ferido de tanto puxar a pele fina que os revestia.

Ele estava insatisfeito, a raiva banhava o seu rosto bonito enquanto ele falava com Mariano sem olhar para mim.

- Me pegou desprevenido. - Ele falou olhando para Mariano que estendia na direção de Aiden, uma arma que eu nunca tinha visto na minha vida. Uma luz azul brilhava entre os múltiplos canos dela. Parecia ameaçadora. - Mas se me permite dizer, foi bastante patética essa tentativa desesperada. Três de vocês entraram no meu território sorrateiros como ratos acreditando que sairiam ilesos. Eris parece que ainda é uma criancinha que acredita em contos de fadas.

- Onde está seu irmão? - Mariano estava segurando meu braço com pulso firme. - Não falo com subordinados.

Aiden fez uma ruga entre as sobrancelhas.

- Você com certeza não quer me ver irritado. - Aiden falou. - Vamos, entregue minha Amélia de volta. Eu vou pensar em um modo de deixar você voltar para o seu Domínio caso coopere comigo, não sou como seu Mestre que mandou você para a morte certa.

- Você não vai fazer isso. - Falou Mariano com uma risadinha. - Eu conheço sua laia. Tá tentando se fazer de bom moço pra ela, não é?

Mariano apertou meus dedos entre os seus e rangeu os dentes. As pontas de seus dedos estavam tremendo, fazendo com que eu me perguntasse pela primeira vez sobre a origem do apelido de Aiden.

- Só tá esperando ela piscar os olhos pra me cortar no meio com seu grifo. Eu sei disso.

"Ele é chamado de Diabo por um motivo."

Mariano estava fingindo coragem, mas na verdade estava morrendo de medo. Eu conseguia sentir um cheiro ácido como casca de laranja e sufocante como fumaça no ar, especialmente perto dele.

- Então pretende ficar apontando essa arma para mim até quando? - Aiden suspirou e sorriu com pena, completamente calmo. - Vamos, abaixe esse braço. De qualquer forma você não vai conseguir fazer nada. - Aiden abriu os braços mostrando o tronco e dando uma volta inteira sob a mira de Mariano. - Você consegue adivinhar onde fica cada um deles? Tente atirar em mim, vamos fazer uma aposta, se você acertar ao menos um dos meus corações, vou dar tempo o suficiente para você chegar até a superfície e quem sabe... tentar correr.

Amélia, Da Cor do Sangue ‐ Livro O1 {CONCLUÍDO}Onde histórias criam vida. Descubra agora