"É melhor você aprender a voar, menina
Porque eles vão apontar você direto para o céu"In The Heat Of Moment- Noel Gallagher
Aiden me levou para um longo corredor iluminado no início, porém quanto mais andávamos, mais ele se tornava escuro e as paredes brancas viravam vermelhas carmesim.
Meu coração disparou em pânico.
— Onde a gente vai? — Perguntei parando de andar e obrigando Aiden a fazer o mesmo. Ele olhou para mim por cima do ombro sem entender.
— Há um templo embaixo da casa, queria mostrá-lo a você e lhe contar sobre as escarificações. Você não quer?
Pisquei por um momento enquanto olhava o rosto de Aiden que não aparentava a idade que possuía.
Os corredores eram frios e ventavam muito mesmo que não houvesse janelas. As paredes eram brilhantes e vermelhas, e ao invés de luz elétrica, naquela pequena parte, lampiões de querosene eram pendurados como se aquele lugar fosse muito antigo.
Eu iria com Aiden, estava curiosa demais sobre isso, mas o pânico pelo local subterrâneo, apertado e vermelho era pior.
Eu odiava o vermelho, odiava locais apertados e escuros, não sabia que seria possível juntar tudo isso em uma coisa só.
— Eu não vou ir com você até lá não. — Murmurei. — Nem é fazendo desfeita por você querer me mostrar uma coisa que parece sagrada 'pra você, é que eu não consigo ficar em locais assim tão fundos e fechados.
Ainda mais se o lugar for vermelho.
Aiden estava me observando com cuidado.
— Você tem claustrofobia? — Perguntou suspirando. Seu rosto parecia um tanto decepcionado.
— Acho que sim. — Ele sorriu me puxando para o outro lado do corredor por onde viemos.
— Ah, então tudo bem. Vamos voltar.
Eu quis passar mal olhando para toda aquela cor forte do corredor, as mãos enluvadas de Aiden estavam agarradas aos meus dedos suados quando meu estômago pareceu girar e a bile subir a garganta.
Desde criança, sempre odiei o vermelho, sempre tive pânico dessa cor. Não sabia ao certo o que causou isso, achava que provavelmente era apenas uma fobia estranha.
Suspirei observando o chão brilhante e preto, as paredes vermelhas mudando novamente dando lugar ao branco e bege ao tempo em que andávamos.
Finalmente pude suspirar e o peso desapareceu de meus ombros.
Aiden acariciou meus ombros com ambas as mãos, e eu nem percebi que estava suando.
— Está tudo bem, não precisamos descer lá se você não quiser. — Uma mecha de cabelo seu estava cobrindo um dos olhos azuis. — Vamos até meu escritório, há muitas janelas e é um local aberto.
Passei o braço pela testa e umedeci os lábios secos.
— Parece melhor.
Ele ainda estava segurando minha mão, e parecia muito apressado.
●
Aiden estava certo, haviam muitas janelas e o local era consideravelmente iluminado. As paredes eram todas brancas, com exceção de uma única da cor vinho justamente onde estava sua mesa e cadeira.Todas elas possuíam quadros pintados de forma realista, e prestando mais atenção, percebi que em todos eles várias flores brancas cobriam a tela mesmo que fossem imagens diferentes e sem ligação.
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Amélia, Da Cor do Sangue ‐ Livro O1 {CONCLUÍDO}
Ficção Científica{OBRA DEVIDAMENTE REGISTRADA NA BIBLIOTECA NACIONAL} - "A sequência desse livro, "A Desolação de Amélia - Livro O2" está disponível aqui na plataforma também. - • Amélia odeia o vermelho, ela odeia sangue, tudo por causa da sua fobia pelo líquido. A...