36: Eu sinto muito...

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26/04/2018, 10:31AM
9 dias após o sequestro.

A fascinante Olivia Hawkins não sai da minha cabeça.

Dentre tantos adjetivos que eu poderia somar a ela, acredito que fascinante é o que mais se adequa a sua magnífica pessoa. É claro que muitos outros também combinam, porém a atração e fascínio que ela me faz sentir é surreal, e é a característica que mais aprecio nela.

Confesso que quando o caso se deu início, esperava que nosso relacionamento seria estritamente profissional, mas para minha surpresa aquela garota conseguiu explorar cada pequena brecha para me conhecer melhor, e quando me dei conta ela havia se tornado bem mais do que uma simples companheira de investigações. Se tornou uma amiga e, por fim, a pessoa que eu mais me importo, se igualando até mesmo com as minhas irmãs.

Esses sentimentos a princípio foram difíceis de de reconhecer e processar, mas notei que havia algo de errado comigo a partir de quando, ao receber alguma mensagem dela, meu coração batia mais forte, e eu sentia que nada mais no mundo importava enquanto eu conversava com a Olivia. De repente, me encontrei tão envolto nesse laço mortal que é o sentimento que tenho por ela que Olivia ocupava sete a cada dez pensamentos meus, e os outros três eu pensava em como eu e ela resolveríamos o caso e encontraríamos a Hannah. Minhas prioridades foram completamente alteradas, e tudo por causa de alguém que eu conheci tem poucos dias.

Essa mulher mexe comigo.

Me locomovi para lá e para cá por muito tempo. Viajei de ônibus, trem, metrô, de carona e andando por diversas cidades, espalhando pistas falsas sobre o meu paradeiro para garantir uma boa distância entre mim e os meus perseguidores e sutilmente me aproximei de Duskwood, agora estando a mais ou menos quarenta quilômetros da cidade, finalmente me dei um descanso, e passei a madrugada em um quarto de um hotel de beira de estrada.

Tirei algum tempo para me atualizar sobre o caso, lendo mensagens e observando as informações que Olivia havia conseguido, e depois dormi apenas o necessário para que a exaustão não me vencesse, e levantei cedo para limpar meus rastros. Consegui sair pouco depois do amanhecer, e continuei minha jornada até a cidade.

Chegando por volta das dez da manhã, peguei meu celular e enviei uma mensagem para Chester confirmando a minha segurança, e de repente senti um enorme desejo de falar com a Olivia.

Eu sabia que não era seguro, e que eu não podia me dar ao luxo agora, mas... eu não aguentava mais.

Vi que ela estava online, então decidi aproveitar a oportunidade, então a mandei uma mensagem.

[??? está agora online]

[???] Olá, Olivia.

[Olivia está agora online]

[Olivia] Olá, Jake
[Olivia] Quase pensei que eles tinham te pego
[???] Não vou facilitar pra eles.
[???] Lamento não ter conseguido entrar em contato com você...
[???] Mas, como posso ver, você se deu muito bem sem mim.
[Olivia] Há muito em jogo
[Olivia] E temos muito o que discutir
[???] Isso mesmo
[???] Eu também já li algumas das suas conversas para me preparar para nossa conversa.
[Olivia] Excelente.
[Olivia] Isso acelera as coisas
[???] Essa foi a minha intenção.
[???] Então, a Jessica foi atacada...
[Olivia] Bem na frente dos meus olhos.
[???] O ataque deve ter sido terrível pra você.
[Olivia] Quem fez isso vai pagar, pode ter certeza.
[Olivia] Você não me disse que os outros estavam seguros?
[Olivia] Tudo não passava de ameaças vazias?
[???] Eu estava errado.
[???] Eu subestimei o sequestrador.
[???] E isso só nos mostra mais claramente o quão sou dependente de você.
[???] Mas por que a Jessica? Isso faz sentido pra você de alguma forma?

Caso: Hannah DonfortOnde histórias criam vida. Descubra agora