18: Alfie no Ferro-Velho

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Olhei a mensagem de voz que o hacker me mandou, e fiquei levemente receosa para escutar, porém imaginei que seria apenas um medo bobo, sem razão para existir, e então aumentei o volume dos auto falantes do aparelho e apertei para começar a escutar, ouvindo o diálogo a seguir num volume audível.

- Sobre o que você gostaria de falar hoje, Hannah? - a primeira voz, grave e masculina, falava com formalidade, imaginei que seria do Doutor Ulric. Como não recebeu nenhuma resposta, ele continuou: - Hannah? Você está me ouvindo?

- Sim. Desculpe, Dr. Barret - ela respondeu.

- Não precisa se desculpar, Hannah. Temos todo o tempo do mundo. Eu só tinha que ter certeza de que você está comigo.

Ocorreu um breve intervalo, mas logo Hannah prosseguiu:

- ... eu estou sendo seguida.

- Você me disse algo semelhante da última vez...

- Mas dessa vez é diferente! Eu... eu... eu apenas sei.

- Isso tem algo haver com o seu passado? Essa pessoa que está perseguindo você... esse estranho... está de forma ligado ao que aconteceu naquele dia na floresta?

Hannah suspirou frustrada.

- Eu sei que você não acredita em mim.

- Eu nunca disse isso.

- Ele estava lá, na floresta, nos observando - ela confessou após uma pequena pausa. - Eu não tinha certeza, mas hoje eu tenho.

- Eu acho que seria uma boa ideia se você me dissesse o que aconteceu na floresta.

- Eu já te contei um milhão de vezes.

- Mas talvez hoje você conte a história de alguma forma diferente hoje?

Ela ficou em silêncio.

- Hannah, vocês eram crianças-

- A Jennifer tinha a mesma idade que eu tenho hoje. Você sabia?

- Eu acho que devemos fazer uma pequena pausa.

Quando o áudio se encerrou, eu fiquei em um breve estado de choque. Escutei mais uma, duas, três, quatro vezes o mesmo diálogo, e assimilei cada pequena informação. Ao mesmo tempo que eu havia conseguido alguns esclarecimentos, mais mil dúvidas surgiram, todas de uma vez só.

Hannah estava sendo observada desde bem mais cedo do que eu esperava, mas ainda não obtive nenhum esclarecimento sobre quem seria seu perseguidor. Além disso, tínhamos um possível dono para a pulseira: Jennifer alguma coisa. Bem, torci no âmago para que talvez o hacker tivesse percebido alguma coisa.

[Olivia] Essa é uma grande descoberta.
[???] Sim, com certeza é.
[???] Podemos falar sobre essa gravação?
[Olivia] Sim, claro
[Olivia] Pode ser em ligação?
[???] Sim, apenas me dê um minuto.

Após alguns instantes de aguardo, o hacker me ligou e então eu deixei no viva voz.

- Vamos começar - a voz robotizada me falou. - A Hannah estava sendo perseguida.

- E ela já tinha contado isso para o médico.

- Verdade. E eu acho que podemos supor que esse perseguidor mais tarde se transformou em seu sequestrador.

- Concordo. Além disso, o médico não parecia acreditar no que ela estava dizendo.

- Sim, mesmo não admitindo com todas as palavras. A Hannah tinha plena certeza de que ele não acreditava que ela estava sendo perseguida. Outra coisa que eu achei interessante foi quando ele falou sobre o incidente "daquela época"... isso me fez lembrar de algo.

Caso: Hannah DonfortOnde histórias criam vida. Descubra agora