Caso: Hannah Donfort

2: Por dentro do caso

Terminei de me arrumar para o trabalho mais cedo do que esperava, então decidi tentar descriptografar algo na nuvem de Hannah enquanto ainda não chegava a hora de sair de casa. Abri um programa o qual o hacker havia me dado acesso pelo meu celular e então passei quase meia hora direto tentando, sem sucesso. Ele havia me dito que seria complexo, mas eu não esperava que seria tanto. Gostaria que ele tivesse me detalhado o que eu deveria fazer exatamente para obter acesso à nuvem da Hannah, mas como não disse, fiquei maior parte do tempo tentando compreender o que deveria ser feito.

Quando já havia entendido o que era para eu fazer, se tornou mais fácil do que eu esperava, até mesmo entediante. Havia conseguido resolver pequena parte, contudo, parei com o que estava fazendo quando recebi uma mensagem de Cleo, e agradeci internamente por essa pausa em minha missão, que deveria ser a pior parte nesse meu novo bico como detetive, sem sombra de dúvida.

Abri a conversa sem demora, então li sua mensagem:

[Cleo] Estou a caminho do trabalho, mas queria adicionar você
[Olivia] Certo
[Cleo] Até mais
[Olivia] Até

[Cleo está agora offline]

Confesso que fiquei decepcionada com essa conversa, pois esperava um diálogo mais revelador e interessante. Expressei frustração ao pensar que deveria voltar ao trabalho de "assistente de hacker", e novamente me senti grata quando foi Thomas que me enviou uma mensagem dessa vez.

[Thomas está agora online]

[Thomas] Ok
[Thomas] Estou de volta
[Olivia] Oi, Thomas
[Thomas] Oi
[Thomas] Hum, onde nós paramos?...
[Thomas] Ah sim, nós conversamos sobre o seu número.
[Thomas] Parece que eu te trouxe pro jogo apenas pra distrair as pessoas de mim.
[Thomas] "Ei, pessoal! Escutem! Se eu fizesse algo com a Hannah, eu mesmo não escreveria essas coisas! É melhor dar uma olhada na pessoa dona desse número."

"Ainda bem que ele tem noção do quão suspeito é. Isso significa que, muito provavelmente, ele não fez isso."

[Olivia] Entendi
[Thomas] Bem
[Olivia] ... você já é um dos suspeitos, não é?
[Thomas] Sim
[Olivia] Os parceiros normalmente são sempre os suspeitos número um da polícia
[Thomas] Talvez
[Thomas] Mas mudando de assunto...
[Olivia] Pode me contar algo sobre você?

Enquanto conversava com Thomas, me levantei e saí do quarto, cruzando o pequeno corredor e descendo as escadas rumo o primeiro andar da casa. Andei mais devagar do que o comum, já que estava atenta às mensagens que recebia e tinha que tomar cuidado para não cair da escada.

[Thomas] Não há nada que valha a pena mencionar
[Thomas] Eu sou o namorado da Hannah, isso você já sabe.
[Thomas] E eu faria qualquer coisa para encontrá-la

"Ele não me parece mais tão suspeito, é só um namorado preocupado e desesperado para encontrar Hannah."

[Olivia] Eu imaginei que você seria esse tipo de cara, Thomas. 🙂
[Thomas] Você julgou o Richy de ser um cara ótimo imediatamente
[Olivia] Onde você quer chegar com isso?
[Thomas] Quer dizer
[Thomas] Eu tive experiências ruins no passado. Eu julguei mal e confiei nas pessoas muito rapidamente.
[Thomas] Pode ser que você se engane com suas primeiras impressões...
[Thomas] Ainda mais se você conhece a pessoa através de um bate-papo

"Isso era para ser um conselho seu, Thomas?"

[Olivia] Obrigada pelo aviso.
[Thomas] ... Bem
[Thomas] Como você pode ver, eu não sou muito bom em falar de mim.
[Thomas] Vamos falar sobre outra coisa?

Havia terminado de descer pelo último degrau da escada quando Thomas mudou de assunto, então parei um pouco para pensar no que dizer no momento. Sabia, no momento, o motivo pelo qual meu número não foi encaminhado às autoridades e também que conversava com um dos principais suspeitos da polícia no momento, talvez o único que eles tinham. Tive dificuldade para pensar no que dizer a seguir, até que me veio em mente a conversa entre Jessy e Dan, e isso me motivou a perguntar mais a respeito das pessoas que, assim como Thomas, procuravam por Hannah sem depender das autoridades.