35: Encontro com Margareth

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Alan acelerou o carro para chegarmos na casa da Jessy o quanto antes. Eu mal pude acompanhar a série de acontecimentos a partir de quando aquele homem sem rosto nos abordou até chegarmos na casa, e quando me dei conta, o carro do Alan estava na garagem e nós três estávamos na sala, sendo que Alan não parava de espiar pelas frestas entre a cortina da sala, talvez temendo que aquele desgraçado tivesse nos seguido.

- Vocês podem me explicar o que aconteceu? - Jessy estava confusa e preocupada, ainda mais porque até o momento não demos a ela nenhum esclarecimento.

- Pouco depois que saímos do Cisne Negro o sequestrador me ligou pra me ameaçar e quando me dei conta vi que ele estava na calçada, encarando a gente passar enquanto eu falava com ele no telefone - expliquei.

- Céus... vocês estão bem? Ele fez alguma coisa com vocês?

- Por sorte, não - Alan finalmente saiu da janela. - Acelerei tanto o carro que eu podia ter apostado um racha com corredor de Fórmula Um, e ganharia - ele riu de nervoso.

- Fico mais aliviada - ela sorriu. - Mas, de qualquer forma, acho melhor você ficar aqui durante a noite, Alan. Se importa de dormir no sofá?

- Não, muito obrigado pela hospitalidade - Alan agradeceu, e tirou o celular do bolso.

- Vou pegar uns travesseiros e cobertores pra vocês. O Dan deixa umas roupas dele por aqui, acho que vão caber em você, vou pegar uma muda para que você não durma de social.

- Mais uma vez, obrigado - ele pareceu constrangido, sem saber como reagir a enorme hospitalidade da Jessy, que logo deu as costas e subiu até o segundo andar da casa.

Alan desbloqueou a tela do celular enquanto caminhava até um dos sofás, e se sentava nele. Enquanto mexia em algum aplicativo, ele falou:

- Você acha que o sequestrador sabe onde eu moro?

- Eu não sei - essa não era uma pergunta que eu esperava escutar, por isso relutei com minha resposta. - Mas, por que a pergunta?

- É que eu tô hospedando um amigo meu lá em casa, e queria saber disso pra saber se eu preciso explicar toda a situação para ele.

- Acho que é melhor falar que é bom ele se certificar de que tudo está trancado, porque o assassino de uma moça ainda não foi encontrado - comecei a tirar os meus saltos. Meus pés estavam me matando. - É melhor do que encher ele de detalhes e informações que só vão deixar ele ainda mais assustado.

- É, entre o ruim esse é o melhor - Alan sorriu, e fez uma pausa enquanto parecia enviar uma mensagem. - Aliás, Olivia, pelo menos aquele cara não cortou os freios do carro, não é?

- Acho que o sequestrador não é do tipo que gosta de repetir as coisas. Além disso, nós já estamos mais espertos em relação a isso.

- Verdade.

Alan recebeu uma ligação pouco depois, e para preservar a privacidade na conversa dele eu segurei os saltos em uma mão e subi os degraus da escada descalça, indo até o meu quarto para tomar um banho e trocar de roupa.

[...]

28/04/2018, 2:31AM
11 dias após o sequestro.

Pouco depois do calor de toda a situação, eu me encontrei deitada na cama, olhando para o teto. Não conseguia parar de pensar no que aconteceu, e cada pequeno ruído que eu imaginava ouvir, sendo enganada pelas peripécias da minha mente, acabaram me deixando tensa e assustada. Me convenci de que não conseguiria pregar os olhos por mais uma noite, e então peguei meu celular e comecei a descriptografar a nuvem da Hannah, torcendo para que isso me desse sono o bastante para que eu conseguisse dormir.

Caso: Hannah DonfortOnde histórias criam vida. Descubra agora