2° Epílogo: Uma escolha difícil

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Acabei demorando um pouco mais do que eu esperava, mas eis a continuação do final alternativo. Espero que gostem. ;)

Ps: o próximo capítulo já segue com a história em si, baseada nos acontecimentos do fim do capítulo "46: Ideia estúpida".

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29/04/2018, 11:21PM
12 dias após o sequestro.

'Sua chamada está sendo encaminhada para a caixa postal, para gravar uma mensagem, permaneça na ligação após o sinal...'

Essa deveria ser por volta da centésima vez que eu repeti essa ação, e mais uma vez Olivia não me respondeu.

Confesso que agi de modo impensado quando falei com Thomas sobre o assunto, e fui ainda mais sem noção de fazer isso com ela por perto, mas ao mesmo tempo não admito que ela tenha reagido dessa maneira. Não esperava que a Olivia fosse tão sensível dessa forma; e confesso que todas as vezes em que eu decidi ligar para ela, no intuito de resolver as coisas, fora mais por um livramento da minha consciência do que por qualquer outra razão possível.

Agora que ela simplesmente decidiu ignorar tanto a mim quanto ao Thomas, eu já não podia mais fazer nada a respeito, e por isso, deixei a situação de lado.

"Se ela não quer falar com a gente por causa dessa birra toda, o problema já não é mais nosso."

A essa altura, eu estava na casa do Thomas, onde passamos as últimas horas tentando ligar para a Olivia, sem resposta alguma. Como já estava tarde, eu passaria a noite por lá mesmo. Já estava acostumada a dormir no maravilhoso sofá-cama que ele tinha na sala de estar, especialmente desde quando a Hannah sumiu. Era como estar na minha própria casa.

- Mais uma vez, ela não me atendeu - suspirei, repousando o celular sobre as minhas pernas, que estavam dobradas sobre o sofá onde eu passaria a noite.

Thomas estava ao meu lado, e mandava mensagens para alguém.

- Jessy te respondeu? - perguntei, tentando reparar no conteúdo da conversa dele com a pessoa, sem ser êxito.

- Sim - ele respondeu pouco depois de enviar uma mensagem, então bloqueou a tela do aparelho e o segurou com uma das mãos. Pela sua cara, eu já sabia que não havia nada de bom acontecendo.

- Ela não convenceu a Olivia a falar com a gente?

- Pior, - suspirou, e me olhou nos olhos - a Olivia sequer chegou na casa da Jessy ainda.

- Estranho. Já é tarde. O que ela estaria fazendo pelas ruas a essa hora?

- Talvez ela tenha adiantado seu retorno para sua cidade.

- Tenho minhas dúvidas. A Olivia não abandonaria o caso por algo tão... bobo.

- Você nem a conhece de verdade, Cleo. Ninguém a conhece realmente. A Olivia que você conhece pelas mensagens não abandonaria, mas a Olivia de verdade pode ser uma grande covarde que fugiu na primeira oportunidade que teve.

- Você é muito pessimista, Thomas.

- Eu diria que estou sendo realista.

Thomas ficou em silêncio por algum tempo. E quando eu o vi passar a mão pelos cabelos, os deixando bagunçados e desgrenhados, e depois suspirar enquanto alisava a barba espessa, eu percebi que havia algo de errado com ele.

- O que foi, Thomas? - perguntei.

- A Olivia é a única esperança que eu tenho de que a Hannah pode ser encontrada - ele respondeu. Parecia estar tentando controlar suas emoções. - Se ela desistir por nossa causa... nunca vamos encontrar a Hannah e-

Caso: Hannah DonfortOnde histórias criam vida. Descubra agora