31: A roupa

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- Tem uma trilha que leva até a floresta. Seguimos o rastro deles?

Essa pergunta levantada por Cleo enquanto eu terminava de me levantar acabou iniciando uma discussão fervorosa. Ao mesmo tempo que queríamos avançar e descobrir até onde aquela trilha levava havia o medo do desconhecido, sobre o que quer que estivesse para acontecer. Obviamente isso não nos levaria até a Hannah, mas quem sabe não encontraríamos alguma pista sobre o seu paradeiro?

- Temos que fazer isso. Ele pode estar nos levando até a Hannah! - Jessy falou com convicção.

- Ou nos levando para uma armadilha - Richy retrucou.

- Não vamos saber de nada até irmos e descobrirmos com nossos próprios olhos - Cleo adicionou.

- Mas pode ser perigoso. Podemos ser atacados! - Lilly afirmou.

- Sim, o assassino pode estar nos espionando, querendo que sigamos o rastro para então nos atacar - reforçou Thomas.

Me aproximei novamente do grupo com passos mais lentos, e pus minha mão no meu próprio ombro. Meus músculos estavam tensos com toda essa situação, mas mesmo assim não dei tanta importância para isso. Solucionar o caso era mais importante.

Quando cheguei perto deles, todos me encararam, parecendo querer que eu desse meu veredito sobre a situação.

- Olivia, o que você acha: - Jessy falou. - Seguimos a trilha ou não?

Tirei a mão do ombro enquanto olhava para o caminho. Eu queria ir e descobrir até onde o sequestrador nos levaria, mas ao mesmo tempo não sabia se era o certo. Eu garanti ao hacker que eu não os deixaria entrar na floresta, mas agora... é como se tivéssemos o tapete vermelho estendido pelo nosso sequestrador.

Fiquei em silêncio por alguns instantes, mas logo tomei uma decisão:

- Antes que eu responda, quem não quer ir?

Lilly e Thomas ergueram a mão.

- Ótimo - segui com minha linha de raciocínio. - Nós vamos entrar na floresta agora. Mas, no caso, irei apenas eu e Richy.

Cleo e Jessy ficaram indignadas com a situação, mas não dei o tempo para elas se manifestarem em voz alta para evitar discussões.

- Cleo, você não pode ir porque da última vez foi ameaçada pelo sequestrador dentro da floresta; já Jessy, você sabe muito bem que não é seguro para você porque você já foi atacada por ele - expliquei.

- Mas você também já foi ameaçada. Ainda mais do que todos nós - Jessy pareceu não ter gostado da minha explicação. - Você está indo contra sua própria lógica.

- E Richy provavelmente foi marcado também - acrescentou Cleo.

- Pelo contrário, Jessy. Eu só vou porque em momento algum o sequestrador apareceu na minha frente e me ameaçou ou me agrediu. Do mesmo modo, Cleo, o sinal apareceu na garagem dele, e não houve contato direto entre ele e o sequestrador - fiz uma pausa para pentear meus cabelos para trás usando os dedos de uma mão. De repente, fiquei tão concentrada no meu objetivo quanto um cão de caça farejando o seu alvo. - Mas não pensem que vamos escondê-los algo. Vou ligar para vocês e fazer uma chamada de vídeo, então vocês poderão ver tudo o que está acontecendo na floresta.

"Apenas torço para que o sinal dentro do mato seja bom."

No fim, elas acabaram cedendo um pouco contrariadas, e voltaram para perto do carro, onde o sinal estava um pouco melhor. Torci no íntimo para que a ligação não caísse no meio do caminho.

Quando restou somente eu e Richy, nós nos encaramos por alguns instantes. Tínhamos algo em comum naquele momento: nós dois estávamos com medo.

- Bem, eu posso ligar para eles pelo meu celular - avisou Richy.

Caso: Hannah DonfortOnde histórias criam vida. Descubra agora