23. Ameaça Silenciosa

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NOAH URREA

Era estranho não vê-la sempre, estranho não poder brigar com ela por algo de ''errado'' que ela fez, ou melhor, que ela não fez. Ela estava no controle de tudo agora.

Se passaram algumas semanas depois daquele nosso encontro repentino no supermercado, desde então todas as vezes ás exatamente 09:00h da manhã em ponto, ela está na porta da minha casa para pegar minha pequena e leva-lá para escolinha e logo depois eu vou para o trabalho.

Tinha voltado tudo ao normal, mas ao mesmo tempo que tudo estava de volta, tudo estava estranho também, como se nada daquilo fizesse sentido na minha cabeça.

Não conseguia me controlar, uma eletricidade tomava meu corpo sempre que a via na minha frente, com seus típicos shorts de moletom e regata ou quando não é esse conjunto, é com seus moletons largos, que a deixa literalmente a pessoa mais fofa do mundo; sua calça legging preta e o tão viciante tênis de corrida branco. Com seus cabelos loiros longos e os óculos de graus transparente em sua face, era impossível eu não vê-la e não querer atacar aqueles lábios que tanto sinto falta de beijar. Foi ele, o causador de tudo que anda acontecendo dentro de mim, a bagunça de sentimentos misturados e confusos dentro de mim, a falta de tê-la 24h por dia na minha casa cuidando da minha filha e vê-la abrir aquele lindo sorriso e ouvir sua linda e doce voz.

Eram exatamente vinte e quatro hora com meus pensamentos só na loira de olhos verdes, manhã, tarde e noite. E assim piorava ainda mais quando todas as vezes que Maria Alice chegava em casa e contava como seu dia tinha sido fantástico e como havia se divertido com sua titia a tarde inteira.

Como eu iria falar para minha filha que eu estava cansado de só pensar na sua babá e só, mais nada?

''Ah, oi filha! Então, será que você pode parar de falar o quão perfeita a linda e gostosa da sua babá é? Porque eu literalmente só consigo pensar nela e no nosso beijo, motivo no qual ela não vem trabalhar mais aqui em casa.''

Não posso falar isso para uma menina de apenas três anos de idade.

Só posso estar ficando muito louco, com certeza estou com algum parafuso a menos no meu cérebro.

Na minha sala, sentado na minha cadeira, foco meu olhar no computador a minha frente, vendo qual seriam as próximas reuniões que teria até o final do dia. Passavam uma, duas, três horas e o único som que conseguia ouvir era das teclas do computador sendo apertadas pelos meus dedos, formando palavras em resposta a emails formais que outro grandes empresários me mandavam em divulgação a empresa ou algum tipo de parceria, que na maioria das vezes sempre eram recusadas.

Um silencio se estalava em toda minha sala, o que era estranho, pois sempre minha secretária adentrava a sala para me dar alguma informação, mas hoje nem sinal dela tive.

Já preocupado com o silencio que não estava só em minha sala, mas também no resto da empresa. Saio da minha sala pronto para dar uma bela de uma bronca a todos que se mantinham calados e não focados no seu dever. Assim que saio recebo olhares de preocupação para mim e eu olhava para todos sério, mas com um semblante confuso do porquê todos olhavam daquele jeito para mim.

Em um flex, vejo Catarina vindo até a mim com uma cara super preocupada e nervosa.

Mas gente, o que deu nessas pessoas hoje?

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