Capítulo 37

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P.O.V  S/N

Deixei Tom dormindo e pedi um táxi para levar meus pais até o aeroporto. O coração como sempre... apertado, doí toda vez ter que me despedir deles.

- vou sentir falta de vocês - disse com os olhos marejados e meus pais me envolveram em um abraço

- vamos voltar logo tá bem? Não se preocupe - meu pai disse

- seus avós estão aqui, você pode ir ficar com eles quando quiser. - minha mãe disse e depositou um beijo no topo da minha cabeça - juízo tá bom? Tom disse que vai cuidar de você por nós.

- ah ele disse? - ri e ela assentiu - quando que vocês conversaram?

- tem uns dias - piscou para mim - temos de ir agora meu bem, se cuida viu. - me abraçou novamente

- boa viagem, me avisem quando chegarem lá - enxuguei as lágrimas - eu amo vocês.

- também te amamos meu bem. - disse meu pai e me deram um último abraço antes de embarcarem

Esperei eles passaram pelo portão e me virei para ir embora, mas acabei me esbarrando com...

- Pedro? - meus olhos se arregalaram

- eu estava mesmo te procurando - disse ele - não se preocupe, eu estou de saída. Vou voltar para o Brasil.

- e o que você estava fazendo aqui?

- queria acertar as coisas com você, mas não te achei durante esses dias, fui até a casa de seus avós mas eles não estavam. Vim passar o natal aqui, como viagem com meus pais - assenti - e  você está mesmo com o aranha né? Legal.

- e você não tem absolutamente nada a ver com isso. E como que você... por que queria concertar as coisas? Depois de todo esse tempo? De toda a merda que você fez? Como ainda teve coragem de me procurar? - respirei fundo para não me exaltar no meio do aeroporto

- ah s/n, não comece com todo esse drama de novo. Você até que superou rápido não acha? - estreitou os olhos - eu sei que eu errei tá bem? Mas já é passado, esqueça isso.

- esquecer? Pedro você me traiu! Eu gostava de você, pior... eu amava você. Você fez toda aquela merda e me deixou fudida psicologicamente, me deixou num ponto que nem eu achava que tinha saída.

- e já está bem não está? Fez tratamento e agora está com outro cara, problema resolvido. - piscou - não vim aqui pra pedir uma segunda chance, só vim para pedir desculpas.

- desculpas? - arregalei meus olhos

- sim? Olha, eu sei que o que eu fiz não foi certo, a gente viveu um relacionamento de quase 3 anos, querendo ou não foi muito tempo...

- pare. - falei - não fale mais nada, eu tive uma noite boa demais pra você chegar agora e estragar o meu dia.

- teve relações com um cara que você conhece a sei lá, quase um ano e não quis ter comigo que namorei com você por quase 3 anos?

- não se trata de tempo Pedro, e sim da pessoa. E se você me der licença, tenho coisa para fazer, tenha uma boa viagem e se puder nunca mais me procure.

Sai antes de que ele pudesse falar mais alguma coisa, pedi um táxi e fui para a casa de Tom. Olhando a paisagem pela janela do carro, flashes de memórias antigas passavam na minha cabeça, memórias de que queria esquecer. Ver o Pedro me relembrou as noites em claros que eu passei chorando pela traição, todas as sessões de terapia, eu só tinha 15 anos quando comecei meu primeiro relacionamento e olha o que ele me causou. Em maio eu faço 21 anos, ainda sou nova teoricamente, comparado a Tom que vai fazer 23, em junho.

Quando cheguei casa de Tom e fui até o quarto do mesmo, ele ainda dormia, como se não fosse acordar nunca. Me sentei ao lado dele e fiquei acariciando o cabelo do mesmo que logo resmungou...

- você demorou - coçou os olhos - deita aqui, tá cedo ainda.

- não estou com sono - sorri fraco - pode voltar a dormir, vou ficar na sala pra não atrapalhar seu sono.

- ei - segurou meu pulso antes que eu pudesse levantar da cama - o que houve amor?

- eu... - relutei um pouco mas acabei contando sobre o que aconteceu no aeroporto - ...daí eu vim pra cá depois disso. Mas esquece isso, não importa mais.

- ficou surpresa quando viu ele né? - assenti - eu entendo. Vamos esquecer isso tá bem? Fingir que nada aconteceu - levantou o cobertor - agora deita aqui e dorme um pouco, você acordou cedo demais.

- mas eu não estou com sono. - resmunguei enquanto me deitava de frente para ele

- eu conto uma história - sugeriu - qual você quer?

- pequena sereia - sorri para o mesmo que estava com a cara pensativa

- tá bom fecha os olhos - pediu e eu fechei - era uma vez... - senti ele deitar ao meu lado e acariciar meu rosto - esquece o era uma vez, não sei começar história assim. - rimos - era o dia de concerto no reino do rei Tritão, no fundo do mar. A música começou e as sereias começaram a cantar uma melodia mágica que encantava a todos os que a ouviam... Quando chegou a vez de Ariel cantar, a grande concha onde ela deveria estar abriu-se e, para a surpresa de todos, estava vazia...

Tom contou uma boa parte da história e eu realmente fiquei surpresa por ele saber. Depois de um tempo eu acabei pegando no sono, e só me lembro dele ter falado "fim" e deixado um beijo na minha testa, logo me cobrindo e me abraçando para enfim dormirmos novamente

Eu quero vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora