O tempo parecia estar passando mais lento do que Amora pensava.
Já faziam 3 semanas desde a luta e a vitória sobre Lúcifer, e até aquele momento seu amado Fahrad ainda não havia acordado. A vida estava caminhando em câmera lenta, muito lenta.
E para piorar, ultimamente ela estava tendo sérios problemas para dormir. A cerca de uma semana que Amora estava tendo problemas com sonambulismo... e todas as vezes em que acordava, estava sempre no mesmo lugar: o jardim de inverno que ficava no lado leste da propriedade. Frequentemente ela sonhava com um vulto muito claro e de aura serena que a chamava, que a convidava para estar com ele em um local onde poderia ficar em paz e quietude, onde poderia ser plenamente feliz. E quando estava quase alcançando esse vulto, seu coração apertava e a imagem de Fahrad vinha com toda força a sua mente e ela, em seu sonho, clamava por ele pedindo ajuda; e deste modo ela acordava, sobressaltada e muito muito agitada.
Certamente já era hora de ver as anciãs e tentar descobrir o que estava acontecendo. Será que Vladimir havia conseguido de alguma forma lançar alguma maldição sobre ela, ou até mesmo uma de suas bruxas aliadas a ele, estaria fazendo um feitiço para deixá-la desestabilizada? Fosse o que fosse, já não poderia mais deixar esse assunto para depois.
Estava pensando e caminhando pelo corredor do hospital onde Fahrad estava internado, indo em direção a emergência. A cada dia que passava e Fahrad não abria os olhos, seu coração ficava mais apertado. Os médicos disseram que, se ele acordasse, certamente não seria o mesmo. Isso era o que menos importava. Tê-lo de olhos abertos, falando, andando e principalmente, podendo abraçá-lo era tudo o que importava.
Estava quase alcançando a porta quando escutou um grito desesperado de mulher, e em seguida um barulho como se estivessem arremessando objetos contra as paredes. Sem pensar duas vezes ela corre até a sala e o que vê a deixa atordoada... Fahrad. Seu amado e dócil Fahrad, estva completamente nú, com olhos vidrados, jogando os aparelhos da sala para longe dele, enquanto tentava alcançar a pobre enfermeira, que estava encurralada em um canto da sala.
Amora entrou na sala e trancou a porta atrás de si, para evitar que entrassem e a forçassem a sair de lá.
- Fahrad! Meu amor! Olha pra mim! Sou eu, Amora. Estava tão preocupada com voce! – quando ele voltou o seu olhar para ela, a única coisa que pode sentir foi medo. Ele estava se transmutando para sua forma bestial. Sua pele estava ganhando um tom cinza-esverdeado, e sua massa corporal estava aumentando de tamanho e em seus olhos quase não conseguia mais ver a presença de seu querido Fahrad.
A enfermeira, que certamente era humana, estava apavorada sem entender o que estava acontecendo. Depois de resolver o problema de Fahrad, ela teria que apagar esta parte da memória da pobre moça.
Amora respira fundo e decide sentar-se no chão como um convite para que ele fizesse o mesmo, mas não estava surtindo efeito, então levantou-se novamente de forma lenta e suave, tudo para não deixá-lo ainda mais agitado.
- Fahrad, meu amor! Estava com tanta saudade de ver seus lindos olhos abertos. Voce nos deu um susto terrível! Seus pais estão muito preocupados. – ele então parece finalmente começar a lembrar-se. Vem caminhando para ela de forma relutante e sem tirar os olhos de Amora – Eu trouxe meu celular. Voce quer que chame os seus pais? Eles devem ter ido comer alguma coisa. – Fahrad chega bem perto e inala profundamente, como se estivesse tentando reconhecer o cheiro de Amora, e em momento nenhum afasta seu olhar dos olhos de Amora. E foi como se ele finalmente estivesse acordando, e com uma voz gutural, e ainda com muita dificuldade, tenta articular as palavras
- A... Amo... mo... ra...? - Fahrad vai se abaixando e retornando a sua aparência normal, e repentinamente cai de joelhos.
- Vamos Fahrad! Nada de fechar os olhos! Concentre-se em mim. Me diga como você está? – e vendo que ele esta quase desfalecendo ela se agarra a ele e vai deitando abraçada a ele no chão, mas sem deixar de olhar em seus olhos. – Vamos lá! Você precisa falar comigo! Precisa se manter consciente.
Infelizmente ele acaba inconsciente mais uma vez.
A enfermeira estava encolhida em um canto da sala com os olhos arregalados e balbuciando coisas que Amora não conseguia compreender.
Do lado de fora da porta ouvia-se o som de pessoas forçando a entrada, querendo derrubar a porta.
Amora, mesmo atordoada, faz um encanto para que a enfermeira esquecesse o que viu, e lembrasse somente que o paciente havia acordado alterado, depois usa seus poderes para destrancar a porta. Nessas horas ela ficava bem feliz em ter poderes...
Os enfermeiros entram juntamente com os seguranças e enquanto os seguranças vão em direção a enfermeira, os enfermeiros pegam Fahrad que estava no chão e o colocam no leito.
- O que aconteceu aqui? – perguntou o enfermeiro
Antes que a enfermeira respondesse, Amora toma a palavra.
- Eu estava vindo saber notícias do meu namorado quando ouvi um barulho muito alto, e a voz da enfermeira pedindo a ele que ficasse calmo. Então eu entrei correndo, mas não a tempo de evitar que ele jogasse tudo por aí.
- Ele estava confuso e muito assustado. Não lembrava de nada e ficou irritado repentinamente. – disse a enfermeira. - Não conseguia dizer uma palavra. Acho melhor amarrá-lo a cama e chamar os neurologistas e a família urgentemente. Como ele ficou desacordado por muito tempo, não convém que sejam ministrados medicamentos que o deixem dopado...
Amora foi saindo disfarçadamente, e assim que conseguiu ficar a uma certa distância da sala em que se encontrava, pegou o celular e ligou para sua mãe.
- Mãe, o Fahrad acordou masnão reconhece ninguém, esta agressivo e perturbado. Vou ligar para o Supremo e para os pais de Fahrad. Precisamos fazer alguma coisa.
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CHANCES - THE WEREWOLF SERIES - LIVRO 3 - ANOTHER CHANCE
WerewolfQuando chegaram nesta nova terra, foram protegidos pelos Seres Elementais, Misticos e Ancestrais. Os lobisomens se desenvolveram, aprenderam a controlar sua transformação e a se misturar com os homens sem serem descobertos. Aprenderam a viver pacifi...