A noite já ia alta, e o conflito ainda não tinha acabado. Houveram muitas baixas dos dois lados. Estávamos ficando cansadas. Usar a magia assim por tanto tempo e para proteger muita gente, estava nos deixando fracas.
Finalmente os tiros cessaram e logo Ranian e Udir apareceram trazendo o chefe dos Caçadores daquele grupo e seu segundo em comando. Os outros caçadores que não conseguiram fugir foram presos e finalmente pudemos voltar para a casa do alfa para descansar.
Assim que chegamos Alina veio correndo até mim.
- Sinto muito, sei que estão cansadas, mas o médico da aldeia foi morto e as crianças não estão nada bem.
- O que houve?
- Elas estão com febre. Talvez seja o susto ou a falta da mãe. Os lobos são muito dependentes de seus pais até que tenham cerca de 5 anos. E essas crianças não tem nem um mês. Uma mulher com filhos pequenos também veio e tentou os alimentar, mas eles mamaram muito pouco. Já tentamos baixar a temperatura com banhos e remédios, mas nada funciona. Desse jeito não vão sobreviver.
- Geralmente os bebes não sobrevivem sem os pais nessa idade... infelizmente... eles são tão bonitinhos! – disse Alina
- Vou lá ver o que posso fazer. A senhoras podem descansar.
- Não Amora, vamos com você.
Parker estava entrando em casa quando viu Amora subir as escadas correndo e se preocupou, seguindo em seu encalço. O que ele não esperava era a cena que se seguiu.
Amora entrou correndo no quarto e pegou um bebe em cada braço, e passou a balança-los suavemente.
- Calma. Voces estão seguros agora. Lembram da minha voz? - assim que ouviram a voz de Amora as duas crianças pararam de chorar imediatamente e fixaram seus olhinhos úmidos em seu rosto. Os soluços pós-choro partiam o coração de Amora. – Shiii... calma pequeninos. Não vou deixar ninguém machucar vocês, eu prometo.
As anciãs olharam aquilo e sorriram. Se aproximaram dos bebês e tocando em suas cabecinhas os acalmaram e curaram.
Assim que eles es acalmaram e dormiram, Amora os colocou na cama que tinha naquele quarto, mas foi só pousar os bebes ali que logo começaram a chorar novamente mexendo freneticamente as perninhas e bracinhos.
Ela então decidiu deitar e os colocar sobre seu peito, assim todos descansariam. Tanto ela quanto os bebes.
Parker que estava olhando a cena do lado de fora da porta sentiu seu coração quebrar. Era nítida a vontade que Amora tinha de ser mãe. Ela sentia falta de acalentar seus bebês, mas a Deusa ainda não havia enviados seus próprios bebes. Ele sabia que ela se escondia no jardim pra chorar. Aquilo fazia com que ele se sentisse quebrado. Ele seria capaz de fazer qualquer coisa pra que Amora fosse feliz. Mas aquilo ele não conseguia, estava fora de suas mãos.
Ele foi até seu quarto, tomou um banho e desceu. Os homens estavam comendo e descansando. Ele foi direto para o bar que ficava em uma das paredes da sala, pegou um copo e o encheu até em cima de vodka. Talvez a bebida adormecesse a dor que tinha em seu peito.
- Problemas?! – Ele ouviu Udir perguntar
- Dos grandes...
- Posso ajudar?
- Não. Infelizmente não.
- Quer falar sobre isso? Dizem que sou bom ouvinte...
- Vou precisar de você pra me carregar pro meu quarto depois que acabar com essa garrafa de vodka e o que mais tiver naquele bar... Aceito sua oferta de conversar. Talvez seja bom ouvir a opinião de alguém de fora da família.
- Vou jogar uma água no corpo e te encontro lá fora perto do chafariz.
Não demorou nada e Udir estava ao lado do amigo.
- O que houve? Pensei que estaria feliz com a sua companheira.
- Vou ser direto porque não sei ser de outra forma. Voce sabe o que aconteceu com Amora por causa dos caçadores. Bem, apesar de não haverem motivos de saúde para tal, a verdade é que não conseguimos encomendar nosso filhote. Amora não consegue engravidar e isso está acabando com ela, e comigo por tabela. Já tentamos de tudo! Medicina, magia pedimos as Deusas pra nos ajudarem, mas até agora não fomos abençoados.
- É... apesar de não ter achado ainda a minha companheira, entendo você. Para nós lobisomens, os filhotes são preciosos. É o nosso primeiro desejo depois que encontramos a nossa companheira, é algo instintivo.
- Amora está quebrada...
- Ela está descansando agora?
- Sim, mas agarrada aos dois filhotes que ajudou a resgatar mais cedo.
- Minha irmã me contou sobre eles.
- Pois é eles só se acalmaram quando ela os pegou no colo. Depois tentou coloca-los na cama, mas eles choraram novamente e ela acabou se deitando e os colocando sobre seu peito. Agora devem estar dormindo desse jeito. Ver aquilo acabou com o resto de minhas forças. Deixá-los aqui vai arrasar com Amora. Eu ja sei que ela vai querer vir muito aqui só pra poder vê-los.
- Não sei se eles tem mais algum familiar, mas se não tiver, pode leva-los com você. Talvez isso deixe Amora mais feliz e os seu bebes comecem a aparecer...
- Será? Cara, eu topo até injeção na testa!
- Alina é obstetra e disse que muitas vezes a mulher fica muito ansiosa e acaba atrapalhando. Geralmente quando mudam o foco, ou resolvem por adotar, um grande número delas acaba conseguindo engravidar, porque relaxam e a natureza consegue seguir seu fluxo. Foi assim com uma de nossas funcionárias. Deixe essa bebida aí e vá conversar com Alina. Acho melhor fazer isso sem falar com Amora...
- Cara você me ajudou muito! Vou procurar sua irmã e espero muito que isso dê certo. Sei que é mesquinho, mas espero que essas crianças não tenham mais ninguém por elas. Eu prometo que serei o melhor pai que posso para elas.
E saiu dali disparado atrás de Alina
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CHANCES - THE WEREWOLF SERIES - LIVRO 3 - ANOTHER CHANCE
WerewolfQuando chegaram nesta nova terra, foram protegidos pelos Seres Elementais, Misticos e Ancestrais. Os lobisomens se desenvolveram, aprenderam a controlar sua transformação e a se misturar com os homens sem serem descobertos. Aprenderam a viver pacifi...