Devaneios - 05

63 21 6
                                    

            Quando surgiu a ameaça da guerra nuclear pelo mundo, as pessoas começaram a construir estes abrigos, eles tinham de ser seguros e de fácil acesso. Logo, com certeza, devo encontrar aqui por perto a casa principal onde eles moravam. Curioso para ver essa casa, saio a sua procura, e após alguns minutos de busca a encontro em meio à vegetação densa, que cresceu nos arredores, onde antes devia ser um belo gramado. Pelo jeito a casa era grande e bonita.

            A porta está trancada, o que é engraçado. Se eles nunca mais vão voltar... Se todos que habitavam aqui foram pra lá, porque trancar as portas? Deve ser somente uma reação instintiva. Velhos hábitos que não se pode deixar de uma vez. Ou até mesmo a crença na promessa da Natihvus, que Xavi seria somente um lar provisório e que quando tudo isso acabar e a terra tiver em boas condições novamente, todos vão poder voltar para as suas casas e para suas famílias.

            Eu entro na casa, a sala de estar é grande, está empoeirada e com muitas teias de aranha por toda parte. Por um instante, eu posso sentir a energia que havia neste lugar, quase consigo ver. Uma pequena família simples. A mãe termina o jantar, chega até a porta da frente ainda de avental para chamá-los para comer. O pai rega suas flores no jardim, enquanto seu casal de filhos pequenos brinca no gramado com o cão labrador.

            Quando me desperto desse devaneio, estou com o olhar fixo e, nas minhas mãos, a foto feliz da família onde estão todos sorridentes: pai, mãe, duas crianças e o cão labrador em um porta retrato.

             Mas rapidamente retorno a minha realidade. Não posso perder mais tempo, será uma longa jornada e preciso terminar o mais breve possível.

           "Enquanto Jow segue caminho a fora, mal sabe ele que seu contato do dia anterior gerou incômodo bem distante dali."

Mundos Entre Luas - A Resistência (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora