Eles entram de volta nos becos, Morgana na frente, Jow a segue prestando atenção em tudo. Crianças brincando, animais domésticos, idosos observando a rua.
Eles chegam próximo a uma casa simples, Jow vê alguns garotos alegres ali perto. Um deles vem até Morgana.
— Oi, Morgana. Onde você estava?
— Oi, Marcelinho, eu estava no mercado. Vem aqui. — Ela tira do bolso algumas maçãs. — Toma aqui, divide com seus amigos.
— Obrigado. Quem é esse moço? Ele é seu namorado?
— Não, não. Ele é um amigo meu. Minha mãe está bem?
— Esta sim, tiveram uns homens aqui te procurando. Eu disse que você não estava, eles disseram que voltariam depois.
— Disseram quem eram ou o que queriam?
— Não.
— Tudo bem. Agora vai lá brincar com seus amigos.
Eles entram na casa, ela pega com ele a cartela de refeição, coloca sobre uma mesa simples junto com a dela. Puxa uma cadeira.
— Sente-se, fique à vontade. Já volto.
Jow se senta, fica observando a casa pouco iluminada, a mobília, todos os itens dali são velhos e com aspecto gasto, assim como em todas as outras moradias.
Morgana volta, vem seguida por uma senhora com caminhar lento, apoiada em uma muleta de braço e um droid circular que caminha desengonçado e com dificuldade.
Morgana coloca a comida em três pratos e tenta organizar um pouco da bagunça daquele ambiente.
— Ôh minha filha, a gente tem visita e você nem me avisa. — Disse a senhora com voz fraca em função da sua idade e estado de saúde delicado.
— Mãe, este é Jow. Conheci ele hoje no mercado e ele me ajudou com algumas coisas.
— Muito prazer, meu filho. Se for amigo da Morgana é bem-vindo aqui.
— O prazer é todo meu, Senhora...
— Constância.
— Senhora Constância, fico honrado.
— Então meu filho, você é de onde? Tem família?
Antes que Jow pudesse responder, Morgana os interrompe:
— Então gente, vamos comer.
— Jow, como você é nossa visita hoje, gostaria que fizesse os agradecimentos antes de comermos.
— Faço sim Dona Constância. — Jow junta às mãos, fecha seus olhos, sua mente vai a muitos momentos da sua vida, refeições em família, domingos na igreja, sua infância. E então começa:
— Pai, quero agradecer por tudo que tivemos hoje, por estar mais um dia vivo neste mundo e mais essa refeição.
Eles comem em silêncio até que Dona Constância fala com a filha:
— Morgana, já vou me deitar. Estou cansada. Fiquem à vontade. Foi um prazer te conhecer, Jow.
— Obrigado Dona Constância. O prazer foi meu. Bom descanso.
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Mundos Entre Luas - A Resistência (CONCLUÍDA)
Science FictionO mundo como conhecera já se foi, uma Terceira Guerra Mundial abalou nosso frágil planeta. Matéria nuclear altamente tóxica, agora contamina nossa terra, nossa água, nosso ar. A raça humana fora condenada. Neste ambiente caótico, eis que s...