Embalados para presente - 45

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          — Capitão Vince, na escuta? Responda, Câmbio.

          — Capitão Vince falando. Prossiga.

          — Capitão, aqui é Comandante Fox falando, da Patrulha Raposa.

          — Sim Comandante, prossiga. Chegaram ao local?

          — Sim senhor, chegamos.

          — Encontraram meus homens?

          — Ainda não, mas encontrei os veículos. Seus homens devem estar por perto.

          — Comandante tem algo de errado?

          — Tem sim Capitão. Seu veículo de assalto está com os pneus no chão, painel danificado, aparentemente parte elétrica, localizador e rádio comunicador também estão comprometidos. Pela poça embaixo dele, deve estar com o tanque furado e vazio.

          — Que maldição. E as motos?

          — São três?

          — São. Como estão?

          — Pneus cortados, rádio detonado, tanque vazio e empilhadas uma sobre a outra.

          — Que desgraça. — O Capitão dá um berro — Isso é um homem ou um exército? Encontre minha equipe, se tiver alguém vivo, vai ter que me dar explicações do que houve aí.

          Alguns minutos se passam e o rádio do Capitão toca novamente.

          — Capitão na escuta? Comandante Fox.

          — Prossiga. Encontrou minha equipe?

          — Encontrei! Mas o senhor não vai acreditar no que estou vendo.

          — Então diz logo Comandante. — O Capitão parece aflito. — Como estão? Estão vivos?

          — Estão bem, Capitão. Estão embalados para presente. — Ouve–se sons de risos ao fundo da chamada. — Esqueceram de pôr a fita vermelha...

          — Como assim?! Seja mais claro Comandante!

          — Eu os encontrei pendurados numa árvore... Parece até que é Natal.

          — Comandante Fox, mais respeito, com os homens, o Batalhão e a operação. Esta é uma missão de nível 1, ordenada direto da administração da Corporação. Se não dermos conta do recado, haverão Soldados Leviatãs montados em nossas costas por todo o vale. O senhor quer isso?

          — Não, senhor.

          — Então aja com mais respeito. Poderiam ser os seus homens aí, tire-os daí imediatamente e deixe-me falar com o Sargento.

          Assim que os homens estão de volta ao solo e livres das amarras, o Sargento pega o rádio. O capitão pôde enfim ouvir uma voz conhecida do outro lado da linha.

          — Capitão. Aqui é o Sargento Allan falando.

          — Sargento. Mais que porra é essa? Que diabos aconteceu aí? Quantos homens eram?

          — Capitão, era só um e o robô.

          — Então me diga como sucedeu essa desgraça toda? O carro avariado, as motos detonadas e empilhadas e vocês, uma equipe treinada, pendurados em uma árvore? — O Capitão esbraveja tão forte nessa última pergunta que até os soldados do outro esquadrão se assustam.

         — Capitão, nós tínhamos tudo sob controle, todos contidos e amarrados. Até que o robô​ se livrou da rede e ficou fora de si. Acredito que tenha sido modificado para fazer a defesa do fugitivo, depois o fugitivo sacou o revólver que estava escondido na armadura que ele usa, aí nos rendeu, prendeu com as redes e o robô nos pendurou na árvore. Em seguida foram até os veículos e os destruíram para que não pudéssemos segui-los.

          — Tudo bem então, não tiveram escolha.

          — Senhor. E agora, o que faremos?

          — Agora vocês aguardam aí. Eu desloquei mais uma equipe para prestar socorro a vocês. Ainda estamos na Cidadela procurando a ruiva, assim que a outra equipe chegar, me contacte que direi o que fazer. Câmbio desligo.

          — Entendido. Câmbio desligo.

          Uma hora se passa e outra patrulha chega com mais veículos e reboques.

          Enquanto os outros vão ajudar a colocar os veículos nos reboques, o Sargento informa o Capitão.

          — Capitão. Sargento Allan chamando.

          — Sim Sargento. O socorro já chegou? — O Capitão parece ter um repentino tom de satisfação na voz.

          — Já chegaram Capitão. Agora estamos aguardando suas ordens sobre o que devemos fazer.

          — Não devem fazer nada. Apenas voltem com eles para o Batalhão na Cidadela. Nossa busca acabou, já temos o que queríamos.

          — Mas Senhor, ele foi em outra direção.

          — Não se preocupe, Sargento, quando chegar aqui, te informo melhor da situação. Só o que tem que saber, é que não iremos mais correr atrás dele, agora ele virá​ até nós. Câmbio desligo.

Mundos Entre Luas - A Resistência (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora