A noite cai, terminando de deixar em completa escuridão as instalações do Hotel. Derick e Katie chegam ao restaurante com alguns lampiões a combustão que encontraram vasculhando o depósito do Hotel. Eles são colocados todos juntos ao centro do espaço aberto, abastecidos com combustível e acesos, proporcionando uma fonte de luz ao ambiente: uma luz fraca e fantasmagórica iluminando levemente os rostos de todos ali. Pouco a pouco os membros chegavam e se assentavam em torno dos lampiões, formando um grande círculo. Haviam diversas expressões e semblantes em cada rosto ali: tristeza, cansaço, decepção e incerteza. Mas havia também quem insistia em manter um sorriso, como uma forma de afastar tudo de ruim que lhe ocorrera na jornada até aqui.
Derick pega uma velha poltrona e uma pequena mesa de centro, se recosta, com a cabeça abaixada e seu rosto oculto pela aba da cartola. Pousa os pés na mesa e fica mexendo em seu baralho, embaralhando as cartas, movimentando-as nas mãos e fazendo movimentos extremamente rápidos como se estivesse ensaiando truques.
Kalitch senta ao seu lado, sem notar o que estava acontecendo, até que alguns movimentos chamam sua atenção.
— Então você é o cara que brinca com baralho?
— E você é a Cigana... Eu sei fazer uns truques de mágica, quer ver?
— Por favor, vamos ver se consegue me surpreender...
Ele pega o baralho, embaralha um pouco, abre em leque e diz pra ela pegar uma carta.
— Memorize sua carta, não me diga nem deixe que eu veja. — Neste momento ele tem a atenção não só de Kalitch mas de outros que estavam ali perto e pararam pra ver, ela olha a carta, e mostra para os que estão atrás dela, como uma garantia. — Agora coloque de volta no monte.
Ele entrega o baralho para Kalitch.
— Pode embaralhar como quiser, quando estiver pronta me entregue.
Ela devolve o baralho a ele que coloca o monte sobre a palma da mão esquerda aberta e bem espalmada. Eleva a mão direita muito acima do baralho e fica movimentando os dedos como se lançasse um feitiço, lentamente uma carta começa a se despontar no baralho e vai saindo do meio do monte até estar totalmente fora. Com um sorriso pretensioso ele pega a carta, ainda sem olhar e a exibe para eles:
— Por acaso sua carta é essa?
As pessoas atrás de Kalitch começam a rir.
— Nem de longe, sabichão.
— Então quem sabe você não deveria verificar seu seio esquerdo?
Todos ficam atônitos e confusos. Ela, que tinha apenas o primeiro botão da farda aberta, desabotoa mais dois, enfia a mão pelo sutiã deixando ainda mais a mostra seu decote exibindo seus seios grandes e tira de lá exatamente a carta que havia escolhido anteriormente. Seus colegas e os demais ficam perplexos.
— Como você fez isso? — Questiona Ferrugem.
Derick dá um sorriso de canto de boca, permanece um tempo em silêncio e responde:
— Um mágico nunca revela seus segredos.
— Ah, os clássicos. Já esperava por essa. — Kalitch ironiza, com cara de desdém. Mas logo pensa um pouco e diz — Bastante astuto, pensando bem... me impressionou, algo que poucos conseguem. Pena que já decifrei seu truque. Mas em troca, também te ofereço algo que aprendi com o meu povo.
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Mundos Entre Luas - A Resistência (CONCLUÍDA)
Fiksi IlmiahO mundo como conhecera já se foi, uma Terceira Guerra Mundial abalou nosso frágil planeta. Matéria nuclear altamente tóxica, agora contamina nossa terra, nossa água, nosso ar. A raça humana fora condenada. Neste ambiente caótico, eis que s...