Mundos Entre Luas - A Resistência (CONCLUÍDA)

Presentes - 126

          Assim que a Corporação decidiu ter sua própria força militar, treinados e disciplinados pelas suas regras, pra atender às suas necessidades, surgiu o quartel dos Leviatãs. Foi projetado para ser glamouroso e imponente, pra ser uma demonstração de poder e beleza. Um terreno enorme, cercado por uma muralha, com nove prédios dispostos por seu território, 2 hangares, um prédio administrativo onde ficaria a elite da Corporação e os Altas Patentes, um depósito para ser colocado tudo que não fosse agradável aos olhos, um armazém para armas, munições, alimentos e demais suprimentos, um prédio de alojamentos, outro para funcionar a cozinha, refeitório, serviços e área de lazer aos militares, um prédio onde se instalou uma central de dados, uma torre de comunicações e o orgulho da Corporação: O prédio de boas vindas, também chamado de auditório. No Quartel haviam duas entradas, uma ao fundo, para militares e funcionários e a outra para convidados, e esta era pelo Auditório. Sua entrada era da altura de três andares com uma enorme cúpula de vidro ao meio. O piso é feito com madeiras nobres cobertas por uma espessa camada de resina. As diferentes espécies de madeira por seus variados tons de cores formavam a logo da Corporação, e bem no meio do Hall, alinhado com o centro da cúpula havia uma enorme estátua de Morrigan: a Deusa Celta da guerra, uma mulher de cabelos pretos, pintura no rosto, vestido vermelho, segurando uma lança com a mão direita e um corvo pousado no ombro esquerdo. Pelas laterais do hall haviam as divisões dos andares, mas de forma que cada um não possuísse paredes bloqueando a vista do hall de entrada, então todos que acessassem qualquer andar, iriam se deparar com o vislumbre da entrada e seu grande monumento, que já era uma prévia do que estava por dentro daqueles muros.

          Quando ainda nos anos de ouro, este quartel era muito mais ocupado e frequentado. Na frente, um enorme estacionamento para os visitantes e ao lado do quartel, uma pista de pouso para pequenos aviões e helicópteros. Ao fundo também havia uma grande área que abrigava os veículos dos Leviatãs e tropas em treinamento ou nas reuniões que antecediam as operações.

          Jow, Norffi e Morgana saem do galpão de depósito, ele traz consigo apenas uma caixa. Eles correm pelo pátio atravessando todo o quartel até chegarem ao prédio da entrada: o prédio de boas vindas. Passam sem tentar se camuflar dessa vez, a intenção é realmente chamar a atenção, diversos guardas os veem e informam a General.

          — Interceptem os fugitivos! Eu quero todas as tropas na entrada do auditório, todos os homens disponíveis se encaminhem pra lá imediatamente, não deixem que eles escapem. Aconteça o que acontecer, ele não deve ser ferido, eliminem quem estiver com ele, mas no Sr. Jones ninguém toca, eu quero ele vivo e sem ferimentos. Isso é uma ordem! — Farhat esbraveja pelo rádio.

          Os soldados os perseguem, dão tiros para tentar assustá-los, mas eles não param de correr até chegarem em uma porta de aço do fundo do prédio: é uma porta maciça, uma espécie de saída auxiliar. Jow entra, seguido de Norffi e Morgana, fecha a porta bem na cara de alguns militares que já quase os alcançavam.

          Assim que fecha a porta ele a tranca e os ouve gritarem lá fora:

          — Pelas laterais, pelas laterais, ocupem o prédio! Vamos cercá-los no hall!

          Jow sabe que a porta da frente do Auditório está trancada, que não poderão sair, serão três ratos encurralados ali, mas já é o bastante para que seus amigos consigam cumprir o restante do plano. O lugar onde eles estão é uma área para funcionários, uma pequena copa, ele olha para os dois que estão contigo, Morgana está assustada. Ele pressiona alguns pontos no peito do traje e recolhe o capacete, expondo seu rosto:

          — Morgana, ainda dá tempo de você se salvar dessa bagunça. Eu consigo te esconder aqui e quando tiver um momento oportuno você foge, eu te conheço bem, sei que é boa nisso. Sei que consegue.