Os ratos do esgoto - 09

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           E depois de dois dias de caminhada, Jow chega à parte sudeste dos muros do esgoto. Mas ainda não chegou a cidadela exatamente. Há um trecho de mata fechada que levará pouco mais de uma hora para atravessar até estar diante do concreto dos muros.

           — Preciso me apressar pra chegar logo no muro, torcer para encontrar um ponto vulnerável para entrar. Isso precisa ocorrer exatamente às sete, pois é o horário da troca de plantão dos guardas.

           "Este é um local de contenção, há mais preocupação com quem sai do que com quem entra. Nem por isso quero entrar pelo portão da frente, para ser numerado, etiquetado e depois monitorado 24hs. Não, não. Definitivamente não quero isso.

           Finalmente, o sol se põe já a beira do muro, me apresso em procurar um ponto vulnerável, enfraquecido pela umidade ou algum buraco de escoamento de água.

           Quando enfim encontro exatamente o que procurava: um pequeno córrego flui para dentro do esgoto, ele passa através de um duto, vedado com uma grade. Tudo que preciso para entrar.

           Faço uns cortes na grade que desse para entrar, mas que fique discreto, posso precisar sair por ele, por isso, é bom que não chame a atenção.

          Ao sair do outro lado, vejo que esta região do lado de dentro do muro, é escura, sem iluminação.

          Aparentemente não fui visto. Agora preciso achar algum lugar para passar a noite.

          Após a troca de plantão, os guardas fazem uma ronda antes de assumirem seus postos de vigia. Procuro um lugar próximo às casas onde haja mais gente. Me sento em um canto, cubro meu braço esquerdo para disfarçar a falta do meu bracelete de identificação. Um guarda passa por mim sem notar diferença.

          Pronto! Agora sou mais um rato no esgoto.

Mundos Entre Luas - A Resistência (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora