— Morgana, quero que conheça a Nora.
— Deu nome de Nora para sua moto?
— Não, Nora é o nome do que era para ser a inteligência artificial, mas está mais para um GPS tagarela. Ela opera algumas funções da moto e acha que pode cuidar da minha vida. — Jow sorri. — Os modelos mais novos, que vieram depois dela, tinham programas mais completos. O dela tem uma coisa bacana, direção autônoma. Com isso ela pode vir até mim se eu estiver longe e até voltar para casa..., se eu tivesse uma. Diga "olá" para Morgana, Nora, cumprimente ela e o Norffi.
— OLÁ MORGANA. OLÁ NORFFI. SEJAM BEM-VINDOS E FAÇAM UMA BOA VIAGEM.
Soou uma voz mecânica feminina da moto, vindo do display do painel.
— Olá Nora, muito obrigada.
— Norffi feliz, agora Norffi não é mais o único robô. Boa viagem pra Nora também.
— PRA ONDE VAMOS JOW? — Pergunta Nora.
— Vamos atravessar a Rodovia Norte-sul e continuamos por fora, através do Estreito do Rio Telcatch até o acampamento dos Filhos da Noite.
— JOW, DEVO LEMBRAR QUE ESSE DESTINO EM QUESTÃO É A ZONA...
— Traçar rota imediatamente. — Jow a interrompe.
— Como estamos de combustível?
— TANQUE EM 76% DA CAPACIDADE.
O grupo sobe na moto, Morgana na garupa e Norffi se acomoda no pequeno bagageiro logo atrás dela.
Uma vez a caminho, eles vão por campo fechado, evitando as estradas e assim as patrulhas.
Eles cruzam a Rodovia Norte-sul em diagonal sentido ao Eixo da Divisa. Mas, antes mesmo de se aproximar dessa estrada, ainda em terreno de bosque, Jow ouve barulhos ao longe e desliga a combustão da moto, ficando somente na propulsão, isso causa uma diminuição repentina na velocidade.
— O que foi Jow? Por que diminuímos?
— Eu acho que ouvi som de veículos, pode ser uma patrulha. Fiquem atentos.
Quando eles saem de trás dos arbustos da beira da estrada e cruzam o Eixo da Divisa, logo à sua direita está uma Patrulha na pista, a aproximadamente 600 metros. Longe o suficiente para não ouvi-los, mas não para não vê-los. Embora levarão apenas fração de segundos para atravessar, Jow não quer arriscar serem vistos e emboscados ou até perseguidos novamente. Já do outro lado, atravessando a estrada e saindo dela, tem um barranco alto e muitos arbustos, vegetação de beira de rio. Jow pára a moto, todos descem e ficam embaixo do barranco.
— Fiquem aqui e não façam barulho... Eu vou lá em cima certificar que não fomos vistos. Já volto.
Não demora muito Jow volta apressado, coloca a moto embaixo de uma árvore cuja maior parte dela está na parte baixa, ficando somente a copa ao nível da estrada. Eles se juntam ao máximo para ficarem camuflados debaixo da copa da árvore e do barranco, na tentativa de passarem despercebidos. Morgana parece apreensiva e um pouco assustada.
— O que foi Jow? Fomos vistos?
— Acho que sim. Shiiiiu.
Eles são logo surpreendidos pelo barulho de motos na estrada, som de freada, e os motores silenciando. Então ouvem passos vindo em sua direção.
— Estou dizendo, tenho certeza que vi algo saltar do outro lado da estrada pra cá.
— Você está vendo coisas Martin. O que você comeu no café da manhã?
— Cara eu posso jurar que vi, foi bem aqui.
— Então como mais ninguém viu?
— Deviam estar olhando para outro lado, Rodrigues. Sei lá... Foi muito rápido.
Eles chegam na beirada do barranco, bem acima de onde Jow e Morgana estão. Uma pequena porção de terra cai sobre Morgana, a tensão lá embaixo aumenta. Eles olham para cima de suas cabeças, Jow vira-se para Morgana, ela tem os olhos arregalados e está ofegante, segura forte braço de Jow, ele coloca a mão cobrindo a boca dela, para ajudá-la a se conter. Lentamente levanta o revólver que está na outra mão, apontando-o para cima, na direção dos homens, Morgana aperta seu braço ainda mais forte, assustada com tudo aquilo.
— Está vendo, Colt? Não tem nada aí além de mato. Você está tendo alucinações, tem que cortar o açúcar. Vamos logo.
— Não tem condições, eu sei que vi de relance algo cruzando a estrada.
— Pode ter sido só uma folha de palmeira, levada pelo vento. Ou um cervo. Já fique sabendo que você será a piada da semana. — Rodrigues sorri — Os outros estão nos esperando, vamos seguir com a missão.
O som dos passos vão se afastando, em seguida o das motos.
Jow guarda a arma e solta Morgana, ela está tremendo e suada.
— Quem eram eles?
— Patrulha do Vale, chacais oportunistas, coletando presas fáceis para Natihvus.
— O que eles queriam?
— Nós. Ou qualquer um que se arrisque a vagar sozinho fora da zona de trégua.
— Norffi teve muito medo, ficou muito assustado. Se Norffi fosse humano teria feito sujeira.
Jow e Morgana olham pra ele e riem.
— Então, era perigo que eu temia, o tipo de risco que eu não queria te expor te trazendo comigo. Dessa vez passamos bem perto, mas poderia ter custado as nossas vidas.
— Mas e agora? O que faremos?
— Agora esperamos, damos um tempo e depois continuamos. Estão só de passagem por aqui, vamos deixar ganhar distância. Eles não podem ficar parados por aí. O caçador que demora muito no mesmo lugar, acaba virando a caça.
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Mundos Entre Luas - A Resistência (CONCLUÍDA)
Научная фантастикаO mundo como conhecera já se foi, uma Terceira Guerra Mundial abalou nosso frágil planeta. Matéria nuclear altamente tóxica, agora contamina nossa terra, nossa água, nosso ar. A raça humana fora condenada. Neste ambiente caótico, eis que s...