Já se passaram algumas horas e Jow continua ali sentado ao lado da mesa.
Do lado de fora da sala, ouvem-se pancadas das correntes, Jow bate as algemas na mesa para chamar a atenção.
— Ou! Alguém aí pode me ouvir? Eu ainda estou aqui, será que esqueceram? — Jow fala com tom de ironia.
A Soldado Kalitch aparece na porta.
— O que foi garotão? Tá apertado para fazer xixi? Quer um copinho? — Kalitch responde de forma sarcástica ao prisioneiro.
— Não, estou com sede e com fome. Pede para o seu Coronel meia polegada, me mandar de volta para minha cela, ou que me traga algo para comer e beber.
Kalitch dá um sorriso, balança a cabeça em gesto de desdém e sai.
Instantes depois ela volta com um copo e um prato bem servido.
— Está bem. Você deixou claro que tem o Santo Graal, e eles o querem a todo custo. Mas vê se não abusa. — Ela diz isto e dá um sorriso sarcástico.
Jow pega um sanduíche no prato, coloca os pés na mesa e sorri de volta.
O Coronel retorna à sala visivelmente nervoso, joga sobre a mesa a pasta e alguns recortes de mapas.
— Senhor Peregrino, fiz algumas pesquisas e contatos com a administração da Corporação e obtive o resultado que as coordenadas que você me deu dão diretamente para o coração da Floresta da Morte, no meio da Zona Escura.
— Exatamente.
— Esse é o terreno mais inóspito do planeta.
— Agora é, já foi mais aconchegante. Cá para nós... Existe lugar melhor para esconder a munição da arma mais mortal do mundo?
— O que te faz pensar que eu mandaria uma equipe para lá, apenas com uma localização geográfica?
— Não pensei que faria isso, mas admito que seria algo que eu adoraria ver.
— Isso pode ser uma armadilha, uma artimanha sua para ganhar tempo e vantagem sobre nós.
— Por isso eu te dei duas opções. — Jow empurra pela mesa o papel que restou. — Ainda tem a minha lista de exigências.
O Coronel leva a mão em direção ao papel para apanhá-lo e para sua mão no ar.
— O que o faz mais capacitado que minhas equipes para ir até esse lugar?
— Esse ponto é uma área industrial da Natihvus, já estive lá algumas vezes, no tempo que o nome "Floresta da Morte" era só uma lenda tribal, e depois estive novamente quando as coisas ficaram feias de verdade, foi assim que entrei, deixei o servidor e saí. Conheço o terreno, conheço o bioma, sei dos perigos e como evitá-los, sem falar que possuo contatos que podem facilitar a passagem de ida e volta.
— Então vamos às suas exigências: Em primeiro lugar você quer levar com você seu traje, seu robô e sua moto. Parece bem óbvio, mas ainda não sei onde ela está.
— Eu digo onde está e o senhor manda que busquem.
— Pode ser.
— Há uma fissura no muro, pelo qual eu entrei e fui capturado, seguindo reto a sudeste, assim que acabar a mata, antes da estrada... Ela está lá, coberta por uma lona camuflada.
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Mundos Entre Luas - A Resistência (CONCLUÍDA)
Science FictionO mundo como conhecera já se foi, uma Terceira Guerra Mundial abalou nosso frágil planeta. Matéria nuclear altamente tóxica, agora contamina nossa terra, nossa água, nosso ar. A raça humana fora condenada. Neste ambiente caótico, eis que s...