Sob as suas ordens - 92

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          Mais alguns minutos de caminhada a frente e a densidade da floresta vai mudando, o terreno começa a mostrar sinais de estar deixando a parte alagada e pantanosa, o solo para se pisar começa a ficar mais seco e o corredor entre as árvores mais amplo.

          De repente Zoe pára de forma inesperada e fica em posição de alerta, todos notam seu comportamento e ao longe vêem algo que os faz sacarem suas armas e ficarem em posição de combate, o Tenente faz gestos com a mão para que se dividam em três grupos para se aproximarem sem fazer barulho, uma silhueta humana é vista ao longe, na medida que chegam perto aparecem outros, então eles notam que as figuras parecem se manter imóveis, estáticas, e vão ganhando forma e revelando sua verdadeira identidade quanto mais se aproximam, até que estão perto o bastante para se dar conta do que se trata, o Tenente comenta aliviado:

          — São só...

          — Robôs autômatos. — Jow termina a frase interrompendo-o.

          — Você sabia e não nos informou?

          — Eu desconfiei, mas não quis arriscar. Esse local deve estar cheio deles, tem de vários tipos e formas, não precisa se assustar, são inofensivos, sem as orientações do servidor se tornaram inúteis, alguns entraram em modo suspenso, outros estão ligados, mas ficam imóveis e tem os que ficam vagando de um lado para o outro sem fazer nenhuma ação. Por isso todos devem ficar atentos agora sobre o que virem, nem tudo que se move é ameaça, não vamos desperdiçar munição. A aparição desses robôs indica que chegamos nas instalações da estação.

          O ponto onde eles começaram a ver os robôs autômatos antecede uma curva, na medida em que a contornam, começa a surgir ao fim dela a visão das paredes imponentes do lado leste da estação, comprovando o que Jow acabara de dizer. O terreno é desbarrancado, e a estação foi construída aproveitando essa diferença, a entrada principal está localizada na parte mais alta da inclinação.

          — Não é tão grande assim, é menor do que imaginei. — Comenta Tenente.

          — Não se deixe enganar, essa é uma estrutura imensa, não tanto pra cima, ela circunda o fosso de escavação e se estende há dezenas de metros abaixo dentro dele. A entrada principal fica na parte mais alta, é só subir a inclinação e veremos se conseguimos entrar por ela.

          Eles sobem a inclinação em direção a porta principal, quanto mais perto estão, mais as proporções da estrutura se revelam grandiosas, o prédio tem formato circular: com três andares acima da superfície, uma imensa estrutura metálica do maquinário é sobressalente e bastante visível, dando uma amostra do que está por vir chão abaixo.

          As portas, assim como as paredes da entrada principal, são translúcidas, há luzes acesas lá dentro, podendo ver ligeiramente seu interior, aparentemente uma recepção, tudo muito bonito: mesmo que estejam gastos pela ação do tempo, é possível notar móveis novos, um ambiente requintado de bom gosto, ironicamente, bem no meio de um pântano assombroso.

          — Está trancada a porta, não dá pra gente entrar por aqui. — Jow confere as maçanetas da grande porta.

          — Eu acho que podemos abrir. É só vidro... um pouquinho de força e vai tudo abaixo. — Bulldog sugere a Jow.

          — Essa é a questão, não somos os primeiros a tentar entrar aqui. Isso que você vê não é vidro, foi feito pra aguentar pancada, força bruta não vai resolver. Temos que encontrar outra forma de entrar.

          — Como foi que entrou da primeira vez pra deixar o artefato aí? — Tenente o questiona.

          — Com um cartão de acesso de alta credencial do departamento de Engenharia. Algo que já foi revogado a essa altura.

Mundos Entre Luas - A Resistência (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora