Capítulo 33: Surpreendentemente, sensato.

447 43 2
                                    

Boa leitura, xoxo

A R I A

 Foi apenas quando eu estava no banco do motorista, que eu pensei que poderia ser uma má ideia dirigir com Zayn do lado. 

 Sabendo que seria estranho simplesmente desistir de uma hora para outra, ainda mais ali, eu tenho que me lembrar de não correr e se bobear até me fingir de besta.

 - Credo, Zayn, seu carro é câmbio manual? - Imagino que isso seja algo para se reclamar e ele ri. 

 - Eu sumo alguns anos e você esquece como se dirigir um carro? Você aprendeu com ele. - Oh, droga. Zayn prestava mais atenção nas coisas do que devia. 

 - Eu sei, mas faz tempo que não dirijo um assim. - Resmungo, desistindo de fingir alguma coisa, já que claramente ele lembrava e sabia que eu sei como dirigir um carro com câmbio manual, assim como o automático. 

 - Então dirige, Grace. Dez minutos parados no estacionamento tá feio já. - A vontade era de mandar ele tomar no cu. Mas eu não falava isso, então, apenas ligo o carro e fico me concentrando para dar umas erradas de vez em quando ou então não passar nunca do limite de velocidade. 

 - Grace, nós vamos chegar em casa de noite se você dirigir um pouco mais devagar. - Zayn as vezes me fazia ficar tentada em jogar o carro de um barraco, eu tinha que admitir. 

 - Eu estou no limite de velocidade. - Falo, como se eu me importasse com isso.

 - Se eu quisesse demorar duas horas para chegar em casa, teria ligado para a minha vó. E ela está morta, para você ver o quanto que demoraria para ela conseguir ressuscitar e ainda assim, chegar primeiro que você. - Eu tinha que dar isso para ele, o cara conseguia ir longe nas próprias piadas. 

 Piso um pouco mais no acelerador, ainda tomando cuidado para apenas parecer uma pessoa normal dirigindo. Que era o que eu era. Nada para esconder. Nadinha de anormal por aqui. 

 - Chato. - Resmungo, indo perguntar em seguida. - Vamos pra onde agora? Eu duvido que Liam tenha terminado e muito menos que você queira já ir pra minha casa. 

 - Eu poderia dar umas sugestões de lugares... - Ele fala de forma distraída, mexendo no celular e levantando a cabeça para olhar para mim e sorri de lado. - Mas acho que você não gostaria, então... - Rolo os olhos, voltando a me concentrar na estrada. - Na verdade, eu tenho umas coisas para fazer. 

 Fico um pouco surpresa com o seu tom sério repentino e dou de ombros. 

 - Não gosto muito da ideia de virar Uber não, muito obrigada. - Ele ainda está olhando pro celular quando me responde. 

 - Você tem uma ideia melhor? Só quero pegar uma coisa na casa de um amigo meu. - Fico desconfiada. 

 - Você não está indo buscar droga não, né? - O silêncio que segue não é muito promissor. 

 - Você considera maconha uma droga? - Ele não? 

 - Eu não quero entrar pro tráfico, muito obrigada. - Repito o  meu agradecimento anterior, que deixava bem claro que isso era uma coisa que eu não iria fazer e Zayn ri, negando. 

 - Você não vai entrar pro tráfico porque, caso você não saiba, estamos num país onde o uso da cannabis para consumo próprio e para a medicina é legalizado. - Eu acho graça do jeito que ele fala muito sério, quase ensaiado, como se já tivesse tido que se explicar para alguém. 

 - Tá bom... - Suspiro, já não querendo muito concordar com isso e ele não ajuda, soltando a próxima frase na maior naturalidade do mundo: 

 - A ilegal eu pego depois. - Quase freio o carro sem querer, me virando para ele. 

High Speed - Zayn MalikOnde histórias criam vida. Descubra agora