C53 - Desespero

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Paralisei. Buguei.
Dentro de mim tudo havia ficado branco, como se minha mente tivesse dado um tilte. Eu estava com os braços erguidos e duros no ar, segurando a roupinha que o Chris me mandou abrir.

— Madá! Não surta! — Pediu. Eu permanecia imóvel como se o frio tivesse me congelado.

Gente um filho? O que essa criança vai comer, se eu não tenho noção alguma de cozinha e ainda menos de um bebê? O que vou fazer da minha vida?
Senhor, como eu vou parir um filho do Christopher? Tem ideia do tamanho dessa criança se ele vier puxando os genes do pai?
Pensar nisso faz meu pânico aumentar. Não tenho xibiu para isso nam...

— Amor, fala comigo? Madá? — Chrisis estalou os dedos diante dos meus olhos, abaixou os meus braços do ar e me fez sentar na cama coberta de pétalas de rosas vermelhas. — Eu sei que é apavorante a ideia de criar outro ser, entendo o que se passa em você, porque também acontece comigo. Porém é o nosso bebê! — Eu finalmente "descongelei" e consegui mover os olhos para a direção dele.

— O que eu vou fazer com um bebê? Eu não sei nem mesmo me criar... — Proferi o que se passava dentro de mim. — Não posso ter um bebê! Isso só pode ser um engano, Christian.  Me diz que é uma brincadeira. Um erro. Me fala alguma vantagem nessa maluquice?

— Você vai ter nos braços uma cópia minha ou sua, ou quem sabe uma mistura deliciosa de nós dois. Já pensou?

— Não piora tudo Christiano. — Só de imaginar o tamanho da criança minha fobia iniciava. Se for um menino, só a rola vai pesar uns 3kg. — Se eu pensar em parir um bebê igual a tu, como vai ficar minha xana, criatura? Olha teu tamanho! — Ele começou a rir. E fiz um gesto com os dedos, simbolizando um buraco enorme. — É desesperador! Santo Deus! Como eu vou botar uma criança enorme dessas para fora? Sendo eu desse tamanho?

Ele ria. Porra, o foda é que o Chris tava feliz demais e emocionado. E não dava para sentir raiva dele por ter sido um gostoso e ter enfiado aquele metrô em mim e acertado meu óvulo, porque ele era lindo. E aquele sorriso de vampiro, com aqueles caninos afiados só me deixava querer abraçar ele.

— Não ria, Christiano! Não ria! Só quero saber como vai ser para carregar um gigante dentro de uma anã, nove meses. O bebê vai ter quase o meu tamanho. — Eu falava isso com aquela voz da véia da Topterm. — Nazaré das Farinhas! Por que não levei isso em consideração quando comecei a trepar com você? Se der merda como eu vou parir? Era o que eu devia ter me perguntado antes. Mas não, tudo que fiz foi medir o tamanho da vara! Idiota! Burra! — Eu me praguejava. E o bonito só sabia rir. — Foi justamente esse tamanho de vara que levou o espermatozóide direto pro óvulo. Desgraçado precisou nem nadar. Foi botando a cabeça pra fora do pinto e pau!

Chris ria ainda mais.

Se Deus fez, é porque cabe. Dizia a voz trapaceira. Não acreditem! Não cabe porra nenhuma! Foge que é cilada! Deus do céu!

— Eu não serei uma mãe nunca! Não quero esse bebê! — Eu disse. O pânico voltando só de imaginar eu parindo.

— Madalena, você está falando besteiras. Não tome decisões com o sangue quente. Se acalma! Não está sozinha nessa, eu estou aqui, sou o pai, sou seu marido.

— Você é fofo vampiro! Mas na hora de expulsar esse gigante daqui de dentro vai ser só eu e Deus. E pra alimentar essa criança? Senhor Jesus, meus peitos não vão dar conta. Ainda bem que ao menos o pai tem dinheiro para comprar umas latas de leite, né? Mesmo assim, na hora de parir vai ser somente eu quem vou passar o vexame. Não quero!

— Madá, calma! — Ele pediu. Me levantei. Eu precisava respirar. Precisava sair e dar uns gritos. A ficha cada vez caía mais e eu só conseguia imaginar a dor do parto. Um bebê saindo da minha buceta. Senhor!

O CEO, O MAR E ALGUÉM PRA MADÁ 🔞🔥Onde histórias criam vida. Descubra agora