Hoje finalmente era sexta-feira. Apesar de ter tido uma semana bastante atribulada e corrida, não posso dizer que foi exatamente fácil para mim vencer quatro dias sem o Chris. Me sinto realmente ansiosa hoje e anseio mais que tudo para que chegue logo a hora de ir para o Pub. Joy e Ceci ainda não haviam chegado do trabalho e eu já havia feito tantas coisas para simplesmente aplacar a ânsia infindável que me rodeava.
Durante estes quatro dias de folga, eu evitei o quanto pude para lhe enviar mensagem e para não parecer a droga da apaixonada em que estou. Porém, fui rendida quando ontem a noite me peguei digitando uma mensagem para ele após o quê? Seis ou oito taças de vinho. Eu não bebi sozinha. Claro que não. Eu, Cecília e Joyce compramos duas garrafas de vinho e uma enorme pizza e comemos a noite. Isso porquê nenhuma de nós manjamos de cozinha.
Então, quando as duas garrafas secaram e cada uma foi para o seu quarto, me vi sentada na cama, levemente embriagada, e não contive meus dedos ao digitar para ele um sincero:
- Sinto saudades! Boa noite!Não acredito ainda que pude mesmo ter clicado em enviar. Talvez o álcool tenha me dado essa coragem de simplesmente expor alguma coisa do que sinto. O fato é que eu havia feito e que em menos de segundos após ele tenha retornado a resposta.
- Eu também! Ansioso para te ver. Durma bem, feiticeira! - Foi o que respondeu.
Vocês não fazem ideia do que aquilo significa. Aquela postura sempre segura de si realmente não existia no fundo e por todos esses dias eu tentei segurar a minha insegurança sobre o que eu sou para ele. Sobre o que tem feito sem mim e o que será de nós. É, eu estava realmente apaixonada e isso era irremediável. Com esse sentimento, vieram junto toda aquela insegurança causada pela forte dor do abandono e da rejeição.
Eu tenho medo de sofrer outra vez. De sentir aquela dor cortante de simplesmente ser deixada de lado como se nunca tivesse sido importante para alguém. E ver pessoas sorrindo da sua dor. Eu vi isso quando Fred simplesmente correu do altar na hora do sim. E eu nem sei se senti por ele o mesmo que tô sentindo pelo Chris, porque embora nossa relação, ou sei lá o que temos, seja ainda tão breve e que nos conheçamos tão pouco ainda, posso dizer com segurança que me sinto muito diferente de quando estava com Frederico. É, sei lá, intenso e sufocante na mesma medida. Me sinto pequena diante dele ou da simples ideia de revê-lo.
Já fiz as unhas, já hidratei meu cabelo, já limpei as sobrancelhas, já tasquei cera nas pernas, já rapei todos os pelos da periquita, já pus máscara no rosto e ainda são apenas 13h do dia. Talvez eu tenha despertado às quatro horas da manhã e não tenha conseguido mais dormir. E talvez eu tenha mexido nas fotos do meu celular e confrontado diversas vezes todas as nossas fotos por diferentes cidades e países. Eu e o Chris.
Olhar para seu rosto mais uma vez naquela fotografia me deixava com um belo sorriso teimoso. Ele era infinitamente lindo, uma beleza que jamais poderia descrever em um namorado meu. Namorado? Pois é... A palavra parecia mais suave agora em minha cabeça e ver aquelas fotos apenas me provava que sim, nos éramos a porra de um casal de namorados. É foda? É foda.
Nem em meus mais loucos sonhos e fantasias de pré adolescente imaginei que eu poderia me sentir a namorada de um Christopher da vida. Não pela sua classe social, claro que também isso contava visto que ele é verdadeiramente um bilionário e isso parece loucura de pensar, mas por sua beleza física mesmo e seu modo educado de ser.
Como pode ver, entre tantas e tantas coisas a que eu deveria estar pensando e que ainda preciso resolver antes de voltar, ou não, para o navio, eu estava pensando nele mais uma vez.
Fui para cozinha e ansiei por mais um copo de vinho. Mas não tinha. Queria algo para relaxar e não me sentir tão ansiosa por hoje a noite. Mas sou inquieta demais e sei que um único copo não seria suficiente. Talvez mais duas garrafas. Suspirei.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O CEO, O MAR E ALGUÉM PRA MADÁ 🔞🔥
RomanceIrreverente, desbocada e feminista, Madalena é uma jovem nascida no interior da Bahia que decide se aventurar em um emprego temporário na Irlanda. Ela consegue uma vaga de massagista em um transatlântico e segue para Dublin carregando na mochila pou...