__ Me desculpe, Chris! __ Eu disse, tentando recuperar o fôlego. Eu havia chorado por cerca de meia hora sem parar e durante todo o tempo em que me pus em soluços ele ficou em silêncio, apenas abraçado a mim e afagando meus cabelos.
__ Por favor, Madá. Não há pelo que se desculpar, afinal. __ Falou, com sua voz suave e grave. Sequei minhas lágrimas e tentei levantar o pouco de dignidade que ainda tinha.
__ Odeio parecer fraca e sentimental. Mas ela pegou pesado. Foi rajada de artilharia. __ Falei, de forma que surgisse alguma graça. Chris passou a mão pelo meu rosto e secou as muitas lágrimas que caíam. Procurei um paninho pra suar metade da catarreira que formou no nariz.
__ Chorar não é fraqueza, Madá. Não há mal nenhum em expor a decepção, ou o ódio, ou a mágoa. Ela realmente foi cruel, eu escutei. __ Disse e continuou secando a melequeira pelo meu rosto.
__ Eu sinto muito pelas coisas que disse pra ela a nosso respeito. __ Ele levantou meu queixo para encará-lo e franziu o cenho. __ Sobre a questão do namoro. __ Expliquei. __ Sobre gostarmos um do outro. Eu só disse isso... __ Parei, tentando meditar uma maneira de dizer que não era isso, de forma que eu não fosse cruel com alguém que me fazia tão bem.
__ Shhhih, Eu entendi minha pequena bruxinha. Estamos nos conhecendo e ainda é cedo para pensarmos em nomes para o que temos e para designar o que sentimos. __ Ele falou. Respirei aliviada. Chris era uma excelente pessoa. Talvez alguém mais legal do que eu poderia ter. Ou até do que eu mesma.
__ Obrigada! __ Falei. Eu me sentia melhor agora.
***
Mais dois dias se passaram e hoje era meu dia de "Uma linda mulher." Haha. Eu e Mari estávamos em Qaqortoq na Groelândia. Ela havia vindo para cá de avião, apenas para vivermos nosso momento ostentação. No dia em que paramos aqui eu não pude conhecer essa nobre cidade, mas hoje eu poderia vê-la, afinal.
Meu amigo Lucas também havia vindo. Ele também queria um terno para entrar no covil da surucucu. Eu pensava em usar um vestido curto, mas pensando melhor naquela história da escada, era mais prudente pôr um longo, para cair com mais estilo.
E lá fomos nós quatro. O Chris dessa vez apareceu com um carro todo pancoso e nos conduziu até uma loja que só da porta eu já sabia que era coisa fina. Fiquei com vergonha de entrar ali com meu sapatinho de brechó.
Mari me olhou com ar debochado e eu me benzi para não chegar lá dentro e quebrar alguma porcelana da qual nem dando o rabo eu pagaria.
Chris veio atrás de mim e entrou comigo de mãos dadas na loja. A mulher veio nos atender com um inglês cheio de marca d'água (Sotaque gente, não me xinguem) e ele respondeu às suas indagações.
__ Queremos ver roupas exclusivas para um evento noturno. Por favor! __ A parte do Chris era fácil entender. __ Quero trajes de gala. __ Ele completou. Falando assim ele parecia o rico que ele era. Eu fiquei um pouco mais atrás e dei aquele analisada na sua bunda linda em uma calça social bege clara. Ele me pegou no flagra, olhando seu popozão e vocês estão ligadas que eu não tava nem aí pra isso.
A mulher falou mais alguma coisa e entrou para dentro da enorme casa que eles chamavam de loja. Mari e Lucas falavam baixinho no canto e eu sacudia meu pé no chão. Chris mexia no celular dele por segundo.
Em pouco tempo chamaram a nós quatro porta adentro e eu e Mari fomos separadas dos nossos machos, sendo levadas por duas magricelas até a parte de cima da casa, que eu podia julgar ser uma mansão. Pensar em escadas e nessa festa, me causava arrepios. Subi com todo o cuidado, olhando bem para o chão. Vai que azar viria antes da festa? Vai que piloto de vassoura tinha feito meu vodu e nesse momento estivesse me lançando escada abaixo? Deus me livre!
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O CEO, O MAR E ALGUÉM PRA MADÁ 🔞🔥
RomanceIrreverente, desbocada e feminista, Madalena é uma jovem nascida no interior da Bahia que decide se aventurar em um emprego temporário na Irlanda. Ela consegue uma vaga de massagista em um transatlântico e segue para Dublin carregando na mochila pou...