Capítulo 41 - Propostas

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Já estávamos dentro do enorme navio. Esse aqui era muito mais luxuoso que o outro Gregory e contava com muito mais piscinas e locais de entretenimento. Aqui tinha parque para crianças, salão de patinação e boate na proa. Um luxo para famílias. Não a toa, o nome era Gregory Luxor e fazia jus a isso.

Chegamos e ajeitamos tudo para receber os hóspedes. Minha sala era bem mais espaçosa que a anterior. Coloquei ali os meus quadros decorativos do Romero Britto e também minhas lindas frésias que ganhei do meu namorado. Ainda estavam vivas e aonde eu ia fazia questão de levar.

Mari estava muito contente com a saída da Nao. E Lucas também, que ficou com os horários dela. O romance deles ia muito bem, por sinal. Minha amiga e ele estavam meio que como eu e Chris, dormindo juntos quase todas as noites. e não sei se por ironia do destino ou apenas um dedo do dono deste lugar, mas seus aposentos estavam lado a lado.

Acabei conhecendo duas novas colegas, que vieram de outros turnos substituir nossa querida chinesa do mau e também uma outra colega que pediu demissão. São elas: Stela, uma mexicana e Jeida, uma indiana. Charlotte só apareceu mais tarde, já próximo do horário de embarque dos passageiros, com seus característicos óculos na ponta do nariz e seu olhar de ciclope. Deixou algumas ordens e depois saiu daqui avisando que iria para uma reunião.

Por mais que eu ainda estivesse preocupada com minha situação no navio e no país, estar de volta a esse trabalho muito me alegrava. Além de gostar do que faço, eu ainda ficava perto dos meus amigos, do meu namorado e poderia conhecer novos lugares e ver pessoas de várias etnias.

Após recebermos os passageiros e de assistirmos a palestra de segurança a bordo e de emergências, que inclusive nos mostrava onde ficavam os botes, coletes e vários outros itens, fomos liberados para nossos aposentos e tivemos acesso à planilha de turnos. Eu não fiquei na ala pobre, com meus colegas. Fiquei na suíte do Chris novamente. Era impossível desgrudar. Porém já havia avisado a ele que faria minhas refeições diurnas junto com os demais funcionários.

Apesar de meu turno só ter começado a tarde, fiquei bem cansada quando encerrei meu expediente à noite. Não por ter tido tantos clientes assim, mas pela movimentação dentro do barco. Preparação de salas. Fomos buscar caixas e mais caixas no depósito para abastecer os armários com óleos, cremes e roupões. E essa caminhada para lá e para cá era cansativa e tortuosa.

No fim do dia, meus pés pediam água morna numa banheira que eu sabia que tinha naquela suíte gloriosa. Esse quarto era bem mais moderno que o outro e contava com banheira de hidro do tamanho de uma piscina. Um luxo que eu certamente aproveitaria com meu Boy.

E por falar nele, ainda não havia voltado para o quarto. Aproveitei para encher a banheira e entrar na água borbulhante, à sua espera. A banheira ficava ao lado de uma enorme janela de vidro que nos dava o privilégio de ver o mar enquanto banhava-se. Porém, o Chris demorou a aparecer e eu tive que sair e aguardar por ele de outra maneira. As horas passavam e Chris não aparecia. Peguei umas besteiras no frigobar para comer e resolvi ficar na suíte esperando por ele.

Eu já havia cochilado quando o Chris chegou ao quarto. Entrou calado e tentando não fazer barulho. Fiquei parada na cama, fingindo dormir e vi quando tirou o terno que usava, pendurou na cadeira e caminhou até a varanda. Vi que respirou fundo lá fora e passava a mão pela cabeça. Parecia cansado ou talvez preocupado. Ele retirou a gravata com um movimento exagerado e em seguida apoiou as mãos no vidro de proteção da sacada.

Após ficar assim por um tempo, admirando a vista escura do mar lá fora, entrou. Me sentei na cama e fitei seus olhos. Estavam vermelhos e sem nenhum brilho.

— O que está acontecendo? O que você tem? — Perguntei. Levantei e segui em sua direção. Chris jogou a gravata sobre o paletó e abriu o primeiro botão da camisa social cinza-claro que usava.

O CEO, O MAR E ALGUÉM PRA MADÁ 🔞🔥Onde histórias criam vida. Descubra agora