Capítulo 46

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Eis que era chegada a hora da nossa ida para o Brasil. Eu já estava no carro e Chris estava colocando as malas no porta-malas, juntamente com o motorista que iria nos levar.

Eu sou, nesse momento, o poço da ansiedade. Não tenho mais unha para arranhar o Chris naquela hora, pois já havia roído até o sabugo. Minha perna tremia igual a um terremoto. Eu já estava quase comendo meu próprio cabelo.

Nesses últimos cinco dias, eu e Chris vivemos exatamente como um casal em lua de mel. Sem tirar e nem pôr. Chris ficou em casa sem sair e a gente estava incansável, fodendo a toda hora. Não sabíamos mais o que era roupa, andávamos nus pela casa, ou de roupão quando Iara aparecia para limpar ou fazer alguma comida e deixar na geladeira.

Quando Iara estava em casa, Chris ia para a academia do condomínio e eu para a piscina. Era aquecida aquela água e ficava morninha e gostosa demais para eu negligenciar. Além de tudo, a água morna descansava minha prexeca e me preparava para novos rounds com meu marido. Pois é, marido. Era até gostoso falar isso quando se tem o Chris como marido, sacou?

Ele fazia comidinhas pra mim. Me mimava a todo tempo. Me chamava de "minha pequena", tomava banho comigo e ainda cantávamos todas as noites antes de dormir. Era maravilhoso ver o Chris nu, com o violão no colo, tocando. Ele compôs uma nova música e aquilo mexia tanto comigo, porque a letra da música sempre falava de nós. Sobre felicidade, sobre bons ventos...

E agora eis que o dia da viagem chegou. Eu vou retornar ao Brasil e ver a minha amada mamãe e ter que aguardar uma tensa cirurgia que meu pai iria passar, ao lado dela, do Chris e do Fred. Santo Deus. Não tenho espírito pra isso não.

Temo que algo afete minha relação com Chris. Seja a minha própria família que idolatra Frederico, ou seja os fofoqueiros da cidade que podem soltar suas pérolas sobre minha vida profana por aqui. Como se alguém deles pagasse as minhas contas ou bancasse meu ginecologista, fala sério.

Falar em ginecologista, eu estava com medo de ter engravidado. Menstruação atrasou e me deixou em alerta, mas graças a Deus ela desceu hoje. Um alívio tremendo, porque eu e Chris além de termos transado sem camisinha várias vezes, incontáveis vezes para ser mais sincera, ainda não havia tomado a porra da pílula do dia seguinte.

Já pensou ter que retornar ao Brasil com todas essas preocupações e ainda temendo estar grávida? Mesmo tendo que viajar menstruada, foi uma alegria enorme vê-la no papel higiênico. Mais uma oportunidade de eu procurar uma farmácia e voltar a tomar as pílulas que eu tomava na época que estava com o Fred. Quero ter muito tempo para aproveitar meu marido, antes de tomar um passo desse tamanho.

Chris sentou ao meu lado no carro, pegou a minha mão e seguimos rumo ao aeroporto no táxi. O perfume do Chris me acalmava, por isso abracei ele e funguei sua camisa. Ele sorriu e me abraçou forte, beijando minha cabeça. Engraçado que a cabeça do Chris estava quase tocando o "teto" do carro.

— Por que está tão nervosa, Madá? — Ele perguntou, olhando-me cheirando sua camisa demoradamente.

— Vou voltar para minha cidade, Chris. E casada, após trinta dias que saí de lá. Tem a minha mãe, tem a cirurgia, tem a sua mãe, enfim. São vários os motivos. — Eu disse sem tirar meu rosto da sua camisa. Ainda estava frio por aqui e eu vestia meia calça por baixo da calça jeans, três blusas de manga longa e um cardigã, além de touca na cabeça e botas nos pés com três meias dentro. E luvas... o Chris estava de camisa manga longa quentinha e calça jeans, como se fosse imune ao frio. O casaco mais quente estava ao lado, sobre o banco do carro.

— E o seu Ex. Creio que isso seja o que mais lhe aflige. — Disse com a voz carregada de ciúmes. Falou grave, sério e impassível.

— Tá com ciúmes, tá com ciúmes... — Brinquei, cantando. Ele sorriu e puxou a ponta do meu nariz congelado.

O CEO, O MAR E ALGUÉM PRA MADÁ 🔞🔥Onde histórias criam vida. Descubra agora