49-De volta ao lar

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— Podemos ter um minuto de conversa, Madalena? — Minha doce amarga mãe me pediu.

— Se eu disser que não, fica tudo bem? — Ela fica com o semblante fechado, segurando para não soltar um tapa em mim. — Foi o que imaginei. Vamos lá!

Seguimos para o quintal da vovó, onde tem um monte de plantas das mais variadas espécies. Minha Mainha tem uma incrível coleção de suculentas, além de variadas espécies frutíferas.
O cágado que ela cria a uma centena de anos caminhava pelo canteiro de terra, indo em busca das pitangas que estavam no chão, caídas da pitangueira.

Escorei no tronco do pé de coco licuri e fiquei de braços cruzados para ouvir a gracinha que viria.

— Acho que já está na hora de você revelar a verdade. — Ela disse.

Ergui uma sobrancelha pra ela.
— Como assim? Do que a senhora está falando?

— Você está grávida? — Sorri alto, de pura ironia.

— Não. Tô menstruada! Não vai ser agora que a senhora será avó. — Digo

— Então como conseguiu casar com esse rapaz? — Pergunta. Eu devia dizer várias coisas, como nossos momentos quentes, mas respirei fundo.

— Ah... Então a senhora acha que o que eu fiz para conquistar o Chris foi alguma trama?  Acha que eu tentei o golpe da barriga? Criativa... — Ironizei. — Acho que eu fiz um delicioso chá de caçola e botei pra ele beber direto na pepeca.

— Mais respeito, Madalena! — Ela grita, brava.

— Então me respeite também. Eu não sou obrigada a ouvir ou responder esse tipo de indagações. Pelo amor, mamãe! A senhora acha que sou incapaz de despertar o amor em alguém? — Pergunto alterada.

— Esse homem é milionário, Madalena. Olha quem somos. Quem você é! Se enxerga! — Grita.

— Quem eu sou mamãe? A filha profana que deveria casar com o cara que abandonou ela no altar e que tirou a virgindade dela? Tenha santa paciência! É castigo por ter nascido pobre ou coisa assim? — Devolvo o grito.

— Ele se arrepende do que fez a você naquela época. E ele não é pobre. Mas é mais compatível com sua realidade do que esse rapaz. Vocês tem dois meses apenas juntos... Ele vai quebrar seu coração e vai fazer um estrago muito maior do que o Fred fez. Está apenas se divertindo com a garota humilde, libertina e deslumbrada com a vida lá fora. — Diz. É foda ter que ouvir uma coisa assim.

— Sou adulta o suficiente para superar, caso isso aconteça. Para saber o que e quem eu quero. Não sou deslumbrada, mamãe. A gente se ama e seria muito para a senhora desejar apenas que eu seja feliz?

— Eu gostaria, mas não consigo enxergar um futuro nessa relação. Não consigo acreditar nessa história. Eu espero que você não seja uma prostituta de luxo, seu pai ficaria decepcionado. — Ela cospe as palavras. E eu seguro para não chorar.

— Madalena é minha esposa! — Chris chega falando em um português claro e audível. — E eu exijo respeito. — Ele aproxima-se de mim. — Fui eu quem a pedi em casamento e lutei para que ela aceitasse. Apaixonei-me por Madalena a primeira vista e se estamos juntos foi por muita insistência minha. — Ele diz em tom firme e paciente. — Eu realmente sou herdeiro de muitos bens, de muito dinheiro, mas só vim conhecer a felicidade quando a tive. Aquela máxima de que o dinheiro não compra a felicidade é real. E isso de diferença social nunca será um empecilho entre nós. Eu a amo. Amo cada detalhe dela. E isso basta para que sejamos felizes. — Mamãe escuta e ergue o queixo.

— Eu não convidei você para participar dessa conversa. Isso é assunto meu e de minha filha. — Diz, rispidamente.

— Não precisa me convidar. Somos casados e tudo que for relativo a ela, será também a mim. Madalena não é mais a sua filha, ela é a minha esposa. E como tal, não aceito que diga qualquer coisa que fira a sua dignidade. Ela não está mais sozinha. E também não é mais humilde. Somos casados em comunhão total de bens. Tudo que pertence a mim, agora também pertence a ela.

O CEO, O MAR E ALGUÉM PRA MADÁ 🔞🔥Onde histórias criam vida. Descubra agora