C3 - Surpresas

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Continuei a dançar feito louca, mas tive que aguentar as meninas falando do quanto o tal do Chris pareceu afim e da sorte que tive de ter recebido uma mordida dele, sendo estreante na cidade. Eu não posso dizer a elas o quanto preciso não pensar no tal bonitão. Ele é gostoso demais, o homem tem um cheiro e uma cara de safadeza terrível, do tipo que eu não pensaria duas vezes em experimentar. O problema é que vejo problemas... Este tipo de homem é o meu fraco e não quero correr o risco de me ver afim de alguém.

Eu não vim aqui pra perpetuar minha espécie e viver um conto de fadas mal contado, numa casa, cheia de filhos e um marido no quintal, fazendo churrasco.  Vim pra colecionar experiências, fazer amizades e pegar geral. Gente nova, novas culturas e novos prazeres. E fazer isso sem ter ninguém me apontando na rua, me chamando de vadia.

Entre uma dança e uma bebida, eu não me contenho a olhar para cima e, lá do alto, aquele pedaço de mal caminho me olha de volta, sempre colocando aquela porra de volume pra frente, me fazendo babar naquele peito à mostra, com o botão da camisa aberto e aquele pacotão generoso no meio das pernas. Eita painho! Era muita tentação e as doses de cervejas irlandesas, já estavam me deixando alterada.

O homem tem um sorriso tão cafajeste, e um olhar tão intenso, que me deixa molhada só com a minha imaginação. Ele é fogo e eu sou brasa acesa, definitivamente, o resultado seria uma combustão intensa e incineradora, caso ficássemos juntos. Mas como eu já afirmei, não posso. Não posso de forma alguma porque sei que isso seria meu calvário. Então resolvi partir pra outra e volto a focar no vocalista.

Quando ele faz uma pausa, vai até o balcão do bar. Me certifico se a... Sei lá, a mulher loira está por lá, ou o noivo dela e como não os vejo, corro e encosto no bonitão. As meninas também já bastante alteradas, dançam coladas, uma na outra, parecendo até, um casal de lésbicas. Nem me vêem sair. Resolvo dar outro golpe do clichê, nesse loiro.

_ Olá. _ digo e empino a bunda, recostando no balcão.

_ Oi. _ ele diz, distraído. Só depois ele me olha e aí dá um sorriso e mira minha bunda e passa a prestar atenção em mim. _ quem é você?

_ Sou a Madá. Muito prazer! Qual o seu nome? _ mordo a boca, de propósito.

_ Kevin. É um prazer também, conhecê-la. Nunca te vi por aqui, eu acho. É turista?

_ Não. _ dou risada _ mas cheguei hoje a Dublin e se Deus permitir, pra ficar.

_ Uau, seja bem-vinda. Curtindo a banda?

_ Muito. Você canta muito bem. Aliás, sua voz é linda... Como você! _ dou meu melhor sorriso de timidez (uma que nunca tenho).

_ Obrigada, Madá. Eu tô voltando pra cantar mais alguma coisa, quer ouvir algo em especial?

_ Deixa eu pensar aqui, pode ser You and I, dos Scorpions?

_ Olha, essa foi uma grande escolha, vou falar com a banda. Tá ok?

_ humrum. _ respondo. Ele me dá um beijo no rosto e sai. Fico sorrindo feito boba e vou ao banheiro. Quando vou sair, ouço os primeiros acordes da canção que pedi.


Eu realmente curto essa música, mas agora eu curto ainda mais de ouvir ela pela voz do vocalista desta banda. Sim, eu tô falando dele, do bonitão de verdade. Acreditem, ele desceu e foi cantar. Ao me aproximar, vejo o cabeludo da guitarra sorrir e piscar o olho para mim, fazendo um belíssimo espetáculo, por sinal, nesses solos da melodia. Mas nada se compara a voz do Chrisis. Mother das women, é pra arrepiar o cabelo da xana! Que é isso minha gente!?

O CEO, O MAR E ALGUÉM PRA MADÁ 🔞🔥Onde histórias criam vida. Descubra agora