Capítulo 47

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Estar menstruada, com cólica querendo aparecer, e prestes a ver o meu pai entrar no centro cirúrgico, é foda. Além do mais, estou acompanhada do meu marido que descobri ser ciumento e do meu ex, Fredido, a quem a minha mãe idolatra, sabe lá Deus porquê.

Meu pai foi levado para o centro cirúrgico e nós permanecemos no quarto onde ele estava antes. Chris estava sentado em uma poltrona, a minha mãe na outra e eu no colo do Chris. Mamãe me olhava com uma cara feia, enquanto eu estava desta forma, como se estivesse me recriminando pelo ato que considera íntimo.

- Você deve estar faminto, né? - Perguntei ao Chris, em inglês.

- Estou com mais calor e sede, do que qualquer outra coisa. - Ele disse. Sorrimos e dei um selinho em seus lábios.

- Como vocês se conheceram mesmo? - Mamãe perguntou.

- Em um Pub, mamãe. - Ela franziu o cenho, desconhecendo aquela palavra. - Uma espécie de bar, misturado com fast food e que possui música ao vivo. O Chris também é músico, ele é vocalista em uma banda.

Ela levantou a sobrancelha e mexeu o sachê do seu chá dentro da xícara. Eu havia ido com o Chris até a recepção e lá havia uma máquina de café e chá.
Chris bebeu um café extra forte e eu levei chá para mamãe.

- E os seus pais, Christopher? Ainda são vivos? - Mamãe questionou o Chris.

- Sim. Eles moram na Islândia e na Grécia. Quando o inverno fica rigoroso em um país, eles migram para o outro. - Resume. Mamãe sacode a cabeça em positivo e não parece nada feliz com as informações. Mas eu não ligo. Ela nunca ficaria feliz a menos que me visse com seu precioso Frederico, cara de cabrito.

A conversa cessa por aí e ao longo das horas de espera, sem notícias, mamãe adormece na cadeira. Eu estava já roendo as unhas e o Chris estava fazendo ligações do lado de fora do quarto. Até que após três horas de uma longa espera, Fred adentra o quarto, acordando repentinamente a mamãe e me tirando do sofrimento.

- Oi. - Ele diz. - Desculpem a demora. Trago boas notícias! A cirurgia foi um sucesso. Está tudo bem com o seu pai, Madalena. Daqui para amanhã, ele estará no quarto. - Fred diz, olhando para mim. Chris ainda não havia entrado novamente no quarto.

- Graças a Deus! E a você! - Mamãe diz, me fazendo revirar os olhos de tédio.

- Que bom que deu tudo certo. Por que tanta demora? - Perguntei.

- É uma cirurgia delicada. Sempre demora assim. - Ele diz. Faço um positivo com a cabeça e deixo ele se calar.

- Quando tiver mais notícias, não deixa de nos avisar, Fred, querido. - Mamãe pede com uma dose extra de doçura.

- Claro! Virei sempre aqui trazer notícias. - Ele sai, deixando eu e mamãe a sós. Ao menos ele tem se mantido neutro.

- Viu só? O garoto de ouro que deixou para trás? - Ela pergunta, como se estivesse cega diante do pedaço de ouro maciço bem presente por aqui.

- Mamãe, a senhora esquece que esse cisco de ouro falso me abandonou no altar? Que a senhora e papai gastaram todas as economias que tinham naquela preciosa festa e cerimônia e que não serviu para nada? Às vezes parece que sofre de amnésia.

- Ele tinha apenas 18 anos, Madalena. Aquele erro foi meu e de seu pai, que embarcamos nessa loucura de obrigar vocês a se casarem tão jovens. Mas ele gosta de você até hoje. Não consegue assumir ninguém, estava a sua espera por todo esse tempo.

- Jura, mamãe? Pegando a Daniela, bunda de tanajura? Falando de mim pelos cantos, sobre eu ser mulher fácil e que ele não se arrependia de não ter casado comigo? Que eu não era mulher pra casar? Me poupe. A senhora já olhou para o meu atual marido? Quer mesmo comparar?

O CEO, O MAR E ALGUÉM PRA MADÁ 🔞🔥Onde histórias criam vida. Descubra agora