Capítulo 5

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Ele

- Espero que não se importe - ela diz se aproximando de mim - meu uniforme rasgou.
- N-n-não, não tem problema - gaguejo sem querer.

Honey está com uma camiseta preta, minha. E está linda.
Outras garotas já usaram minhas roupas outras vezes, eu sempre achei isso sexy, mas em Honey...

- Devolvo quando chegar em casa - sorri me tirando de meu devaneio.

Honey tem o sorriso mais lindo que eu já vi. Não sei se são esses lábios, talvez seja essa maldita covinha em sua bochecha que faz com que eu queira beijá-la cada vez que sorri.

- Não precisa se preocupar - eu respondo - algumas daquelas roupas não me serviam mais então Maria achou melhor colocá-la no closet dos hóspedes já que estavam novas, você pode ficar com ela.

De repente ouvimos vários latidos. Droga, esqueci de trancar Tayla.
Geralmente as mulheres que vem aqui nunca gostam de um cachorro pulando em cima delas, então sempre que trazia alguma aqui eu prendia Tayla em minha casa, ou na casa de hóspedes. - Para Loretta principalmente, ela odiava Tayla. E posso dizer que o ódio era recíproco - mas dessa vez eu esqueci.

Tayla vem correndo e para perto de Honey. Começa a pular em cima dela e a cheirá-la enquanto abana seu rabo.

- Tayla, pare - faço carinho em Tayla para afastar ela de Honey - não queremos assustar nossa visita.
- Não. Pode deixar. Ela é tão bonita - diz Honey se abaixando e fazendo carinho em Tayla - não a vi ontem.
- Ela devia estar dormindo quando chegamos - comento me aproximando delas - não é mesmo sua dorminhoca? - faço carinho na barriga de Tayla quando ela se deita.
- Labrador? - pergunta.
- É - digo - ela tem um ano.
- Nossa, mas ela é enorme.
- Eu sei - sorrio para ela.
- Bom, Tata, eu preciso ir. Mas foi um prazer te conhecer - diz fazendo mais um carinho no topo da cabeça de Tayla e depois lhe danto um beijo.
- Você deu um apelido pra minha cadela?
- Sim, vamos? - diz simplesmente.

Eu sorrio e nós começamos a andar.
Atravessamos o jardim da casa principal e vamos para a rua, onde meu carro já está estacionado.

- De jeito nenhum! - ela sorri de orelha à orelha - um Mazda RX-7, meu Deus!
- Lindo não é?

Confesso, tirei um carro diferente porque adorei ver esse brilho nos olhos dela ontem.

- É de 1992, Terceira geração? Posso ver o motor? - ela coloca o lábio inferior para a frente, junta suas mãos em seu peito e pisca os olhos várias vezes em súplica - por favor!
- Eu nem conheço você, e se estragar o meu carro? - franzo o cenho, mas rindo por dentro.

É claro que vou deixá-la ver meu carro, mas estou gostando demais de vê-la assim. E surpreso porque nenhuma outra garota, nunca, pediu para o olhar o motor de nenhuma máquina minha. Nenhum amigo meu também, para ser sincero.
Meu coração está ficando acelerado, o que essa garota está fazendo comigo?

- Se eu estragar seu carro você pode fazer o que quiser comigo - ela junta os lábios em uma linha reta para dentro, talvez pensando melhor no que acabou de dizer.

Agora eu quero mesmo que ela estrague meu carro.

- Pode até me matar se quiser - ela continua - mas eu prometo que não vou estragar seu carro.
- Tudo bem - revirou os olhos brincando - pode dar uma olhadinha. Só uma olhadinha.

Os olhos dela brilham, eu poderia dizer que está prestes a chorar.

- Motor 13B-REW, quase do tamanho de uma caixa de sapatos, e eu estou vendo pessoalmente. - ela diz baixinho para si mesma, sem olhar para mim.
- Nossa, você conhece mesmo de carros - digo surpreso.
- Um pouquinho - ela levanta os olhos do motor e sorri para mim.

Amanhecer AgridoceOnde histórias criam vida. Descubra agora