Capítulo 43

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Ele

- Amor - ouço a voz de Honey me chamando - COLIN ACORDA - ela grita.
- O que foi? Abro os olhos e me sento na cama ainda sonolento.
- Tá doendo, muito. Acho que está na hora.

Na mesma hora eu desperto completamente e já não resta em mim mais nenhuma gota do sono que eu estava. E ainda são três horas da manhã.

Honey e eu já estávamos ficando muito aflitos porque ela já está grávida de quarenta semanas e dois dias e nada de Aurora aparecer, mas a obstetra disse que estava tudo bem e que podíamos esperar tranquilamente pela chegada de nossa filha até ela completar quarenta e uma semanas e seis dias já que tanto Honey quanto Aurora estavam ótimas. E agora ela está chegando.
Nunca estive tão ansioso em toda a minha vida.

- Tudo bem, tudo bem, calma, se acalma, você só precisa se acalmar..
- Colin, eu estou calma. Você é quem está andando de um lado para o outro.
- Desculpa - eu me sento ao seu lado na cama - o que você está sentindo, como foi.. o que aconteceu?
- Eu estava dormindo e acordei para comer alguma coisa mas antes que eu conseguisse descer as escadas eu comecei a sentir uma cólica bem forte e aí te acordei.
- E não está mais sentindo dor?
- Agora não.
- Tudo bem, eu vou ligar para Kate, fique aí e não se mexa!

Eu respiro fundo e digo para a doula, que por acaso tem o mesmo nome que minha avó, tudo o que aconteceu. Ela diz que virá pra cá a hora que nós acharmos melhor, mas que é para eu me acalmar porque isso levará tempo e que é uma maratona. Disse que nós dois podemos voltar a dormir porque a noite e o dia serão muito longos e que temos que estar descansados. Disse também que devemos marcar o intervalo das contrações e que se de repente os intervalos ficarem muito curtos e ritmados que devemos ligar para ela e ir até a maternidade.

Eu conto tudo para Honey que simplesmente se levanta e vai tomar banho reclamando que não aguenta mais esperar.

~

São oito horas, Honey e eu estamos tomando café da manhã.
Nós acordamos três e meia, depois cinco horas, cinco e quarenta, e por último às sete horas, todas as vezes com as contrações de Honey. Estamos em contato com a nossa doula e com a enfermeira obstetra que estão nos acalmando a todo instante.

Eu li muitos livros sobre esse momento, mas sinceramente parece que me deu um completo esquecimento por conta do nervosismo que eu senti na hora então os conselhos da nossa doula tem sido de grande ajuda.

Honey disse que estava sem fome e não queria comer absolutamente nada, mas Kate lhe explicou que se ela quer realmente ter forças para dar a luz, ela vai precisar de energia então ela precisa se alimentar. Foi o incentivo que Honey precisava para comer.

Depois de comer, Honey vai para a bola suíça enquanto assiste à um programa de culinária na televisão.
Olho para ela tentando ver se está sentindo dor, mas ela está falando sozinha sobre alguns pratos que quer inventar e tomando notas mentais sobre algumas ideias que acaba tendo.

- Você não acha filha? - ela pergunta massagendo a barriga enquanto rebola encima da bola suíça - eu acho que um pouco de manjericão ali seria o ideal.
- Eu também acho - digo sentando na poltrona ao seu lado.
- Você nem.. aaaaaaahhh - começa a gritar agarrando minha mão - meu Deus que dooooorr - grita.
- Calma amor eu estou aqui.
- Dá para ficar quieto? - grita bem alto - desculpa amor, me desculpa, eu não tive a intenção, me desculpa é que dói tanto, meu Deus!
- Está tudo bem - a acalmo achando graça.

Estou muito ansioso. Cada contração que Honey tem eu acho que é a hora que Aurora vai nascer mesmo sabendo que ainda falta muito. Acontece que quero muito ver o rostinho da nossa filha, mas ao mesmo tempo fico nervoso porque não sou seu pai biológico embora me sinta seu pai de coração, então e se ela não gostar de mim? Estou sentindo uma mistura de aflição, amor e ansiedade, e todos ao mesmo tempo.

Amanhecer AgridoceOnde histórias criam vida. Descubra agora