Capítulo 45

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Ele

Honey gritou incrivelmente alto e agora está chorando de dor.
Eu estou ao seu lado mas não sei exatamente o que dizer para acalmá-la então Kate faz isso enquanto faz massagens nas costas de Honey.

A enfermeira pergunta para Honey se ela está disposta a fazer o exame de toque porque as últimas três contrações tiveram um espaço de quinze minutos cada uma e que ela acha já ser a hora de ir para o hospital.
Honey aceita e a enfermeira e Kate a deitam no sofá. Enquanto isso eu decido ir até a cozinha beber uma água.

And e Chloe não aguentaram ouvir os gritos de Honey e foram embora depois de duas horas que haviam chegado. Então só estamos eu, Honey, a enfermeira Natalie e Kate em casa.
De repente eu ouço uma comoção vinda da sala.

- COLIN. COOOLIN - Honey grita agachada.

Eu corro até lá para entender a comoção.
Kate vem até mim e diz que precisamos ir para o hospital e a obstetra diz que já ligou para a maternidade e que a banheira já está pronta esperando por Honey. Natalie diz também que a doutora Lauren ainda não chegou na maternidade, mas que está a caminho.

Vou até a enfermeira em particular e pergunto para ela com quantos centímetros Honey está. Ela me diz que já está de oito centímetros.
Oito centímetros é muita coisa!
Significa que Aurora pode chegar a qualquer momento, mas cada parto é único então também ainda pode demorar algumas horas, embora seja improvável. De qualquer forma, não é nada seguro esperar em casa com oito centímetros, a não ser que quiséssemos que Aurora nascesse em casa, e nós não queremos.

O bebê conforto já está instalado no carro novo que comprei porque nenhum dos meus antigos carros era ideal para se andar com um bebê.
Lembro que as malas que vamos levar para a maternidade ainda estão lá em cima no quanto da Aurora então eu subo correndo as escadas enquanto vejo que Honey já está mais tranquila respirando fundo de olhos fechados e rebolando na bola suíça.
Levo as malas para o carro enquanto as meninas ajudam Honey a chegar até o carro.

Quando começo a dirigir Honey grita para que eu pare o carro. E ainda nem conseguimos sair do jardim.

- Amor eu não consigo, ela vai nascer no carro - diz chorando e ofegante - aaaaaii tá doendo demais, meu Deus. Por favor, por favor.
- Amor, você consegue!
- Claro que consegue, seu corpo sabe o que está fazendo, querida - Kate enfatiza.
- Não, não sabe. Colin, amor não dirige, por favor - Honey implora.

Eu mantenho o carro parado por alguns instantes enquanto Kate conversa com com Honey e a acalma até que Honey relaxa e deita a cabeça no ombro da doula que faz um sinal com a mão para que eu prossiga com o carro.
Eu começo a dirigir sem saber se acelero para chegarmos rápido ou se diminuo a velocidade para não machucar Honey.

Quando finalmente chegamos ao hospital, a enfermeira grita para trazerem uma cadeira de rodas.

- Não! - Honey diz subitamente - eu consigo andar.
- Tudo bem, então vamos - diz Natalie calmamente.
- Aaaaaaahhh eu não consigooo - Honey começa a lamentar.

Se eu não tivesse a certeza que Honey está sentindo muita dor, essa cena poderia até ser engraçada.
O enfermeiro traz uma cadeira de rodas e Honey se senta nela choramingando.

Quando chegamos na sala preparada para Honey ela logo pede para entrar na banheira. Assim que a colocam lá dentro ela encosta a cabeça na beirada e parece ter dormido.

- Não devemos acordá-la? - pergunto para a enfermeira preocupado.
- Está tudo bem, ela vai acordar quando outra contração chegar.
- Ela só está muito cansada - completa Kate.

Depois de vários minutos Honey acorda gritando de dor a plenos pulmões.

- Colin, por favor, eu não aguento mais.
- Você consegue amor, eu sei que consegue - digo segurando a sua mão.
- Você consegue, sim! Seu corpo está preparado para isso - diz Kate fazendo massagem nas costas de Honey - sua filha está chegando.
- Não, não, não, não, não.. quero que todo mundo pare - diz de repente - Quero. Que. Me. Tragam. Um. Remédio. Agora. Mesmo! - diz desesperadamente com sua respiração entrecortada.
- Não será remédio, Honey, será anestesia. E você deixou claro no seu plano de parto que não queria - diz a enfermeira.
- Dane-se o plano de parto, eu quero anestesia, eu quero!
- Amor.. - eu tento.
- Colin, se você não me der anestesia agora mesmo, eu não sei o que sou capaz de fazer - diz tentando se levantar da banheira.
- Não.. tudo bem eu dou um jeito - digo rapidamente.

Converso com a enfermeira que diz que com anestesia há uma pequena chance que o parto seja encaminhado para uma cesariana, mas a chance é bem pouca.
Nós vamos atrás de um anestesiologista e ele chega no quarto em poucos minutos.

- Eu não quero - diz Honey de repente olhando para a agulha - eu não quero. Eu não quero..
- Honey, amor.. se acalma.
- Eu não quero anestesia, eu consigo. Me desculpa senhor - diz para o anestesiologista - mas eu consigo sem anestesia.
- Eu sei que consegue - digo rindo e dando um beijo em seus lábios.

Amanhecer AgridoceOnde histórias criam vida. Descubra agora