Capítulo 20

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Ela

- Pegue a farinha que eu separei ali - eu aponto para o recipiente transparente em que coloquei uma xícara e meia de farinha de trigo - não acredito que nunca fez panquecas antes!

Estou agradecendo a Deus que já tirei a tala da minha mão, agora posso cozinhar com as duas mãos e eu nunca agradeci tanto por isso. Essa semana inteira com a mão enfaixada foi horrível, mas a parte boa é que consegui folga do trabalho durante esses dias e Colin e eu nos divertimos muito em todos eles.

- Ei, não me julgue - ele ri - você não tem reclamado dos meus cafés da manhã - fala soprando uma pequena quantidade de farinha no meu rosto.
- Aah seu miserável - eu rio limpando a farinha de meus olhos - você vai se arrepender de começar essa guerra!

De repente eu pego um recipiente que continha manteiga derretida e jogo em seu rosto. Antes que ele tenha tempo de tirar eu pego um punhado de fermento com as mãos e sopro por cima da manteiga.

- Sua ladra! Só se pode jogar um ingrediente por vez! - ele grita rindo enquanto corre para lavar o rosto na pia.
- Não no meu jogo! - eu digo cruzando os braços.
- Agora você está morta - ele diz calmamente.

De repente ele avança um passo para se aproximar de mim e eu recuo o mesmo passo. Ele se aproxima com mais dois passos. Suas pernas são maiores que as minhas, então terei que correr.
Eu dou um único passo para trás ainda olhando fixamente em seus olhos. Ao fingir que darei outro passo lentamente para trás eu saio correndo em disparada rindo a plenos pulmões. Talvez rindo mais do que já ri em toda a minha vida.
Olho para trás e ele está quase me alcançando.
Abro a porta correndo e ele vem atrás de mim. De repente Tata se junta a essa perseguição latindo para nós dois, ela parece não saber se é uma brincadeira ou se Colin realmente quer me pegar. Isso me faz rir mais ainda. O gramado extenso já está me cansando e eu aproveito para parar de correr propositalmente perto da piscina.
Apoio as mãos nos joelhos e abaixo a cabeça ofegante em busca de ar. Colin não demora meio segundo e já está do meu lado fazendo o mesmo.
Eu me levanto ao recuperar o ar e olho para ele.

- Te peguei - diz me segurando pela cintura - ganhei.
- Eu discordo - falo aproximando nossos lábios o suficiente para beijá-lo.

Mas antes que ele possa me beijar eu percebo que já está entorpecido o bastante, então eu solto suas mãos de minha cintura e o empurro rapidamente para dentro da piscina.

- Está muito enganado se pensou que eu beijaria você assim cheio de manteiga e fermento - sorrio abertamente comemorando minha vitória - eu ganhei.
- Você - ele diz sacudindo os cabelos - é sem dúvida a pessoa mais competitiva que eu conheço.
- Obrigada!
- Não foi um elogio - ele fecha seu próprio sorriso - pode me ajudar a sair? Meu celular estava no meu bolso - diz com cara amarrada.

Droga. Eu não sabia disso. Eu tenho que começar a pensar antes de fazer as coisas.

- Desculpa - digo sinceramente estendendo a mão para ajudá-lo a sair da piscina.
- Além de competitiva - ele diz calmamente aceitando minha mão e a segura com força - é muito ingênua - sorri maliciosamente olhando diretamente em meus olhos.
- Filho da..

Ele dá um puxão na mão que eu tão gentilmente ofereci e então eu acabo dentro d'água junto com ele. Deveria ter suspeitado que ele não faria aquela cena somente por ser jogado na piscina.

- Concordamos em empate então? - pergunta.
- Empate - sorrio e cruzo as pernas envolta de sua cintura, com a real intenção de beijá-lo dessa vez.

~

- Você não mentiu quando disse que a casa dele parecia ser feita para gigantes - Chloe diz olhando em volta.

Amanhecer AgridoceOnde histórias criam vida. Descubra agora