Capítulo 05

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Na manhã seguinte...

Marta acordou com o barulho das cortinas sendo abertas por Silviano. Na mesma posição que ela estava, ficou.

— Bom dia, my lady — ele parou à frente da cama com as mãos frente ao corpo.

— Hum — Ela resmungou e tirou o tapa olhos — Bom dia, Silviano. Maravilhoso dia para você — Ela se sentou.

— Vejo que madame acordou de ótimo humor — ele especulou. 

— Sim, de ótimo, maravilhoso e perfeito humor. Acordei com muitos planos, Silviano. Um passarinho verde me contou que muitas coisas vão mudar nesta casa — Ela sorriu e piscou — Agora vou tomar um banho.

— Vou preparar o café de my lady. Com licença.— Ele saiu do quarto.

A mente de Marta trabalhava em um plano simples e genial, suficiente para deixar toda a família e principalmente Zé Alfredo de queixo caído. 
Enquanto ela pensava enquanto encarava seu reflexo no grande espelho de seu banheiro.

— É Zé, acho que por essa você não espera — Ela pensou em voz alta.

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Vestida com toda a elegância que possuía, Marta desceu as escadas e encontrou toda a família reunida na mesa. O falatório que estava instalado, cessou no exato momento que ela se sentou.
O comendador que estava em silêncio, permaneceu do mesmo jeito, mas agora contribuindo para um silêncio e uma tensão mesada no clima.

— Gente, que clima de repente — Daniele se manifestou.

— Incomodada? É só se retirar — Marta deu uma "patada" como resposta.

— Nossa, só quis comentar, também não precisa vir com as quatro pedras da gávea pra cima de mim — Ela se defendeu.

— Se ficasse quieta, contribuiria muito mais para a paz alheia — revidou. 

— Gente, vamos parar, vai. Ainda está cedo para isso. Por favor.— Clara interrompeu a troca de farpas.

— Alguém com um mínimo de senso nessa mesa — Zé se manifestou.

Marta e Zé se entreolharam rapidamente. 

— Mãe, a nova joia da império, que no caso você vai desfilar no dia da festa, ficou pronta, tá incrível, passa na minha sala mais tarde pra gente vê como vai ficar, ok? — Clara disse tomando o último gole de suco.

— Uhum. Agora eu preciso ir — Marta se levantou.

— Já vai pra empresa? Vamos juntas então!— Clara também se levantou.

— Não. Eu preciso ir a outro lugar antes, mais tarde vou pra Império. Com licença...

A língua de Zé coçou para questionar a saída de Marta, mas ele sabia que se perguntasse a ela, a mesma não iria responder. Mas para Clara, talvez obtivesse uma resposta. Assim que todos saíram da mesa, ficaram apenas Clara e ele.

— Você que vive grudada em sua mãe...

— Pai, olha só, não começa tá — Ela o interrompeu — eu sou filha dela, não guarda costas ou um oráculo que ela vem consultar todas as vezes que precisar dar um passo. Se você quiser saber qualquer coisa, pergunte a ela. Agora me dá licença — Ela saiu.

— Shit! Essa menina...

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Na cobertura de um dos hotéis mais luxuosos do Rio de Janeiro, um homem olhava para a vista deslumbrante que a cidade proporciona. Mas nada lhe chamou tanto atenção quanto ver a figura de uma linda mulher vindo em sua direção. 

— Maurilio Ferreira! 

O homem se levantou.

— Maria Marta Medeiros de Mendonça e Albuquerque — ele se pegou  impressionado com a beleza da mulher.

— A própria. Muito prazer — Ela estendeu a mão.

— O prazer é todo meu — Com todo o cavalheirismo, ele deu um beijo na mão dela.

Maurilio puxou a cadeira para Marta se sentar. 

— Fico feliz que tenha vindo — ele foi simpático — Confesso que fiquei surpreso quando entrou em contato comigo. Não é qualquer um que tem esse privilégio. 

— Realmente! Mas é muito bom que você tenha aceitado a minha proposta.

— Claro, como eu poderia negar uma negociação tão vantajosa. Então eu devo entender a sua presença aqui como um acordo fechado?

— Talvez. Antes eu preciso me certificar de como tudo vai funcionar. Aí sim, executamos o plano.

— Claro! Mas eu preciso saber se você realmente vai querer fazer isso! É algo que pode provocar a fúria do homem de preto. Você desfilará a minha joia, da minha marca, e não a dele, isso vai dar oque falar.

— É exatamente oque eu quero. Todos os anos, nós lançamos uma joia que sempre bomba no mercado, e eu desfilo essa jóia para toda a sociedade do Rio de Janeiro numa festa que sempre dá oque falar. Agora projeta como vai ficar, se eu desfilar a sua joia. O seu nome e o da sua marca vão disparar no mercado, e eu vou dar o troco que ele merece. Ambas as partes saem ganhando.

— É perfeito. Mas isso não irá te prejudicar também? Afinal, a império é uma marca conjunta, sua e do seu marido. Pode respingar em você também. 

— Acredite em mim, meu caro, ah coisas que valem a pena. Se perde um pouco aqui, para lá na frente ganhar mais, muito mais — Ela foi objetiva.

— Certo. Então...negócio fechado?

— Negócio fechado!

O aperto de mão calou o acordo entre eles.

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Meu Diamante - MALFREDOnde histórias criam vida. Descubra agora