Capitulo 22

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Mesmo depois de uma relação maravilhosa, ainda sentada naquela posição em cima dele, Marta estava séria e pensativa. Não que ela não tivesse realizada por dentro, o problema era que por fora algo ainda a incomodava.

— O que foi?—  percebendo, ele perguntou.

— Quando a agente acordar amanhã, você não vai ter ido atrás dela, vai?— perguntou com olhos temerosos.

Zé suspirou e alisou os braços dela.

—  A mulher de minha vida é você, Marta. Eu cometi um erro quando me envolvi com Isis. Eu quase te perdi e se isso tivesse acontecido, eu ia viver o resto de minha vida com esssa culpa me corroendo por dentro...—  Marta conseguiu ver sinceridade na fala dele — Sei que disse coisas para te magoar, te humilhar e eu fui um jumento por fazer isso. Você é a minha força, my diamond. É por você que eu vou a luta sempre, por você e nossos filhos que eu luto com quem quer que seja.

A emoção dentro dela era tanta, que sentia vontade de gritar.

— Vamos esquecer tudo isso...e começar de novo...—  selinho —... aquilo que acabamos de fazer. 

Já estavam tão a vontade com aquilo, que tinham até esqueci que ela ainda tinha os pontos da cirurgia e que não podiam se romper, ou ela voltaria para o hospital.

Zé virou com ela na cama, segurando suas mãos de novo, enquanto a beijava.

— Só cuidado comigo por que ainda estou operada. Se não quiser me ver no hospital de novo, é melhor não me deixar toda roxa ou abrir meus pontos —  Ela deu um tapa no ombro dele.

Comendador riu alto e balançou a cabeça negativamente.

— Com os pontos tudo bem, já as marcas...não garanto nada.

— No mais...eu sou sua!

A fala dela foi a faísca perfeita para por fogo no quanto inteiro.

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[ No dia seguinte...]

Ainda de olhos fechados, Marta começava a despertar, sentindo um peso em sua cintura. Era o braço de Zé, ele ainda dormia agarrado a ela. A imperatriz se virou devagar, abrindo os olhos, e tendo a visão de seu cangaceiro dormindo.

— Cangaceiro sem educação...mais que é o amor da minha vida. Eu te amo, meu Zé —  Ela sussurrou a última frase, passando seu nariz no dele.

—  Eu também te amo, quatrocentona cheia de frescura — E não é que ele estava acordado.

Marta deu um sorrisinho de canto e um tapa nele.

— Cheia de frescuras é a senhora sua mãe, seu jagunço.

Trocaram olhares e sorrisos de amor. Ele se ajeitou entre as pernas dela, e ficou estudando seus olhos azuis.

— Devagar, meus pontos ainda estão doendo por causa de ontem a noite — Ela falava sério, estavam mesmo doloridos.

Na hora que estavam se amando, seu corpo ganhou como um anestésico de amor, o sangue quente não permitiu dar lugar a dor física.

— Estão doendo muito?—  ele perguntou preocupado.

— Um pouco! Espero que não passe disso. É Melhor a gente descer, a casa com certeza já está em funcionamento — Ela disse de forma doce enquanto acariciava as costas e o rosto dele — E eu estou morrendo de fome.

— Eu também — Respondeu ele com certa malícia.

Zé começou a beijar o pescoço dela.

— Zé...— Ele arfou, enfiando os dedos nos cabelos dele.—...eu estou falando do café da manhã normal.

— Mais eu não — Ele avançou na boca dela, iniciando um belo beijo de bom dia.

No completo silêncio do quarto, só se ouvia o barulho dos beijos e das respiração erradas. E assim, eles se amaram mais uma vez.

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— Fala baixo, Lucas. Minha cabeça parece que vai explodir — Clara pediu massageaneo as têmporas.

— Claro — Ele bateu o garfo no prato de propósito só para implicar.

Clara arremessou um guardanapo nele em protesto.

— Bem feito — Ze Pedro riu.

— Gente, cadê meu pai?— Clara perguntou ao notar o lugar vazio do dele na mesa.

— Eu não sei — Lucas respondeu.

— Eu cheguei agora de manhã, não faço ideia — Zé Pedro completou.

— Olha, não é querendo fazer fofoca, mais hoje quando eu acordei, vi a porta do quarto da dona Marta entre aberta e deu para ver que a cama dela estava arrumada, como se ela nem tivesse dormido em casa...— Du acrescentou, deixando uma interrogação no ar.

— Como assim não dormiu em casa? A minha mãe não pode sequer sair do quarto, que dirá sair de casa e nem pensar fazer qualquer coisa. Ela acabou de fazer uma cirurgia caríssima — disse ela intrigada.

— Ou... ela pode nem ter saído de casa!— Du riu, se escondendo atrás do ombro de Lucas.

— Oque você quer dizer com isso?— Clara perguntou.

— É, também não entendi, amor?— Lucas incluiu.

— Espera, não é nada do que eu estou pensando, né? Porque seria impossível —Zé Pedro acrescentou.

— Quem não está entendendo nada sou eu, expliquem por favor...— Clara pediu confusa.

— Seu pai não desceu, sua mãe não dormiu no quarto dela...ou seja....

— Ou seja...talvez podemos cogitar a hipótese deles terem dormido juntos...— Amanda apareceu com uma cara de quem estava a noite inteira na balada.

Clara começou a rir em deboche e incrédula.

— Aí, Amanda. Só você para chegar e falar uma besteira dessas...— Clara disse entre a risada.

A cara de Du estava de quem concordava com Amanda, Lucas e Pedro estavam atônitos.

— Gente...pelo amor de Deus. Vocês realmente estão achando isso?— Clara perguntou começando a ficar séria.

— Ué, por que não, Clara? Seu pai ficou mega preocupado com o tiro que a sua mãe levou. Talvez tenha caído a fixa né. Por que tipo, tanta briga entre eles só pode ser amor encubado, né — Du deu seu parecer que fazia todo sentido.

Clara ficou assimilando enquanto arrumava seus pensamentos.

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Marta saiu do banheiro já vestida com sua camisola, mais com uma aparência de dor e a mão no lugar da cirurgia.

Zé que estava vestindo sua camisa, olhou para a cena e foi até ela.

— Ainda está doendo?— Ele perguntou ponto a mão encima da dela que estava na barriga.

— Um pouco.

— Marta, só um pouco mesmo ou está mentindo para mim?

— Não, Zé. Só um pouco mesmo...— Ela até tentou mentir, mais a pontada naquela região foi bem pior.

Ela curvou o corpo para frente e sentiu algo molhar sua mão, ela novamente o sangue. Aquele sangue tão vivido manchando a camisola branca dela, deixou Zé em estava de desespero. Os pontos obviamente haviam rompido.



Meu Diamante - MALFREDOnde histórias criam vida. Descubra agora